O governo Monti não fez o suficiente para combater a evasão fiscal e o trabalho não declarado. É o que lemos no projeto de relatório da Comissão Europeia que será divulgado na próxima quarta-feira. O texto foi hoje antecipado pelo Financial Times, com o esclarecimento de que as 29 páginas de análise e as seis páginas de recomendações anexas ainda podem ser modificadas.
O jornal britânico destaca como o rascunho apresenta correções e supressões destinadas a mitigar algumas constatações contidas no relatório, como a passagem que afirma que "não foram tomadas medidas importantes para lidar eficazmente" com a propagação do trabalho não declarado, ou a sentença afirmando que “não foram feitos progressos suficientes para recuperar os impostos sonegados”.
No entanto, acrescenta o FT, também resulta claro das partes não apagadas do documento que o "trabalho não declarado" e a "economia paralela", bem como a "evasão fiscal significativa" são os pontos sobre os quais a Comissão Europeia convida o governo Monti a usar.
Apesar da dureza dos tons, aponta o FT, o relatório sobre a Itália não será dos mais duros. Segundo algumas fontes ouvidas pelo diário econômico, a Espanha acabará sob a lupa da Comissão.