No momento em que falamos concretamente sobre colapso da zona do euro não é mais um tabu, as instituições financeiras internacionais estão se preparando para o pior, implementando planos de contingência para ser implantado caso o pior aconteça.
foi a vez de hoje banco da Inglaterra: o governador Rei Mervyn anunciou publicamente – sem entrar em detalhes – que um plano já está sendo finalizado nos níveis superiores das instituições britânicas a ser adotado se as próximas eleições gregas levarem Atenas a optar pela saída da área monetária e da União Européia.
Na verdade, nos altos escalões das finanças internacionais, o plano B já vem sendo trabalhado há meses. Pelo menos desde o verão passado, vários rumores revelaram como - na gestão dos sistemas de TI - as grandes finanças já reinseriram o dracma na cesta de moedas, enquanto outros bancos nunca cancelaram a antiga moeda grega após a entrada de Atenas na zona do euro .
A declaração de King formaliza, portanto, pelo menos no que diz respeito ao caso inglês, o que até agora eram meras indiscrições da imprensa. Mas não é a primeira vez que Sir King se dirige ao público em nome do realismo: em Dezembro passado o Governador já tinha qualificado a crise europeia como uma "crise de solvência, não de liquidez", acrescentando que teria sido impossível prever as consequências de uma queda do euro, tornando assim a adoção de planos de contingência.
As declarações de hoje surgem num momento difícil para a economia britânica, que segundo King terá de enfrentar grandes obstáculos nos próximos dois anos, entre os quais uma dificuldade crescente na obtenção de crédito devido à baixa fluidez do mercado interbancário.
“O caminho para a recuperação provavelmente será lento e incerto”, explicou King na apresentação do relatório trimestral do Instituto sobre o estado da economia britânica. No relatório, os especialistas do BoE reviram em baixa as suas estimativas de curto prazo, tendo em conta o crescimento anual do PIB abaixo do limiar de 1%, pior do que a análise de fevereiro.