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Fincantieri: batalha Itália-França nos estaleiros de Saint Nazaire

A França reivindica cinquenta por cento do controle dos estaleiros de Saint Nazaire, mas a Itália não desiste de 51%, mesmo que esteja disposta a modificar parcialmente o acordo que atribui a usina à Fincantieri, que atualmente detém 66,7%. A ação da Fincantieri afunda no mercado de ações. Resposta dura de Calenda: “Pare na Stx se faltarem condições” – Relatório semestral publicado: forte crescimento do ebitda e dos lucros.

Fincantieri: batalha Itália-França nos estaleiros de Saint Nazaire

Afinal, quem controlará os importantíssimos estaleiros franceses de Saint Nazaire, aos quais a Fincantieri foi adjudicada durante meses com uma participação de 66,7%? O governo francês, por meio do ministro da Economia, Bruno Le Maire, insiste que os acordos sejam modificados e que o controle seja cinquenta por cento entre os acionistas italianos e franceses, mas Roma não concorda.

Nosso Ministério da Economia e Finanças, liderado por Pier Carlo Padoan, que apoia a causa de Fincantieri, disse estar disposto a atender aos pedidos franceses, também apoiados na campanha eleitoral pelo presidente Emmanuel Macron, mas não abrir mão do controle , que está em mãos italianas. Mas o ministro do Desenvolvimento, Carlo Calenda, entrou em campo com uma declaração que não deixa margem para hesitações: “Sobre Stx fomos claros desde o início. O anterior governo francês pediu à Fincantieri que se interessasse, e a Fincantieri o fez com um sólido projeto industrial que tem algumas condições fundamentais. Estas condições são do conhecimento do Governo francês, do anterior que assinou um acordo e do actual: não temos intenção de avançar se não existirem estas condições”.
 
Para amenizar o lado italiano, os franceses estão dispostos a estender o acordo também ao lado militar, cobiçado pela Fincantieri porque possibilitaria ampliar o mercado e fazer negócios importantíssimos, mas o ponto chave é o controle e operacional gestão do sistema que não possa dar origem a confusões que compliquem a vida da empresa. A batalha continua aberta.

Na tarde de 26 de julho, a construtora naval também aprovou os resultados do primeiro semestre de 2017, arquivados com receita de 2.295 milhões (+1,3% a/a), enquanto o Ebitda disparou para 146 milhões (+29,2% a/ y), elevando a rentabilidade para 6,4% (+140 pontos base). O core business fechou com Ebit em 88 milhões (+44,3% a/a), com rosé em 3,8% (+110 pontos base). O lucro atribuível aos acionistas ascendeu a 13 milhões (+85,7% a/a), registando um forte aumento apesar de um balanço de gestão financeira mais desfavorável face ao período homólogo de 2016 (encargos financeiros líquidos de 39 milhões vs 32 milhões do ano anterior). Os principais agregados económicos estão em linha com o plano de negócios 2016-2020.

Apesar disso o título Fincantieri está sob pressão na Bolsa: conseguiu perder 13% e às 11 da manhã de quarta-feira e menos de uma hora após o fecho, perdeu 8% para 0,966 euros.

(atualizado às 16.45h de quarta-feira, 26 de julho)

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