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Fusões bancárias: prova de casamento entre o Bpm e o Banco Popolare com o consentimento do Banca d'Italia

Ou será feito até fevereiro ou a fusão entre Bpm e Banco Popolare corre o risco de pular, o que pode levar ao terceiro maior grupo bancário italiano - Ubi cauteloso em Mps enquanto Poste se retira - Draghi fala hoje - Medos no mercado de ações pela nova desaceleração chinesa mas futuro positivo na Europa: janeiro pior mês desde 2009 para listas de preços – Google mina a supremacia da Apple

Fusões bancárias: prova de casamento entre o Bpm e o Banco Popolare com o consentimento do Banca d'Italia

Vamos começar de novo, com a esperança de que o remédio das taxas abaixo de zero do Banco do Japão dê uma sacudida nos mercados para ressurgirem dos turbilhões de um janeiro horrível, marcado pelo colapso do petróleo, o crise chinesa e pela desaceleração da locomotiva norte-americana (apenas +0,7% do PIB no último trimestre de 2015).

A longa vaga de medidas decididas na sexta-feira permitiu um arranque positivo em Tóquio (+1,8% a meio da sessão) e em Sidney (+1%). Mas a crise criou rachaduras profundas, que não serão fáceis de reparar com efeitos negativos para muitos mercados.

Pelo quinto mês consecutivo, o índice PMI chinês, agora em plena contração (48,2), cai. A produção industrial sinaliza nova desaceleração da demanda, confirmada pelo desempenho do PMI japonês (-0,1%). O valor anulou a subida das listas de Hong Kong (-0,5%) e da China: Xangai -1,3%, Shenzhen -0,5%.

O impacto na Coreia do Sul é forte: as exportações caíram 18,5% em relação a janeiro de 2015, a queda mais violenta desde agosto de 2009. O PMI indiano também caiu.

Preços do petróleo voltam a cair: o Brent é negociado a 35,4 dólares (-1,4%). A queda do petróleo bruto está colocando em risco a estabilidade financeira dos produtores. Ontem à noite, a Nigéria levantou a bandeira branca, obrigada a recorrer a um empréstimo do FMI e do Banco Mundial, tal como acontecera em 2008/09. Na sexta-feira, a dívida do Azerbaijão, um grande produtor de gás natural, caiu pela primeira vez na categoria de junk bonds. O fundo soberano de Baku perdeu 16,8% desde este verão. 

A desaceleração da China não deve comprometer a abertura das bolsas europeias, que devem subir após a pressão de sexta-feira. Futuros informam Londres +23 pontos para 6.107, Paris +1 bps para 4.418, Frankfurt +22 bps para 9,820.

A AGENDA: DRAGÕES, ÍNDICES PMI E CAR DATA

A disputa pela Casa Branca ganha vida nesta semana com o caucus de Iowa: entre os democratas frente a frente entre Bernie Sanders e Hillary Clinton, no campo republicano Donald Trump comanda Ted Cruz. Os dados macroeconômicos mais significativos dos EUA dizem respeito ao emprego: 170.000 novos empregos. Hoje, destaque para Mario Draghi, que apresentará o relatório anual do BCE ao Parlamento Europeu à tarde.

A alta administração do Banco da Inglaterra se reunirá esta semana. O aumento das taxas de juros parece excluído: os EUA anteriores estabeleceram o padrão. Dia cheio de dados macroeconômicos Após a divulgação dos índices PMI asiáticos, pela manhã será a vez da Europa. Também em destaque na Itália estão os dados dos registros de carros em janeiro.

GOOGLE NO ATAQUE DO RECORDE DA APPLE 

Chuva de dados à frente para a América corporativa. Eles apresentam as contas de mais de cem empresas, incluindo Exxon, GM, Pfizer e Ralph Lauren. O dado mais aguardado desta noite é o da Alphabet (ex-Google) que pode fazer uma ultrapassagem sensacional da Apple: apenas 23 bilhões de dólares separam a capitalização do buscador (516 bilhões de dólares) da da Apple (539 bilhões). 

A Google, tal como os restantes membros do "fang club", ou "Fang" das iniciais dos títulos mais dinâmicos da nova economia (Facebook, Amazon, Netflix e a mesma casa de Mountain View), goza hoje dos favores do mercado. Já a Apple (-19% nos últimos três meses) desconta a desaceleração nas vendas do iPhone. 

Warren Buffett vai à Internet contra os interesses dos hotéis de Omaha que esgotam todos os anos por ocasião da reunião da Berkshire Hathaway (30 de abril), que atrai cerca de 40 poupadores à cidade de Nebraska durante três dias. A financiadora, além de sugerir o uso do Airbnb para evitar as altas tarifas impostas pelos hoteleiros, decidiu colocar o evento online via webcast. Também será possível aos assinantes agendar e tirar dúvidas remotamente. 

O CASAMENTO BMP-POPULAR PARA ESQUECER O JANEIRO NEGRO

As cinco piores ações da Bolsa de Valores de Milão em janeiro são todas de bancos: Monte Paschi -45%, Banco Popolare -35%, Unicredit -32%, Ubi Banca -30%. Roteiro semelhante da última semana, quando a camisa preta caiu para Mps (-11,6%), seguida por Unicrédito (-11,2%) e Bpm (-8,2%). 

É nesse cenário conturbado que o setor de crédito se prepara para iniciar a temporada de fusões, tantas adiadas. Com a bênção do governador do Banco da Itália, Ignazio Visco, que pediu aos banqueiros mais capacidade e recursos internos a serem alocados para a liquidação de empréstimos inadimplentes, bem como um rápido corte de custos, necessário para reiniciar as margens de juros. 

Na plataforma de lançamento estão o Bpm e o Banco Popolare. O CEO do grupo Veneto, Pier Francesco Saviotti, chegou a dizer por ocasião da conferência Assiom Forex que a operação será feita dentro de um mês ("ou não será feita novamente"). Mais cauteloso Giuseppe Castagna, CEO do Milanese Popolare, que assumirá a liderança do novo grupo, o terceiro maior do sistema, dado que os dois bancos têm uma capitalização semelhante (Bpm 3,1 bilhões, Banco 2,8 bilhões), a operação assume a forma de uma 'fusão de iguais'. 

UBI CUIDADO COM MPS. E OS CORREIOS SAEM

Ubi-Mps também está no centro das atenções do mercado. “Não há dossiê aberto, mas não temos decisão sobre ninguém”, disse o CEO do grupo lombardo Victor Massiah, sobre a hipótese de casamento com o MPS. “Os parâmetros que buscamos para uma operação são a criação de valor e a simplicidade de governança – acrescentou –, então precisamos entender plenamente as garantias do governo sobre o sofrimento que estamos estudando”. 

Fabrizio Viola, CEO da Monte Paschi, respondeu que um casamento com a Ubi "do ponto de vista industrial é uma operação que pode ser considerada e estudada". Porém não "não houve contato". 

Por falar em deputados, cabe registrar a negativa seca da Poste Italiane: não estamos interessados ​​em fusão. Enquanto isso, o Bper reiterou que estava analisando cuidadosamente uma fusão com o Credito Valtellinese e o Popolare di Sondrio. 

Entretanto, Federico Ghizzoni não descartou que a Unicredit possa utilizar o mecanismo de alienação de créditos malparados bancários desenvolvido pelo governo italiano em acordo com Bruxelas. Aumento do capital? "Nada por enquanto. Você vai ver as contas de 2015”.

BOLSAS MUNDIAIS DE VALORES, O PIOR MÊS DESDE 2009

Os mercados financeiros fecharam um mês catastrófico sem arrependimentos, apenas amenizados pela recuperação final favorecida pelas medidas japonesas. Em janeiro, o índice geral das bolsas MSCI Global caiu 7,8%. Para encontrar um dado pior, é preciso voltar a janeiro de 2009 quando, cinco meses após a falência do Lehman Brothers, as cotações recuaram em média 8,8%. 

Mesmo assim, como de fato aconteceu no mês passado, houve uma escassez repentina de calouros: nem mesmo um IPO nas listas dos EUA enquanto a Coima Res (Manfredi Catella) e a Idea Re na Piazza Affari adiaram o road show dedicado aos investidores. Olhando para os precedentes, não é legítimo ter esperanças de uma rápida recuperação. 

Fevereiro de 2009 foi ainda pior (-10,5%), mas lançou as bases antes da formidável recuperação iniciada a 9 de março desse ano: o índice S&P, dos mínimos para 666, iniciou a longa marcha ascendente marcada pelas intervenções dos bancos centrais , liderado pela Fed, que permitiu alcançar uma sequência de aumentos igual a 137% até ao verão de 2015.

PRAÇA DE NEGÓCIOS EM JANEIRO PIOR QUE BRASIL

A história vai se repetir? Enquanto esperam que o BCE tome as medidas já prometidas em março e, sobretudo, que a Fed desista de novas altas pelo menos até ao outono, os mercados tentam pôr fim ao janeiro de horrores.

Na Piazza Affari, apesar da alta de 2,5% na sexta-feira, o índice FtseMib fechou a semana com queda de 1,95%, quinta semana consecutiva de queda. A perda desde o início do ano é de -12,5%. 

Para sublinhar o desempenho negativo de Milão, condicionado pela quebra da banca, basta uma comparação com os mercados emergentes: a bolsa brasileira, expressão de um país em recessão, aliás afetado pela epidemia, perdeu apenas 10% desde janeiro (em euros).

No entanto, a pior bolsa é a de Xangai (-22%) à frente de Hong Kong (-19,3%). Para as outras bolsas europeias correu melhor, mas não muito: Frankfurt caiu 9%. Em Wall Street há -9% do Nasdaq e -6% do S&P500 e Dow Jones.

ÓLEO, SINAIS DE RECUPERAÇÃO 

A tendência do petróleo é tempestuosa. Nos primeiros 20 dias, o crude, condicionado também pelo regresso do Irão ao mercado, caiu para um mínimo de 27,8 dólares o barril (-25% face ao início do ano), para depois recuperar na última semana com os rumores de uma possível mudança de orientação da Arábia Saudita. 

Os preços recuperaram e o mês fechou com o Brent a 34,3 dólares, 8% abaixo do início do ano. Mas a volatilidade continua disparando. E há novas vítimas entre os países produtores: a dívida do Azerbaijão caiu pela primeira vez na categoria de junk bonds.

Os títulos do governo são sólidos sob a égide do BCE. O BTP de dez anos fechou o mês com rentabilidade de 1,41%, após iniciar em 1,59%. O ouro sobe, mas não muito: apenas +5,30%, apesar dos choques nas tabelas de preços e nas matérias-primas. 

LUXOTTICA, UM TESTE PARA A VELHA EVERGREEN

Grande entusiasmo em torno da Luxottica após a terceira reorganização da alta administração em 18 meses, sancionada surpreendentemente pelo Conselho de Administração na sexta-feira. Leonardo Del Vecchio, de 80 anos, volta a assumir a liderança operacional ao absorver as competências da área de mercados já a cargo de Adil Khan, o gestor que deixa o grupo com uma liquidação de 7 milhões de euros.

Massimo Vian mantém o papel de Produto e Operações AD. A nova reviravolta foi motivada pelo fundador com a necessidade de uma “simplificação do modelo organizacional”. 

“Leonardo Del Vecchio é certamente realista sobre o fato de que não consegue imaginar uma presença de dez anos na Luxottica, mas certamente quer voltar a liderar a empresa nos próximos dois ou três anos”, concluiu Adil. O fato é que a estrutura do principal grupo manufatureiro italiano dá mais um passo para trás.

GENERALI, ESTA SEMANA A ESCOLHA DO NOVO CEO

A decisão dos grandes acionistas da Generali para o período pós-grego é esperada para esta semana. A solução interna foi favorecida: Philippe Donnet, atual CEO da Generali Italia, ou o CFO Alberto Mignali. Em sua carta de despedida, Mario Greco agradece Caltagirone e Del Vecchio, sem mencionar os outros grandes parceiros. 

No entanto, o patrono da Luxottica era lapidar. "Nunca houve conflitos" entre o gerente e os acionistas em Trieste, disse ele perante o conselho de administração da Luxottica. “Posso dizer-vos isto porque conheço muito bem os outros accionistas”, sublinhou: “É uma escolha dele que, conjugada, coincide com o facto de ter saído do Zurique como número dois e agora regressar como número um. Eu também teria feito o que ele fez, mas não teria dito as bobagens que ele disse, como dizer que queriam expulsá-lo porque não é absolutamente verdade. Ele tinha um contrato em cima da mesa por dois meses e se quisesse já teria assinado”.

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