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Newsweek: 'A Itália parece um país do terceiro mundo'

"Também pode ser rico em cultura e a sétima economia mundial, mas alguns dados sociais aproximam a Itália dos países em desenvolvimento do Terceiro Mundo": assim escreve a revista norte-americana após a publicação dos dados do Istat - "Eles estão preocupados acima de tudo com direitos das mulheres e emprego jovens, e 54% dos italianos nem sequer têm uma máquina de lavar louça”.

Newsweek: 'A Itália parece um país do terceiro mundo'

A interpretação resume um pouco o clichê de certa imprensa anglo-saxônica, muitas vezes - e nem sempre com razão - hostil à bota. “A Itália é como um país do terceiro mundo”, é o título decisivo da versão online da revista norte-americana Newsweek, para então iniciar o artigo com o mais clássico de: "A Itália pode ser rica em patrimônio cultural e ainda ostentar a sétima maior economia do mundo, mas as estatísticas sociais estão mais alinhadas com as dos países emergentes do Terceiro Mundo em desenvolvimento". Como que para sublinhar o eterno clichê (ou não?) da beleza artística em oposição à conjuntura econômica.

Em seguida, o autor do artigo passa a analisar as estatísticas, seguindo alguns dados do Istat publicados apenas hoje, que na verdade não fornecem uma imagem tão tranquilizadora. O primeiro alvo é inevitavelmente o desemprego juvenil, que atingiu níveis recordes em 2012: mais de um milhão de jovens com menos de 24 anos estão desempregados, ou seja, 37% dos trabalhadores dessa faixa etária. Além disso, como já se sabe (mesmo que a Newsweek se surpreenda ou finja estar surpresa), é mais fácil para os jovens com diploma universitário permanecerem desempregados, porque estão menos dispostos a trabalhar sem contrato e em setores não qualificados.

Posteriormente, uma autora só poderia enfatizar a questão das mulheres, em que a Itália realmente fica atrás dos padrões europeus: "As mulheres, além de ganhar 15% menos que os homens, têm poucas chances de encontrar um emprego, especialmente nas regiões do sul, onde 6 em cada de 10 estão fora do mercado de trabalho”. Isso sem falar na violência doméstica, que está aumentando: 120 mulheres mortas em 2012, uma a cada três dias.

Outros dados são então enumerados, provavelmente significativos, mas certamente incomparáveis ​​com os do Terceiro Mundo: "Mesmo que 72,4% dos italianos sejam donos da casa onde moram, apenas 56% das famílias possuem um computador, 45,3% uma máquina de lavar louça (quantos têm no Terceiro Mundo? Ed), 33,4% um sistema de ar condicionado”. Pelo menos este último número poderia ser considerado virtuoso, dadas as consequências negativas sobre o meio ambiente, mas não: "Embora os verões italianos estejam entre os mais quentes da Europa". Então, só para fechar com outro clichê.

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