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Telecom e os movimentos anti-takeover, Patuano: "Agarrei oportunidade, escolha unânime"

O CEO da Telecom Italia nega a separação com o presidente Giuseppe Recchi sobre a conversão das ações. “Não consultamos os acionistas, não desconsideramos seu apoio. A operação gera valor”. E sobre o Brasil ele diz: "É o momento certo para investir". Satisfação com a reorganização do acesso: “Agora todos os pedidos são tratados igualmente”

Telecom e os movimentos anti-takeover, Patuano: "Agarrei oportunidade, escolha unânime"

Senhor Capuano, consultou os accionistas mais importantes antes de decidir converter as poupanças? “Não, nós não ouvimos de ninguém. Nem eu nem o CFO Pier Giorgo Peluso fizemos contato com nenhum acionista. Mas suponho que uma operação que gere valor só pode ser sustentada pelos acionistas”.

Assim responde o CEO Marco Patuano, após ter desmentido categoricamente a notícia, divulgada pelo Sole 24 Ore, de um desentendimento entre ele e o presidente Giuseppe Recchi sobre a operação. “Confirmo – responde a um analista – que a decisão foi tomada por unanimidade. Todos os vereadores participaram da votação, nenhum excluído, seja em gabinete ou por videoconferência”. “No passado – acrescentou – já havia compartilhado com vocês a consideração de que a dupla classe de ações agora era anacrônica. Outras empresas também se afastaram da poupança. Também nós tínhamos pensado em implementar as ações em algum momento no futuro, após nova confirmação da estabilização do EBITDA”.

A evolução recente da ação, sob pressão das compras da Vivendi e Xavier Niel, no entanto, criaram condições para antecipar os tempos.” criada para fazer uma operação que para nós traz três vantagens: a simplificação da estrutura acionária, a maior liquidez e o crescimento do free float”. Bem como, explica Peluso, o ingresso de 570 milhões em caixa além da poupança com dividendos garantidos à poupança.

E assim, resume Patuano, a diretoria “foi unânime em decidir não perder a oportunidade que vem sendo monitorada há anos”. Em suma, o movimento anti-takeover foi possível graças à pressão dos novos acionistas. A operação de conversão, que será submetida à assembleia geral de 15 de dezembro, ficará concluída nos primeiros dois meses de 2016. O direito de retractação foi fixado em 0,9241.

As razões do interesse da teleconferência não se ficam por aqui, pontuadas pelo forte crescimento da penetração da banda larga e 4G no mercado nacional (o grupo lidera a corrida com 5 pontos de vantagem sobre a Vodafone) e pela liderança do 4G no mercado brasileiro. “É o momento certo para investir no Brasil”, destaca Patuano. Mas no que diz respeito ao mercado carioca, o mantra não muda: "vamos avaliar todas as opções". Sobre a negociação entre a Oì e o bilionário russo MIkail Fridman, pronto para investir em uma possível fusão entre a Tim Brasil e a quarta operadora de telecomunicações, Patuano explica: “Não recebemos nenhuma proposta. Caso chegue, vamos examiná-lo como sempre ”.

Grande satisfação pela reorganização da rede de acesso, conquista de Patuano contra a resistência de parte da estrutura interna. “Todas as solicitações de acesso serão tratadas de forma igualitária”, apagando anos de conflitos com outras operadoras.
  
Enquanto isso, outro sinal vem do governo sobre o valor "político" da empresa: "Estamos acompanhando a história com muita atenção - respondeu o subsecretário Claudio De Vincenti a uma pergunta sobre a possível entrada da Cdp no capital - Telecom Italia é uma empresa estratégica e como tal deve ser constantemente monitorada".     

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