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Os BTPs vão a leilão após a quarta-feira negra causada por Espanha e Grécia

Novo leilão do Tesouro após um dia de pesadelo nos mercados devido a temores relacionados a Espanha e Grécia - Nova parada dos países triple A contra Madri - O efeito revigorante dos bancos centrais parece
já desapareceu – Na Piazza Affari são sobretudo os bancos que descontam as tensões nos mercados – Bolsas em balanço, mas o spread ainda está em 375.

Os BTPs vão a leilão após a quarta-feira negra causada por Espanha e Grécia

BTPs VÃO A LEILÃO APÓS QUARTA-FEIRA NEGRA. NOVA ALTOLA' DOS PAÍSES “TRIPLE A” CONTRA MADRID

Madri volta ao centro das atenções (e do medo) das finanças internacionais. Esta manhã, o governo espanhol apresentará o novo plano para reduzir o déficit público. É óbvio que entre as medidas que o primeiro-ministro Mariano Rajoy anunciará estarão as reduções na previdência social, tema que corre o risco de provocar fortes reações nas ruas e nos sindicatos, enquanto a onda separatista cresce na Catalunha, onde foram convocadas eleições regionais com duas anos antes da maturidade natural. Até a Grécia, chocada com os protestos de rua, continua sendo uma frente quente, com o Fundo Monetário Internacional que soou o alarme sobre a necessidade de uma nova reestruturação da dívida.

As tensões em Espanha deverão ter os seus efeitos no leilão mais exigente do Tesouro italiano, hoje dedicado a BTP e obrigações a 5 e 10 anos. Enquanto isso, os mercados se perguntam se o efeito Draghi já desapareceu. A queda de ontem foi a mais forte desde o passado dia 2 de agosto, quando os mercados saudaram o resultado, ainda interlocutório, da direção do BCE com uma avalanche de liquidações. Em Milão, o índice Ftse/Mib caiu 3,3%, menos do que em Madri -3,9%. A queda do Eurostoxx 50, índice blue chip, também foi forte, com queda de 2,7%. O euro cai para 1,2881. O petróleo bruto também caiu fortemente: o wti perdeu 2,25%, fixando-se em 89,31 dólares o barril.

As nuvens negras que pairam sobre a dívida soberana pesam ainda mais: os espanhóis Bonos estão de volta aos 6%, algo que não acontecia há meses. O rendimento do BTP de 10 anos saltou para 5,18%, ante 5,07% no dia anterior. O spread disparou para 381.

Pela manhã, concluiu com sucesso o leilão com o qual o Tesouro colocou 9 mil milhões de euros em obrigações a seis meses com uma yield de 1,503%, a mais baixa desde março. Mas a ligeira queda de 1,585% no leilão do final de agosto foi menor do que o esperado.

Assim cresce o temor de que o remédio dos bancos centrais já tenha esgotado seus efeitos. Principalmente na Europa, assolada pelos habituais problemas de governança. A causa desencadeadora das vendas, de fato, está na declaração conjunta dos ministros das finanças AAA (Alemanha, Holanda e Finlândia) que descartaram que o novo fundo de poupança do Estado possa emprestar dinheiro diretamente aos bancos (pelo menos não antes a reforma da supervisão) ou saldar dívidas passadas. O dinheiro deverá ser solicitado diretamente ao governo espanhol, com efeitos pesados ​​nas finanças públicas. Assim, a decisão tomada por unanimidade há alguns meses é contrariada.

O efeito do banco central também dominou a sessão na Ásia e nos EUA. Em Xangai +0,3% e em Hong Kong +0,5%, no entanto, os mercados de ações estão se recuperando. Isso se deve ao forte declínio dos dados trimestrais chineses que, segundo as operadoras, obrigarão o primeiro-ministro Wen Jiabao a intervir com estímulos massivos, até agora adiados por temer o efeito sobre a inflação.

Já em Wall Street, a sessão foi dominada não só pelas notícias sobre Espanha e Grécia (hoje um embate no Parlamento sobre o pacote de cortes proposto pelo primeiro-ministro Antoni Samaras) pelo eco das declarações do presidente da o Fed da Filadélfia Charles Plosser, membro sem direito a voto do Comitê Monetário do Fed (FOMC). Segundo o banqueiro, o QE3 não vai impulsionar a economia e o emprego, ao mesmo tempo que aumentará os riscos de inflação e perda de credibilidade do banco central americano.

Além disso, o mercado imobiliário norte-americano não deu o sinal de viragem que as autoridades americanas esperavam: em agosto, as vendas de casas novas não ultrapassaram as 373 unidades, praticamente inalteradas face ao mês anterior (372), enquanto os economistas registaram um aumento para 380 mil são esperados.

Isso também contribuiu para o declínio em Wall Street: o Dow Jones caiu 0,33%, o S&P500 -0,57%, o Nasdaq -0.77%. John Chambers, CEO da Cisco, anunciou ontem sua renúncia. Assim sai de cena um dos personagens lendários da primeira onda da nova economia. Na Europa, as vendas atingiram principalmente bancos (Stoxx no setor -4%), indústria automobilística (-3,2%) e ações de tecnologia (-2,8%).

Em Milão Unicredit caiu 5%, Banco Popolare perdeu 6,1%, Ubi  -5,7% Intesa  -4,6% Montepaschi  -4,1%. Banca Popolare de Milão  -5,7%. Perdas pesadas mesmo para Geral -3,8% e Mediolanum -5,2%. na paisagem europeia Deutsche Bank  fechou em queda de 6,2%, BNP Baribas  -4,7% ubs  -4,2%. Sensível ao preço do petróleo, Eni  caiu 2,6%, acompanhado por Saipem  -2,1% e Tenaris -2%. Entre os industriais, decreto  perdeu 3,8%, Pirelli -2,9% Finmeccanica  -2,3% Prysmian -2,7%. Maior desconto para StM  que perdeu 4,2% após o aviso de lucro de Infineon de ontem. Enel fechou em queda de 3,9%, Telecom Itália  -3,2%.

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