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ONU e Palestina se tornam um "estado observador"

A resolução foi aprovada com 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções – EUA e Israel contra, Itália a favor, Grã-Bretanha se abstendo.

ONU e Palestina se tornam um "estado observador"

A Assembleia Geral da ONU reconhece a Palestina o papel de "estado observador", apesar da oposição dos Estados Unidos e de Israel. Desde 1974, a Palestina já era um "observador permanente" na ONU como uma "entidade", mas agora se tornou um "observador permanente" como um "Estado não membro".

A resolução foi aprovada com 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções. O pedido à Assembleia-Geral foi anunciado no início desta semana pelo presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Abu Mazen, com a ambição de dar um primeiro passo para a criação de um Estado ao longo das fronteiras de 1967. Poucos dias depois de as violentas tensões terem eclodido em torno a Faixa de Gaza, a ocasião oficial do pedido foi o 65º aniversário da aprovação pela ONU do Plano de Partilha da Palestina (29 de novembro de 1947). A Assembleia Geral não é o primeiro órgão da ONU a reconhecer a Palestina: a Unesco, em setembro passado, já havia votado a favor.

O novo status da Palestina vem com três condições, conforme relatado pelo New York Times: primeiro, não pedir a intervenção do Tribunal Penal Internacional; segundo, declarar que o caminho para o reconhecimento do Estado Palestino passa pelo processo de paz; terceiro, o compromisso de entrar em negociações com Israel sem quaisquer condições.

No entanto, a ANP não aceitou, pelo menos oficialmente, nenhuma dessas condições. E não é por acaso que o governo de Londres optou pela abstenção: "Eles não aceitaram as garantias que sugerimos", disse o chanceler britânico, William Hague. E a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, falaram de uma votação "contraproducente". Para Washington, o passo dado ontem na ONU cria "novos obstáculos no caminho da paz".

O comentário de Israel também foi muito irado: o reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro da ONU "distrai a paz", disse o embaixador do Estado judeu nas Nações Unidas, Ron Prosor.

Por outro lado, o sim da Itália foi confirmado: perante a Assembleia Geral, o Embaixador Cesare Maria Ragaglini explicou que a Itália havia decidido votar a favor "à luz da abordagem construtiva do Presidente da Autoridade Palestina Abu Mazen sobre a retomada incondicional das negociações".

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