Fora os 65 mil hipotetizados há meses pelo Governo: o número de despedimentos é ainda superior à estimativa da CGIL, que no início da polémica tinha falado em 350 mil trabalhadores. Hoje verifica-se que este exército conta pelo menos pessoas 390.200. Os dados estão contidos no Relatório que o INPS enviou ao Ministério do Trabalho antes da assinatura do decreto que fixou a cota dos chamados "salvaguardados" em 65, os únicos que poderão se aposentar com os antigos requisitos em 2012 e 2013.
O texto, assinado pelo gerente geral do INPS Mauro Noris e antecipado pela Ansa, calcula o número total de pessoas em êxodo com base nas regras contidas no decreto Salva Italia e no Milleproroghe, lançado no inverno passado.
O termo "êxodo" refere-se aos trabalhadores que concordaram em deixar seus empregos - assinando um acordo com a empresa - na crença de que podem se aposentar nos próximos dois anos. Com a reforma da previdência de Elsa Fornero, porém, essas pessoas não têm mais o direito de se aposentar na hora e correm o risco de ficar sem nada na mão: nem emprego, nem pensão.
A reação do governo é imaginável e, de fato, poucas horas depois o INPS dá uma sensacional reviravolta e garante que nunca deu números diferentes do passado, ou seja, que são 65 expatriados. Mas, a essa altura, a omelete está feita e a credibilidade do INPS sofre um duro golpe: errou antes ou depois?