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Espanha: aceita ajuda do Eurogrupo

Até 100 mil milhões de euros disponibilizados para recapitalizar bancos em crise, 30 dos quais chegam já no final do mês – Governo de Madrid sobe estimativas do PIB para 2012 mas baixa as de 2013 – Os mercados não confiam: spread espanhol ultrapassa 600 , o italiano chega a 500 novamente – As Bolsas caem mais de 4 pontos – Confrontos em toda a Espanha.

Espanha: aceita ajuda do Eurogrupo

O Eurogrupo deu sinal verde para ajuda aos bancos espanhóis. Após a chegada do pedido de socorro de Madrid a 25 de junho, os ministros da Economia da zona euro – reunidos hoje por teleconferência – decidiram por unanimidade disponibilizar até 100 mil milhões de euros, dos quais 30 serão colocados em prato até ao final do mês. Os fundos terão de ser utilizados pelo governo ibérico apenas para recapitalizar as instituições de crédito em crise. A emergência está ligada principalmente ao excesso de títulos tóxicos vinculados à bolha imobiliária nas carteiras dos bancos.

Os ministros, juntamente com a Comissão Europeia, o BCE, o FMI e a EBA decidiram garantir a Espanha "um empréstimo destinado a recapitalizar as instituições de crédito - lê-se em nota - e salvaguardar a estabilidade financeira de toda a zona EUR".

O acordo prevê que o fundo espanhol para a reestruturação bancária (Frob) atue como "agente do Governo de Madrid, recebendo fundos para os bancos em causa". A assistência financeira será garantida pelo fundo de resgate EFSF até que o novo Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) esteja em operação.

No entanto, a reação do mercado foi tudo menos positiva: o spread de Madrid rompeu pela primeira vez a barreira dos 600 pontos base, enquanto o italiano voltou aos 500. Enquanto isso, sob o espectro do contágio, a Piazza Affari cai 4%, enquanto a Bolsa de Madrid afunda 4,3 %.

Não foi suficiente a nova intervenção do governo espanhol, que hoje elevou ligeiramente sua estimativa do PIB para 2012, que passou de -1,7% para -1,5%. No entanto, a recessão também afetará 2013, com mais -0,5%, ante +0,2%. Madri também espera que o desemprego médio deste ano, já no nível mais alto entre todos os países avançados, chegue a 24,6%, três casas decimais acima das estimativas anteriores. Em 2013 deve cair para 24,3% e em 2014 para 23,3%.

Enquanto isso, a situação social está se tornando cada vez mais incandescente. A polícia espanhola usou balas de borracha e lançou cargas para dispersar os manifestantes no centro de Madri (7 presos, 6 feridos) no final de um grande protesto de rua contra as medidas tomadas pelo governo para conter a crise econômica. Entre as intervenções mais contestadas estão o corte dos salários pagos aos funcionários do Estado, o aumento do IVA e a redução das prestações de desemprego. Cerca de 80 manifestações foram organizadas em todo o País. O slogan dos manifestantes na capital é o seguinte: "Mãos ao alto, isso é um assalto".

 

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