comparatilhe

Telefone: 6.500 despedimentos em três anos

As negociações estão encerradas: os sindicatos maioritários do gigante ibérico aprovaram o acordo que vai permitir a saída de milhares de trabalhadores com 68% do salário bruto. Para quem fica, o salário está atrelado à produtividade.

Telefone: 6.500 despedimentos em três anos

A Telefonica, gigante espanhola das telecomunicações, anunciou hoje que chegou a um acordo com os sindicatos que prevê o corte de até 6500 empregos em três anos, especificando que assumirá "o custo total" do plano de demissão. A operadora disse que este movimento “garante a visibilidade e competitividade da empresa nos próximos anos”.
As negociações começaram há dois meses e finalmente chegou-se a um acordo, aprovado por quase 80% dos parceiros sociais e que será apresentado às autoridades laborais para aprovação. A Telefonica terá que vincular salários à produtividade, tornando-se a segunda empresa espanhola, depois da Iberdorola, a adotar essa medida.
O governo determinou que a empresa de telecomunicações arcasse com todos os custos, incluindo os fundos necessários para cobrir os benefícios de desemprego dos trabalhadores. A empresa espanhola compromete-se a criar 680 novos postos de trabalho, correspondentes a 7% dos 30.000 mil trabalhadores da empresa. As 6.500 demissões correspondem a 20% da massa salarial da Telefonica na Espanha.
Em 2010, o gigante ibérico registou lucros de 10,7 mil milhões de euros, com um resultado líquido a crescer 30,8%. É o segundo operador de telecomunicações na Europa, depois da Vodafone, e contava no final de março com 285,6 milhões de clientes em todo o mundo, cerca de 6,1% mais do que há um ano. Esse foi o principal motivo da reprovação inicial dos sindicatos. Até o governo de Zapatero se disse surpreso com o plano de demissões, que surge no momento em que a Espanha vive uma gravíssima crise econômica com uma taxa de desemprego que já ultrapassa 21%.

Comente