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Fs, Mazzoncini: "Estou saindo por causa do sistema de espólios, mas estou saindo de super contas"

Em carta dirigida aos 81 mil funcionários da Fs, Mazzoncini se despede da empresa após a decisão anunciada por Toninelli de demitir toda a diretoria. O desabafo do gestor: “Em três anos, as melhores demonstrações financeiras de todos os tempos: crescimento de 60% em relação aos três anos anteriores”. Forte aumento de passageiros nos trens

Fs, Mazzoncini: "Estou saindo por causa do sistema de espólios, mas estou saindo de super contas"

“Caros amigos, passados ​​pouco menos de três anos, na sequência da decisão do novo Governo de aplicar o estraga o sistema, estou deixando meu cargo de CEO da Ferrovie dello Stato Italiane”. Estas são as palavras que o diretor cessante da Ferrovie dello Stato, Renato Mazzoncini, dirigiu aos seus quase ex-funcionários após a decisão do governo de demitir todo o conselho de administração da empresa.

No dia 25 de julho, por meio de postagem no Facebook, o ministro da Infraestrutura e Transportes, Danilo Toninelli, anunciou que assinou a zeragem da diretoria da FS por questões "éticas" e para “fechar com o passado”. Não é por acaso que fontes do mesmo ministério responderam de imediato à carta do dirigente: "A cassação do conselho de administração da FS, estabelecida nos termos de lei estadual, decorre da inobservância de cláusula ética precisa do estatuto em relação ao cargo de CEO".

Com efeito, o artigo 10.º dos estatutos da Ferrovie prevê que o conselho de administração em caso de indiciamento, o conselho de grupo pode (mas não deve, não há obrigação) deliberar a cassação do administrador "por justa causa, sem direito a indemnização por danos e prejuízos, a menos que o conselho de administração, no prazo de dez dias acima referido, proceda à convocação da assembleia, a realizar nos sessenta dias seguintes". Em vez disso, o conselho de administração decidiu manter Mazzoncini em seu cargo, apesar da acusação de fraude.

Porém, Mazzoncini não concorda e defende o que tem sido sua diretoria: "Para quem como eu tem o transporte público no sangue, não é difícil contar o privilégio e a experiência de chegar aos 47 anos à frente desta extraordinária empresa em o país e fazê-lo crescer como nunca antes. “Tudo isso foi possível graças a um grande conselho, que entre outras coisas reforçou todas as salvaguardas de governança para garantir a transparência e integridade na gestão corporativa, uma grande equipa de gestores empenhados e bem preparados e à numerosa família de ferroviários, autêntico património do país, a quem agradeço sinceramente pelo empenho quotidiano e pelo extraordinário acolhimento que me dispensaram".

"Neste triénio – prossegue a carta – crescendo a um ritmo anual de 18% fechou os melhores balanços de sempre com um lucro médio de 645 milhões de euros, que cresceu 60% em relação ao triênio anterior. Ao mesmo tempo trouxe investimentos de uma média de 4 bilhões nos três anos anteriores para 6 em 2017 e 8 em 2018 com a chegada de Anas”. A FS “já vale 2% do PIB do país e emprega 81.000 pessoas diretamente e 240.000 indiretamente. E especialmente entre 2014 e 2018 o número de passageiros nos trens cresceu 25%, o real objetivo do nosso trabalho”, adiciona.

"Relativamente à caducidade do Conselho de Administração - prossegue - refira-se que o 'incumprimento' da cláusula deontológica, relativa ao cargo de administrador delegado, não se refere a qualquer acto contra legem do órgão de administração que em qualquer caso operado de acordo com prerrogativas inteiramente legítimas".

Nesse contexto, porém, é preciso ressaltar que ainda não foi notificada a portaria de revogação do conselho de administração da Ferrovie, assinada pelos ministros Toninelli e Tria (o MEF é o único acionista da FS com 100% do capital). No entanto, a medida está em fase de finalização e, para invalidar o conselho de administração, recorreria a um artigo da chamada “lei Frattini” – artigo 6º da Lei nº. 15 – que efetivamente permite ao governo intervir na alta administração das subsidiárias, caso estas tenham sido indicadas nos seis meses anteriores à chegada do novo executivo.

 

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