comparatilhe

Governo e dívida pública, a que distância está o "momento Minsky"?

Quando é escolhido o ministro da Economia, o novo governo, que parece estar orientado para uma política económica baseada na despesa deficitária, não pode deixar de se perguntar até que ponto do crescimento dos poupadores da dívida italiana confiarão no Estado italiano

Governo e dívida pública, a que distância está o "momento Minsky"?

Agora que o professor Conte deve submeter o nome do ministro da Economia e Finanças à aprovação do presidente Mattarella, é imperativo que o debate sobre as finanças públicas, inevitavelmente associado à figura do novo ministro da Economia, leve em conta não apenas os novos fluxos (défices orçamentais) que alimentarão a dívida pública, mas também a questão do stock de dívida pública existente e a sua gestão. É, pois, necessário que os cantores mais tagarelas da oportunidade de financiamento de novas despesas ou redução de receitas deficitárias, inesperadamente associadas a imaginativos efeitos multiplicadores, tenham em conta as contas mais modestas da DGT (Direcção-Geral do Tesouro): cada déficit deve ser contabilizado e financiado com a emissão de um montante correspondente de títulos do governo.

Com palavras mais corretas, deve-se comunicar à opinião pública que o déficit orçamentário é financiado com as poupanças dos poupadores italianos e estrangeiros que subscrevem títulos do governo: que se somam ao estoque pré-existente de títulos da dívida pública. No caso da Itália, deve-se sempre deixar claro que a colossal montanha de sua dívida pública é financiada por famílias e empresas que confiaram no Estado para pagar a dívida e pagar alguns juros. Em outras palavras, a dívida do estado é a riqueza na carteira dos poupadores que confiaram nela.

Mas até que ponto do crescimento do estoque da dívida italiana os poupadores confiarão no Estado italiano? Será que os clérigos imaginativos que rezam pelos novos déficits e os autodenominados keynesianos subestimaram ou ignoraram completamente o risco de se aproximar do "momento Minsky"? Que leva o nome das análises de um dos mais famosos e apreciados economistas keynesianos, embora menos lido em nossas academias? Autor de um ensaio publicado na primeira metade da década de XNUMX, com o título profético “Poderia se repetir? Instabilidade e finanças após a crise”.

De fato, ele anotou o relatório do BIS de 2008 sob o evocativo título "fim do (impossível) e corrida" que (página 8) o "momento Minsky" coincide com "a consciência e o desengajamento" por parte dos operadores do estabilidade financeira dos mercados, que, no caso italiano, poderá dizer precisamente respeito ao "descompromisso" com a renovação e subscrição de títulos de dívida pública: em particular quando, dentro de alguns meses, o BCE deixar de estabilizar os títulos públicos mercado.

De fato, é preciso lembrar que, subjacente à relação dívida pública/PIB, muitos políticos tão disant economistas esquecem que cerca de 33% da dívida pública italiana está fora das fronteiras nacionais, para grande vergonha dos soberanos. Acresce que a vida média das obrigações do Estado, todas denominadas em Euros, é de 6,9 ​​anos. Em média, isso significa que cerca de 350 bilhões de euros devem ser renovados a cada ano no vencimento, caso contrário, a dívida pública entrará em default. Isso exige que o governo soberano mantenha e/ou conquiste a confiança dos detentores do estoque de títulos da dívida pública com palavras de pedra que não podem ser resumidas em um twitter.

De fato, se a mão hábil e severa do Presidente Mattarella zelar pelas leis carentes de abrangência, exercendo a faculdade de encaminhar às Câmaras as leis que desrespeitam o artigo 81 de nossa Carta Constitucional, no caso da gestão do estoque da dívida pública é o delírio dos políticos mais tagarelas e imprudentes que, junto com as tendências anti-euro e a saída dele, podem nos aproximar perigosamente do "momento Minsky". Ou seja, o futuro ministro da economia deve estar bem ciente de que o mais difícil é manter as palavras da política não só para deixar de enganar a opinião nacional, mas também para não continuar a desorientar os mercados financeiros que todos os dias votam os seus confiança nos governos nacionais, para grande desgraça dos soberanistas.

Comente