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Grécia na prorrogação e mercados sob estresse novamente

Fumaça negra ontem em Bruxelas sobre a Grécia e última chamada na nova cúpula de hoje: a questão principal é a das pensões – Efeito Alfa para a FCA – Primeiro teste na Piazza Affari para o formato Telecom Vivendi – Hoje a decisão Mondadori-RCS Libri – Intesa Sanpaolo o chinês a 2% – O aumento de capital da Carige está fechado

Grécia na prorrogação e mercados sob estresse novamente

A partida grega foi para a prorrogação. No final da noite, os ministros europeus concordaram em adiar o Eurogrupo para !3 hoje com o objetivo de alcançar o tão esperado acordo até a tarde, antes da cúpula sobre imigração. Enquanto isso, as reuniões continuaram durante a noite. A incerteza se refletiu nos mercados financeiros.

A Bolsa de Valores de Tóquio (-0,4%) começa a fechar em terreno negativo após seis dias de alta. Os outros mercados asiáticos estavam fracos. Entretanto, o processo de modernização das finanças chinesas continua, por etapas forçadas: foi abolido o constrangimento administrativo que impunha um teto ao rácio entre depósitos e empréstimos. As ações dos bancos sobem em Xangai +0,7%, mas a bolsa registra nova queda.

Forte retrocesso nos índices americanos: Dow Jones cai 1%, S&P e Nasdaq -0,7%. A tendência do PIB no primeiro trimestre foi revisada para cima -0,2% (contra os -0,7% iniciais): assim, aumentam as chances de alta de juros já em setembro. A relação euro/dólar manteve-se estável acima de 1,12.

PREÇOS EUROPEUS EM VERMELHO: MILÃO 0,6%

As notícias vindas da frente grega dominaram a sessão das bolsas europeias, em constante fibrilação. No final da sessão em Milão, o índice Ftse Mib perdeu 0,6%, após fortes oscilações. A meio da manhã, o índice milanês atingiu o mínimo de 23.240 pontos, coincidindo com o anúncio de Tsipras de que os credores não aceitaram as propostas enviadas pelo país. Madrid (-0,7%), Paris (-0,24%) e Frankfurt -0,6% também caíram. Em terreno positivo apenas Londres +0,15%, fora da zona euro. 

O spread Btp/Bund, que subiu durante o dia para um pico de 142 pontos, situou-se em 133 pontos. A Bolsa de Valores de Atenas perdeu 1,7%, após dois dias de grandes altas. O rendimento do título grego de 2 anos aumenta de 1,1% para 21%.

GRÉCIA: A ÚLTIMA EDIÇÃO SÃO AS PENSÕES

Pensões, mas não só. A opinião negativa do Fundo Monetário provocou a última (esperamos) divergência sobre o acordo. Na opinião de Christine Lagarde, o projeto apresentado por Atenas prevê poucos cortes (principalmente na previdência) e muitos impostos, com risco de sufocar a economia. Se não houver mudança, é a tese do instituto, a situação em Atenas continuará insustentável. A única alternativa seria a reestruturação da dívida de Atenas, uma solução desaprovada pela UE e não prevista no estatuto do BCE. 

A Grécia, por sua vez, está resistindo: Tsipras sabe que um novo colapso na frente de pensões (depois de avançar a idade de aposentadoria) pode resultar no não do Parlamento. O fator tempo condiciona a última rodada: o empréstimo com o FMI vence no final do mês. 

VENDI COM 14,9% NAS TELECOM: "PRONTA PARA COMPRAR"

Começa a temporada de Vincent Bolloré na Telecom Italia. A Vivendi, presidida pelo financista bretão, anunciou ontem à noite que detém 14,9% das ações ordinárias da Telecom Italia (-1,1% na Bolsa ontem). Numa nota do grupo francês que refere que o novo “acionista de referência pretende acompanhar a Telecom Italia a longo prazo”. A empresa presidida por Vincent Bolloré recebeu 1,11 bilhão de ações ordinárias (8,24%) da Telecom Italia, em troca de 4,5% do capital da Telefonica Brasil, conforme previsto na escritura de venda da Gvt para a Telefonica (operação fechada em 28 de maio do ano passado ). 

Separadamente, o grupo francês, que adquiriu recentemente 1,90% das ações ordinárias do antigo incumbente, voltou a aumentar a sua participação em 22 de junho em 4,76% para um total de 6,66%, com um investimento total da ordem de cerca de mil milhões de euros. “A entrada no capital social de uma importante empresa italiana – prossegue a nota – insere-se na estratégia da Vivendi para se estabelecer num país que partilha a mesma cultura latina e raízes idênticas”.

Às vésperas da disponibilização da banda larga, mais uma vez adiada, entra em campo um player que tem 10 bilhões em caixa para investir também na Itália. 

VENDA MEDIASET, HOJE A DECISÃO MONDADORI-RCS BOOKS

O planeta Fininvest está em crise. Mediaset subiu 0,5%: Mediobanca Securities confirmou a recomendação de superação e o preço-alvo de 4,98 euros após os comentários do CEO da Rai Pubblicità, Fabrizio Piscopo, que destacou um aumento surpreendente (+9% ano a ano) da publicidade no mês de maio. A Cairo Communication também está crescendo (+2,3%).

O Conselho de Administração da Mondadori se reunirá hoje para avaliar a possível oferta pelo Rcs Libri tendo em vista o término do exclusivo na próxima segunda-feira. É provável que a diretoria dê mandato ao CEO Ernesto Mauri para prosseguir com a proposta de compra entre 120 e 150 milhões. Por outro lado, está à vista a venda do rádio R101 a Lorenzo Suraci, dono da Rtl 102,5, por cerca de quarenta milhões.

Destaques no setor de torres Rai Way: Berenberg começou a proteger as ações com uma classificação de compra e um preço-alvo de 4,85 euros. Para analistas, a cotação da bolsa não reflete o upside que poderia advir de uma potencial consolidação com a Ei Towers (inalterado). 

FCA: GIULIA NO CAMINHO. MAS AS NEGOCIAÇÕES COM A GM ESTÃO PARA CIMA

"O relançamento da Alfa é um dos projetos mais importantes da minha carreira", disse Sergio Marchionne ao apresentar o novo Giulia Quadrifoglio em Arese, o primeiro fruto do plano industrial que para a Alfa Romeo coloca "mais de 5 bilhões de euros de investimentos em o prato e um plano de produto agressivo, do qual o Giulia é apenas o começo”. Depois virão “mais sete modelos nos próximos anos e em 2018 gostaríamos de chegar às 400 unidades vendidas, quase seis vezes mais do que no ano passado, quando foram 68”. E acrescentou: "Antes de 2018 todos voltarão das demissões para Mirafiori".

A gestora, no entanto, reconheceu que a força para uma fusão com a GM não deu frutos. "Estamos muito longe de qualquer cenário que envolva uma oferta aos acionistas da GM", visando a integração entre os dois grupos, disse o CEO. Quanto à colocação de 10% da Ferrari, Marchionne especificou que o grupo está trabalhando e que "em algumas semanas, será apresentado um pedido à SEC para a listagem das ações em Wall Street".

A operação será concluída dentro do ano, de acordo com as previsões do grupo, não antes de 12 de outubro, enquanto a cisão da empresa está prevista para o início de 2016, que entregará uma ação da Ferrari a todos os acionistas da FCA. Pela manhã, o Goldman Sachs revisou para baixo o preço-alvo da ação de 20,1 euros para 19 euros. O banco de investimento confirmou o seu rating de compra, considerado pelos analistas “a melhor escolha do setor automóvel europeu, o título com maior potencial de valorização”.

FECHA O AUMENTO DA CARIGA (-5,4%). ENTENDENDO, OS CHINESES ESTÃO CHEGANDO 

As tensões na frente grega marcaram o dia para o setor bancário. Apenas a Ubi Banca sobe (+0,53%), recuperando as perdas de terça-feira. Os outros populares foram fracos: Banco Popolare -0,13%, Bper -0,18%, Bpm -0,51%. As grandes estão em baixa: Intesa -0,82%, apesar da notícia de que o Banco Popular da China detém 2,0% do capital do Intesa Sanpaolo. Unicrédito -1,17%, Mps -2,04%. 

Pesado o baque de Carige (-5,4%). Hoje encerra-se o aumento de capital para 850 milhões. No setor financeiro, destaque para a Azimut (+1,43%). O Citigroup confirmou sua visão positiva sobre o setor italiano de gestão de ativos.

PEDIDOS PARA FINCANTIERI, SAIPEM EM ASCENSÃO

A recuperação da Saipem continua (ontem +1,4%) impulsionada pela promoção do Deutsche Bank e pelas perspetivas abertas pelo acordo preliminar entre a Rússia e a Grécia para a passagem do gasoduto proveniente da Turquia. 

 No setor de Petróleo e Gás, Tenaris (+0,71%) e Eni (+0,24%) também subiram. Erg +0,27%. O Banca Imi elevou o preço-alvo da ação para 14,8 de 14,6 euros, confirmando a recomendação de compra.

Luxo fraco: Yoox (-3,8%) foi a pior blue chip do dia. Ferragamo (-1,14%), Moncler (-1%) e Luxottica (-0,9%) também caíram.

Em contraste, Safilo, uma das ações mais animadas com um aumento de 2,2%. O corretor francês Bryan Garnier elevou a recomendação para Buy from Hold, mantendo inalterado o preço-alvo de 15 euros.

A Fincantieri (+0,65%) celebrou a assinatura com a Virgin Cruises de uma carta de intenções vinculativa para a construção dos três primeiros navios de cruzeiro da empresa, a nova operadora do setor de cruzeiros pertencente ao grupo Virgin.

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