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O filme da semana: "Coringa" e a soberba interpretação de Joaquin Phoenix

VÍDEO – A cidade está inabitável, a degradação e a desordem social são os mestres e o Coringa se vinga dos abusos. O filme assinado por Todd Phillips está subindo nas paradas por muitos bons motivos: aqui estão eles.

O filme da semana: "Coringa" e a soberba interpretação de Joaquin Phoenix

A cidade é inabitável, a degradação e a desordem social são os mestres e alguém é vítima da injustiça e da violência. A protagonista reage e se vinga dos abusos. Isso, em resumo, o enredo do Coringa, o filme assinado por Todd Phillips, em seu primeiro grande contrato de produção, que está desfrutando de enorme popularidade internacional e também subiu rapidamente nas paradas na Itália. Há muitas boas razões para esse sucesso.

Em primeiro lugar, um teste de atuação excelente e incomparável do protagonista Joaquin Phoenix, disfarçado de Arthur, um palhaço com a mesma máscara tragicômica que já conhecemos no cinema por tê-la visto no anterior homem Morcego de 1989 (nesse caso interpretado por outro grande Jack Nicholson). Atores deste calibre não são vistos muitos por aí e, sozinhos, sustentam todo o filme. Magistral! Acrescentemos também que o tema da "máscara" é um elemento seguro para uma sugestiva história cinematográfica. Desde os tempos antigos, os teatros gregos e romanos usaram máscaras para representar dramas e comédias. O cinema nada fez senão retomar esta “tradição”.

Em segundo lugar, Coringa contém em si uma série de referências a grandes títulos que fizeram parte da história do cinema americano do gênero: o primeiro que me vem à mente é Taxista de Martin Scorsese de 1976, com um jovem De Niro mostrando do que é capaz diante de uma câmera. Outros filmes, antes e depois e além Fabricado nos EUA na verdade, eles enriqueceram o gênero "vingança" e nos lembramos de alguns. Entre os primeiros a tentar estava Ingmar Bergman com A fonte da virgem de 1960, e seguir inúmeros outros como o grande Sergio Leone com  Era uma vez no Oeste, então novamente Mario Monicelli com Um pequeno burguês de 1977; então novamente a saga do coreano Park Chan-Wook, o lendário, merece ser lembrada Matar Bill de Quentin Tarantino, sem esquecer V de Vingança. Resumindo: é um gênero muito lucrativo e que atrai o grande público (também será preciso entender os motivos, mas não se trata de crítica de cinema).

Outro bom motivo que compensa Joker de grande interesse é sua interseção, sua intenção declarada de se mesclar com outro grande meio de comunicação audiovisual: a televisão. Arthur, o protagonista, é atraído pela telinha da TV e sonha em participar de um talk show dirigido e interpretado por outro gigante do cinema (Robert De Niro) e não vamos revelar como termina porque se trata de uma cena atual. Também nesta área, o filme reprojeta-nos textualmente cenas já conhecidas de muitos telespectadores, pelo menos os subscritos na plataforma Netflix. É sobre A casa de papel, onde acontece que um grupo de assaltantes pretende assaltar o Banco de Espanha e o "público" está mais do lado dos assaltantes do que da polícia. O tema injustiça social é muito forte e acentuado em Coringa e não é à toa que desperta interesse e participação do público.

Pelo que vimos até agora, o Joker tem todas as credenciais para ser considerado um excelente título entre os muitos desta parte da temporada. No entanto, devemos sublinhar um aspecto que não convence. Como o próprio Tarantino fez com seu último filme, mais uma vez nos deparamos com uma tentativa de resumir os bons velhos tempos, os anos passados, quando Hollywood e não só tinha grandes ideias e criava produtos destinados a entrar para a história do cinema. Temos confiança: esperamos que venham grandes títulos.  

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