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Gvt: Oferta de Telecom sem aumentos de capital e relançamento imediato da Telefonica para 7,4 mil milhões

A Telecom Italia apresentou sua oferta de 7 bilhões à Vivendi por Gvt excluindo apelos ao mercado, mas a Telefonica relançou imediatamente elevando sua contra-oferta de 6,7 para 7,4 bilhões – Hoje a diretoria do grupo liderado por Bollorè está reunida para avaliar as duas propostas de Gvt mas a decisão não será imediata – Aumento de capital da Tim Brasil.

Gvt: Oferta de Telecom sem aumentos de capital e relançamento imediato da Telefonica para 7,4 mil milhões

Sete bilhões. Aqui está o valor da oferta da Telecom Italia na Global Village Telecom tendo em vista uma agregação com a Tim Brasil. A oferta à Vivendi envolve uma operação em três etapas: aquisição em dinheiro pela TIM de uma participação minoritária na GVT; a fusão por incorporação da GVT pela TIM; a entrada da Vivendi no capital social da Telecom Italia através da subscrição de um aumento de capital a ela reservado. Como contraprestação pela subscrição, a Vivendi transferiria para a Telecom Italia uma participação detida na TIM após a fusão com a GVT e dinheiro.

Marco Fossati, acionista da Telecom com 5% do capital, expressa em nota "opinião positiva sobre a incorporação da Gvt pela subsidiária Tim Brasil e a consequente reorganização societária com a entrada do sócio industrial Vivendi [... ] O Grupo Findim apoiará – prossegue o empresário – todas as realizações necessárias ao sucesso do projeto industrial. O grupo - conclui Fossati - espera que o Conselho de Administração da Vivendi aceite a proposta da Telecom Italia, preferindo um projeto industrial, viável e que traga valor, sem risco de execução, em relação a uma proposta substancialmente financeira com o claro objetivo de ocultar, com generosas ofertas econômicas, um alto risco de execução.

Ao final da transação, a Vivendi deterá diretamente 15% do capital pós-fusão da TIM (que será controlada pela Telecom Italia com uma participação de aproximadamente 60%) e aproximadamente 20% do capital ordinário da Telecom Italia (após a conversão do conversível Telecom Italia de novembro de 2013). A oferta total é, portanto, composta por aproximadamente 24% em dinheiro e aproximadamente 76% em ações, oferecendo à Vivendi um valor potencial significativo.

Nas assembleias de acionistas da Tim e Telecom, será proposta a ampliação do conselho de administração com a entrada de 2 conselheiros indicados pela Vivendi, com os quais será estipulado acordo de acionistas e dos quais serão exigidos compromissos de standstill e lock up. A operação não prevê que a Telecom Italia recorra ao mercado por meio de aumentos de capital ou contratação de empréstimos específicos. Por outro lado, está previsto um aumento de capital da TIM, que a Telecom Italia, especifica a nota da empresa, "pretende subscrever pro rata e que será funcional à aquisição inicial da participação minoritária na GVT, sem estar condicionada à conclusão da operação".

A oferta será válida até 20 de setembro de 2014 e está condicionada ao voto favorável da Assembleia de Acionistas da Telecom Italia sobre o aumento de capital reservado à Vivendi e à obtenção das autorizações regulatórias e antitruste do CADE, autarquia brasileira, Un via free for que a Telecom diz estar "confiante na aceitação favorável da iniciativa pelas duas Autoridades".

Até aqui a arquitetura financeira de um projeto que tem grandes ambições estratégicas e industriais. “O objetivo da parceria – lê-se na nota do grupo italiano – é a criação de uma nova realidade de liderança nos setores de TIC e Media & Entertainment, cada vez mais convergentes” que vai além da consolidação de um líder no mercado brasileiro, um dos mais interessantes.

A Telecom "pretende ser protagonista" no cenário que se cria graças aos investimentos em banda larga e ultra banda larga tanto na fixa quanto na móvel. Nesse contexto, a fusão entre TIM e GVT criaria uma operadora integrada líder, “capaz de se beneficiar de importantes sinergias e gerar valor significativo para todos os acionistas envolvidos”. Por um lado, a TIM Brasil, segunda operadora móvel e líder no segmento pré-pago no país latino-americano, conta com mais de 73,4 milhões de clientes e uma quota de mercado de 27,9%, com um volume de negócios anual de cerca de 7 mil milhões de euros. Por outro lado, a Gvt está presente nos serviços de rede fixa, banda larga e TV por assinatura, cobrindo 20 dos 27 estados da Federação brasileira, totalizando 151 cidades ao final de 2013 com uma base de 7,2 milhões de clientes.

Mas a chave para o possível acordo está a montante, ou seja, nas duas empresas-mãe. A Telecom Italia pretende investir 14 bilhões de euros "no desenvolvimento da ultrabanda larga como prioridade estratégica" tanto na Itália quanto no Brasil. A Vivendi, uma das líderes mundiais no cenário de conteúdo e mídia graças ao Canal+ Group, StudioCanal e Universal Music Group "tem a capacidade de aproveitar ao máximo essas oportunidades".

Até agora, a oferta da Telecom que Vincent Bolloré, presidente da empresa transalpina, já definiu como "interessante" também porque oferece à Vivendi a oportunidade de reentrar no mundo das telecomunicações de onde emergiu com a venda da maioria da Sfr volda uta de 'ex-presidente Jan Marc Fourtou e grande parte do conselho ainda no cargo. Será que o carisma de Bolloré, segundo acionista do Mediobanca, será suficiente para fazer pender a balança a favor da Telecom Italia? A alternativa é representada pela oferta da Telefonica, ajustada para cima: 7,45 bilhões de euros, parte em dinheiro (4,663 bilhões), parte em novas ações emitidas equivalentes a 12% da Telefonica Brasil após a fusão desta com a Gvt.

Além de reiterar a oferta, caso o grupo francês "esteja interessado", de sua participação de 8,3% na Telecom Italia. Os dois dossiês serão discutidos hoje pela diretoria da Vivendi que, salvo surpresas, deve adiar a decisão e que, entretanto, já recrutou três assessores (Goldman Sachs, Crédit Suisse e Lazard) para avaliar as duas ofertas. Ou uma terceira via: agarrar-se a Gvt, objeto de tantos desejos. A disputa a três (Paris, Milão e Madri) pela conquista de um lugar sob o sol carioca continua. É pouco provável que caiba a quarta roda: Zeimal Bava, dono da Oi, empresa à beira de uma fusão com a Portugal Telecom, que ontem ostentou a intenção de lançar uma oferta na Tim Brasil, atrás da qual a Telecom pode ver a sombra ao Cesar Alierta, que continua sendo um osso duro de roer.

A oferta da Telefonica, especifica-se, expira amanhã, 29 de agosto de 2014, "a menos que o licitante decida estender o prazo de validade da oferta ou a Vivendi opte por assinar um contrato de exclusividade com o grupo espanhol, por três meses".

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