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Milão, HangarBicocca: começa em 20 de setembro

Vincent Todolì, ex-diretor da Tate Modern de Londres, é o novo artist advisor dos espaços HangarBicocca – Andrea Lissoni curadora do HangarBicocca respondeu às perguntas do FIRST Arte

Milão, HangarBicocca: começa em 20 de setembro

Vincent Todolì, ex-diretor da Tate Modern de Londres, será o novo artist advisor dos espaços HangarBicocca, que assina a programação para os próximos três anos, de outubro de 2013 a abril de 2015. O calendário será alternado, nos diversos espaços expositivos , de artistas internacionais consagrados a jovens artistas, italianos e estrangeiros, com carreira já consolidada. Todas as exposições serão produzidas de raiz especialmente para HangarBioccca ou apresentados em colaboração com outras instituições de arte contemporânea.

O programa começa em 20 de setembro de 2013 com The Visitors, instalação de Ragnar Kjartansson (Reykjavík, 1976), artista também presente na Bienal de Veneza, composta por nove projeções de vídeo que desenham uma grande performance musical coral; em 31 de outubro de 2013 abre Islands, uma grande retrospectiva de Dieter Roth (Hannover, 1930 – Basel, 1998), que inclui suas mais importantes obras de instalação, pinturas, gravuras, vídeos e filmes feitos – muitas vezes com a colaboração de seu filho Björn Roth – entre os anos 70 e 90. O programa expositivo continua em janeiro de 2014 com uma exposição individual de Micol Assaël (Roma, 1979), já conhecido internacionalmente graças às exposições no Palais de Tokyo, em Paris e nas instalações do Kunsthalle Basel baseadas em dinâmicas físicas que envolver o espectador de forma perceptiva e mental; na primavera de 2014 será realizada uma exposição individual de Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948), um dos mais importantes artistas das últimas décadas, nascido também graças à colaboração com o Museu Reina Sofia em Madrid e o Museu de Serralves em Porto, que apresenta algumas instalações fundamentais do seu percurso entre as quais A Traves e Babel. Em maio de 2014, o HangarBicocca acolhe a exposição antológica de Pedro Paiva (Lisboa, 1979) e João Maria Gusmão (Lisboa, 1977), dupla artística que trabalha a temática do cinema e da câmara escura, também escolhida por Massimiliano Gioni para esta edição da a Bienal de Veneza.

A primeira retrospectiva italiana de Joan Jonas está marcada para junho de 2014 (Nova York, 1936), considerado o iniciador da prática artística da performance; em setembro do mesmo ano HangarBicocca recebe a exposição individual de Céline Condorelli (Paris, 1974), que se destaca pela sua capacidade de construir relações com o espaço, enquanto em outubro o espaço recebe Juan Muñoz (Madrid, 1953 - Ibiza, 2001), um dos mais importantes escultores do pós-guerra, com um projeto que inclui suas instalações mais importantes, incluindo Double Bind; Por fim, 2015 abrirá com Damián Ortega (Cidade do México, 1967), conhecido artista internacional presente nesta edição da Bienal de Veneza, cujas obras e instalações ambientais transformaram a ideia tradicional de escultura.

Com a nova programação o espaço milanês se confirma como um lugar capaz de atrair um público internacional com exposições de forte rigor curatorial e grande impacto visual, graças à presença de obras monumentais raramente apresentadas ao público.

Marco Tronchetti Provera, Presidente da Fundação HangarBicocca, declarou: “HangarBicocca expressa melhor os valores de inovação, internacionalidade e atenção à área local que são a base da cultura corporativa da Pirelli. Os 200 mil visitantes cadastrados no primeiro ano de relançamento premiam nosso compromisso e confirmam o quanto investir em cultura pode impactar positivamente a cidade e o entorno. A nomeação de Vicente Todolí como Assessor Artístico demonstra nossa visão de longo prazo do projeto: nos próximos três anos a dimensão internacional do espaço será ainda mais acentuada, por meio de um programa de exposições que trará artistas de grande prestígio a Milão e contribuirá para colocando o HangarBicocca em diálogo com museus e instituições culturais de todo o mundo”.

Vicente Todolí, ao anunciar a programação, sublinhou repetidamente como a singularidade do espaço e das exposições representa o ponto de partida na concepção do calendário artístico do HangarBicocca: "As características do HangarBioccca farão com que cada projeto expositivo seja verdadeiramente único: o encontro entre espaço e arte, sua coabitação e coexistência enfatizarão o potencial de ambos. Como se um mais um fosse igual a três."

Fizemos algumas perguntas à curadora do HangarBicocca, Andrea Lissoni, que sublinhou a importância de continuar a dar continuidade às linhas orientadoras que conduziram ao sucesso alcançado até à data: atenção à dimensão do espaço e do tempo, ênfase na coexistência de múltiplas linguagens, capacidade de tocar nas questões atuais e de interceptar as mudanças futuro.

PRIMEIRA Arte  – O programa de 2013 é certamente de grande interesse. Uma ótima escolha com artistas de "chave internacional" engajados em uma forma de arte decididamente "inovadora". Podemos esperar que esta seja a nova tendência? Que futuro para os artistas italianos emergentes?

Andrea Lissoni  – Na programação do HangarBicocca identificamos dois artistas italianos que vivem no exterior, conhecidos internacionalmente mas pouco consagrados no mercado de arte, que se distinguem pela capacidade de dar vida a obras que dialogam com o público do ponto de vista sensorial e intelectual e que , em particular no processo de criação da exposição, eles ativam uma colaboração com a Pirelli. Por outro lado, era inevitável, identificamos artistas mulheres que não tiveram exposições importantes em instituições públicas nacionais nos últimos tempos. No futuro, continuaremos nessa linha.

PRIMEIRA Arte – O conceito de arte e cinema é interessante, pode nos contar algo mais?

Andrea Lissoni – É uma combinação que já exploramos com a exposição dedicada a Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi (abril de 2012) e depois com Apichatpong Weerasethakul (março de 2013). Uma vez por ano, inevitavelmente, o cinema, nas suas várias vertentes, regressará. A primeira ocasião é a exibição de Gusmão e Paiva (maio de 2014), que vai surpreender o público com um cinema minúsculo, arcaico e mágico, mas profundamente pessoal e intimista

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