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Mediaset sob cerco. Fed aumenta taxas

Vivendi desencadeia a batalha na Mediaset: detém 20% após um dia de turbulência nas ações, que viram 7% do capital mudar de mãos Fed eleva juros e anuncia mais três altas em 2017

Como esperado, as taxas dos EUA subiram um quarto de ponto. Mas em 2017 serão três aumentos, um a mais do que o esperado há um mês. Assim, o Federal Reserve decidiu na última reunião do ano. Em suma, aproxima-se um mini-squeeze que deverá acompanhar a reviravolta da era Trump, que será repleta de cortes de impostos e incentivos de política fiscal. Mas o aumento de ontem apenas confirma a situação favorável da economia. “Meus colegas e eu – disse Janet Yellen – notamos o excelente progresso da economia. E esperamos que as coisas continuem assim."

O desemprego está parado em 4,6%, um mínimo, e aqui e ali (construtores na Filadélfia, trabalhadores de alta tecnologia no Texas, motoristas de caminhão em Kansas City) há escassez de mão de obra. Os salários continuam a subir (ainda que lentamente): o crescimento é de cerca de 2%. “Uma situação ideal, nem muito quente nem muito frio”, comenta o New York Times. Mas isso não é suficiente para Trump. O novo presidente, que já recebeu os grandes da nova economia, quer que a economia acelere para 4%. E o Fed obedece, preparando-se para evitar uma derrapagem.

APÓS ALIMENTAÇÃO, O DÓLAR SOBE, BAQUECIMENTO DO PETRÓLEO

Os mercados, diante da prudência do Fed, desaceleraram. Afinal, como explicou um operador à Reuters, “corremos tanto que qualquer desculpa serve para dar uma pausa”. Wall Street em baixa: Dow Jones -0,6%, S&P 500 -0,81%. O Nasdaq, no dia do encontro dos líderes da Nova Economia com Trump, caía 0,5%.

O dólar fortaleceu-se (euro -0,5% para 1,0573, iene +1% para 116,28), enquanto o T-bond a 2 anos, o mais sensível à evolução das taxas de juro, subiu 6 pb, para 1,23%, o valor mais elevado desde agosto de 2009 (antes do colapso do Lehman Brothers). O prazo de 2,52 anos é negociado a 4%. A valorização da moeda norte-americana, aliada aos temores de aumento da produção de óleo de xisto norte-americano, provocou uma queda de 2,2% no petróleo, a pior desde julho. A Exxon (-500%) foi a pior ação no índice S&P XNUMX.

Na Piazza Affari, a Eni fechou em baixa de 0,3%, apesar de três corretoras terem aumentado seus preços-alvo. Jefferies (confirmado Hold) subiu de 12,25 para 13,25 euros, Rbc (confirmado Outperform) de 17 para 18 euros e Credit Suisse (confirmado Outperform) de 15,5 para 15,9 euros.

CRISE DO TIJOLO EM HONG KONG (-2,3%)

A Bolsa de Valores de Tóquio está começando a fechar em alta de 0,3% esta manhã. A bolsa de valores de Hong Kong está em forte queda, onde o índice Hang Seng perde quase 2%, com destaque para as empresas do setor imobiliário. A Bolsa de Valores de Xangai perde 1,0%, pouco movimentada Seul e Mumbai.

A realização de lucros também condicionou as bolsas europeias à espera da decisão da Fed. Milão também está a abrandar após a robusta recuperação (+16% nas últimas seis sessões). O índice Ftse Mib (-1,18%) fechou em 18.606 pontos. As outras bolsas europeias também estiveram fracas: Paris -0,5%, Frankfurt -0,1%. Liderando o declínio em toda a Europa foram os títulos bancários (Stoxx -1,1%).

Em outubro, o índice de preços da produção industrial na zona do euro caiu 0,1% na comparação mensal, enquanto nos EUA cresceu 0,4%. A economia está melhorando, mas a incerteza e o aumento do risco de pobreza pesam sobre a confiança dos italianos, alertou o Centro Sudi da Confindustria: o produto interno bruto de 2016 aumentou 0,9% em 2016 (+0,7% em setembro), 0,8 % em 2017 (+0,5%) para chegar a +1% em 2018. Mas os riscos para os próximos dois anos estão longe de serem evitados. 

O BTP de 10 anos fechou o dia com rendimento de 1,79% (ante 1,87% ontem). Os spreads baixam para 149. Novas tensões nos títulos gregos: o rendimento grego de 7,347 anos subiu para XNUMX%. O fundo de resgate ESM suspendeu o acordo de suporte à dívida de curto prazo da Grécia depois que Atenas se ofereceu para fazer um pagamento único aos aposentados em dezembro.

BERLUSCONI: "NÃO SEREMOS REDUZIDOS"

Os holofotes estiveram na Mediaset ao longo do dia: +1% com negociação muito forte (7% do capital). A Vivendi anunciou à noite que havia atingido o limite de 20%. "A compra das ações da Mediaset pela Vivendi, não previamente acertada com a Fininvest, não pode ser considerada senão uma operação hostil", foi a reação de Silvio Berlusconi, que sublinhou a "mais absoluta união da minha família num ponto muito preciso: não temos intenção de deixar que alguém tente diminuir o nosso papel de empresários".

A Fininvest, após apresentar denúncia de manipulação de mercado ao Ministério Público de Milão (que abriu processo), continuou com as compras de ações, subindo para 38,2% do capital (39,7% dos direitos de voto). Enquanto isso, o governo entrou em campo: "Uma aquisição hostil não é a forma mais adequada de fortalecer a presença na Itália", disse o ministro do Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda. O Governo, acrescentou, “vai acompanhar atentamente a evolução da situação”.

Mas não está claro que medidas o governo pode adotar para lidar com a ofensiva do invasor francês que, em caso de oferta pública de aquisição, deve estender a oferta não só à Mediaset (valor de bolsa de 4,3 bilhões) como também à Ei Towers (+3,8%) e Telecinco, somando pelo menos mais dois bilhões. A Telecom Italia, interessada ou não na disputa pela Mediaset (a Vivendi é a principal acionista da empresa de telecomunicações), caiu ontem 0,2%. 

O BCE A MPS: REFERÊNCIA INÚTIL E ATÉ PREJUDICIAL

Liderando o declínio em toda a Europa foram os títulos bancários (Stoxx -1,1%). Fraco Monte Paschi (-2%) na pendência da aprovação pelo Consob do alargamento da troca de obrigações subordinadas em ações aos cerca de 40 mil investidores não profissionais que possuem títulos em carteira no valor de 2 mil milhões de euros. Entretanto, chegou a carta do BCE sobre a recusa da prorrogação do aumento de capital.

O adiamento, lemos, “poderá conduzir a uma nova deterioração da posição de liquidez e a um agravamento dos rácios de capital, colocando em risco a sobrevivência do banco”. Além disso, na opinião de Frankfurt, esperar cerca de vinte dias não garantiria um contexto de mercado mais favorável, de modo a permitir um contrato de garantia com os bancos do consórcio.

UNICRÉDITO DESACELERE, EXTENSÃO DO BCE EMPURRA CARIGE

Unicrédito corrige em baixa (-6,4%), depois do forte ganho de terça-feira (+16%) que coincidiu com a apresentação do novo plano de negócios. A Rbc elevou a recomendação de performance para outperform, com o preço-alvo subindo de 2,5 para 3,1 euros. A Banca Carige registou uma forte recuperação (+6,01%) depois de o BCE ter concedido uma prorrogação de um mês para a apresentação do plano estratégico ao BCE. Banco Popolare (+1,5%) e Mediobanca (+0,9%) também estão em território positivo. O Intesa fechou em baixa (-2,6%). No setor de seguros a Generali perdeu 1%, a Unipol -0,3%. 

BEM TOD'S, AINDA SOFRE A AMPLIFON

No restante da lista, as principais ações do setor caíram: StM -0,2%, Fiat Chrysler -0,3%, Leonardo -0,3% e Prysmian -1,1%. Italgas +0,17%: Bank of America – Merrill Lynch iniciou o hedge com uma classificação de compra e um preço-alvo de € 4,3. Enel cai 1,1%, Terna (-0,9%) e Snam (-1,5%) também estão fracas.

No luxo, a Moncler perdeu 2,3% apesar da promoção do Kepler Cheuvreux que elevou o preço-alvo de 18,5 euros para 17 euros, confirmando o rating de Compra. Forte aumento em Tod's (+3,5%). Amplifon sofre (-6%): o HSBC baixou o rating para “manter” de “comprar”, elevando o preço-alvo para 9,2 euros.

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