São dias decisivos para a proposta de lei da concorrência, que o Governo pretende examinar em Conselho de Ministros de 20 de fevereiro. No projeto formulado pelo Ministério do Desenvolvimento Económico, que coordena a prestação em discussão com os restantes departamentos competentes, destacam-se a reforma da responsabilidade automóvel e as medidas para a concorrência de algumas categorias de profissionais, para além do não do Ministério da Saúde para o pacote relativo à abertura de novas farmácias e comercialização de medicamentos C, também com obrigatoriedade de receita em parafarmácias e balcões de grande distribuição.
Entre o sim ao seguro de responsabilidade civil automóvel e o não às farmácias, o grosso da discussão vai agora incidir sobre as profissões liberais, nomeadamente notários e advogados: o projecto prevê que um decreto de Justiça, ouvidos os conselhos notariais e os Tribunais de Recurso, determina o número de notários para cada distrito “desde que, em regra, cada cartório corresponda a uma população inferior a 7 habitantes” (hoje a regra é “pelo menos 7 habitantes”). No que diz respeito aos advogados, vão desde a possibilidade de constituir sociedades multidisciplinares envolvendo accionistas não profissionais, até à eliminação da proibição de negociar honorários contenciosos pro quota.