O governo francês declara guerra à especulação bancária. Pierre Moscovici, ministro das Finanças francês, apresentou, aliás, ontem, um projeto de lei que visa reformar as instituições bancárias, separando as atividades úteis à economia das simples operações especulativas, "inúteis para a economia do país", que terão de ser confiados pelos bancos às sucursais.
Acima de tudo, eles acabam na mira do governo Hollande especulação sobre derivativos de commodities agrícolas e negociação de alta frequência (Hft), que permite, graças a algoritmos altamente tecnológicos, realizar milhões de pedidos via computador em um tempo muito curto, explorando as diferenças mínimas de preço de um mesmo estoque.
As acusações que pairam sobre este mecanismo especulativo são as de favorecer excessivamente os grandes operadores em detrimento dos investidores comuns, para além do risco, sempre à espreita, de provocar incidentes como o flash crash do Dow Jones em 6 de maio de 2010.
O veto ao HFT vai passar ao escrutínio do conselho de ministros a 19 de dezembro, mas já está a receber as primeiras críticas, sobretudo de institutos como Société Générale e Bnp Paribas (os dois únicos bancos franceses que afirmam praticar negociações de alta frequência), preocupados sobretudo com a possível desigualdade que uma medida nesse sentido criaria em relação às instituições bancárias americanas, que poderão continuar a atuar livremente.
