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As atas do Fed congelam as bolsas de valores: a flexibilização quantitativa pode acabar. Milão começa mal

Nem todos compartilham a linha de compras no mercado de títulos do governo e títulos apoiados por Ben Bernanke e agora o medo é que o Quantitative easing termine antes do esperado – Milão começa mal esta manhã na esteira de Wall Street e Ásia – S&P avisa em a Itália após a votação: cuidado para não parar as reformas - Ouro e libra caem

As atas do Fed congelam as bolsas de valores: a flexibilização quantitativa pode acabar. Milão começa mal

FED MINUTOS GELANO WALL STREET E ÁSIA
DIFÍCIL COMEÇO ESPERADO. OURO EM QUEDA LIVRE

“Vários participantes da reunião do FOMC enfatizaram que o Fed deve estar pronto para mudar as intervenções no mercado no caso de uma mudança nas condições econômicas”. Desta forma, as atas do Fed confirmam que nem todos concordam com a política de Ben Bernanke, ou seja, os planos de compra de títulos do governo e títulos vinculados a hipotecas no mercado por 85 bilhões por mês. A oposição fez-se ouvir na reunião de 30 de janeiro. Os estímulos, dizem os manifestantes, devem ser decididos mês a mês de acordo com a evolução da economia. A decisão de vincular as compras a um objetivo de médio prazo, ou seja, a queda do desemprego, corre o risco de apenas alimentar o "risco moral" de Wall Street.

Qual será o efeito prático das atas? É improvável que Bernanke mude de rumo. O presidente do Fed também goza de amplo consenso no conselho, incluindo a ala das pombas que pede intervenções ainda mais drásticas, como pode ser visto nas atas. Mas a frente de oposição conseguiu um resultado: incutir na cabeça dos operadores a dúvida de que a "flexibilização quantitativa" poderia acabar antes do esperado.

OS ÍNDICES

A reação dos mercados não demorou a chegar.

Em Wall Street, os principais índices fecharam em baixa: Dow Jones -0,77%, S&P - 1,24% e Nasdaq - 1,53%.

As bolsas asiáticas também caíram: Tóquio - 1,42%. A queda em Hong Kong -1,80% é ainda mais acentuada. Além da publicação da ata do Fed, pesa o aperto do crédito imobiliário na China, conforme antecipou o líder cessante Wen Jiabao.

Ouro e libra esterlina caem. Ontem a libra caiu acentuadamente para 0,8727 em relação ao euro, a menor cotação desde novembro de 2011. Agora a moeda britânica é negociada a 0,8733. O dólar se recupera em relação ao euro para 1,3250.

O ouro despencou, terminando esta manhã na Ásia a 1565 dólares a onça, contra 1.580 dólares de ontem, o valor mais baixo desde julho passado.

Um súbito fluxo de vendas na última meia hora de negociação atingiu ontem as bolsas europeias, que até então estavam quase equilibradas.

Paris recua 0,6%, Madrid -0,7%, Frankfurt -0,3%. Apenas Londres fechou ligeiramente em alta (+0,2%).

A Lafarge, maior produtora de cimento do mundo, correu na França, com alta de 5,4% após anunciar resultados de 2012 melhores do que o esperado.

Em Milão, o índice FtseMib caiu 0,8%.

No mercado de títulos do governo, o BTP de 10 anos é negociado com rendimento de 4,41%, inalterado desde esta manhã, com spread em 276, inalterado.

S&P AVISA, MAS TESOURO NÃO TEM MEDO DO EFEITO DO VOTO

A Standard & Poor's interpreta os temores das grandes finanças para o voto italiano: “Atualmente o crescimento econômico, mais do que o desempenho das finanças públicas, é o principal risco para a credibilidade da Itália. A agência escreve-o num relatório dedicado à zona euro, sublinhando que "existe o risco de depois das eleições de 25 de Fevereiro se perder o dinamismo das reformas estruturais necessárias para melhorar as perspectivas de crescimento" que continuam "limitadas" pela rigidez do mercado de trabalho, por um sector de serviços fortemente protegido e pela elevada carga fiscal que recai sobre o trabalho e as empresas». A S&P também destaca que 'o histórico de coalizões governamentais fracas e fragmentadas da Itália ajuda a explicar sua alta dívida pública', igual a 127% do PIB no final de 2012. A S&P tem uma classificação BBB+ para o país com perspectiva negativa.

Novo Parlamento, novo decênio. Muito provavelmente, o Tesouro italiano lançará o novo benchmark italiano de dez anos com vencimento em 2023, aquele no qual se baseia o cálculo do spread com o Bund, na manhã de quarta-feira, 27 de fevereiro, um dia após o anúncio do resultados. A emissão, entre 4 e 5 bilhões, será o teste mais significativo dos leilões de fim de mês (cerca de 20 bilhões). Também na quarta-feira, o BTP de 5 anos será colocado por um valor entre 2 e 3 bilhões. Na véspera, com as sondagens ainda quentes, será a vez dos BoTs: o mercado espera uma oferta de obrigações semestrais num valor que pode chegar aos 9 mil milhões de euros. Antes disso, na segunda-feira, dia 25, está prevista a oferta de Ctz e BTP indexados à inflação da Zona Euro no valor de 4 mil milhões.

DENTRO DO LOCAL DE NEGÓCIOS

Na Piazza Affari não faltaram claros aumentos e diminuições. A descida da Telecom Italia contribuiu para o abrandamento da lista, que perdeu 2,4% após a renúncia à colocação do título "híbrido" aos 60 anos.

Pelo contrário, a corrida da Telecom Italia Media recomeçou (+6,1%).

Mediaset caiu (-3,8%) após a alta de terça-feira.

Até os bancos fecharam fracos: Unicredit caiu 2,3% Banco Popolare -2%, Pop.Milano perdeu 3,6%.

Compreensão -1,2%. As demonstrações financeiras do Crédit Agricole mostram que o banque verte vendeu a participação residual (1,953%) no banco liderado por Enrico Cucchiani no outono.

Entre as seguradoras, Generali caiu 1%, Unipol -2,5%, Fondiaria-Sai -3%.

No sentido oposto, as melhores ações da lista incluem A2A +3,8% e Parmalat +4,3%. Bom aumento também para Autogrill +2,5%.

Entre as ações industriais, Ansaldo StS subiu 2,9%, Finmeccanica -0,5% e StM -0,45% abaixo.

A Pirelli subiu 0,4%. Fechamento para baixo para Enel -1,4% e Eni -0,9%.  

Seat Pagine Gialle subiu (+11,7%), recuperando após a saída do último fundo de acionistas, Owl Creek Asset Management.

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