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Emergência na China e contagem regressiva para a Grécia: mercados altamente voláteis

O Estado chinês intervém para amortecer o colapso do mercado de ações, mas a situação continua em grande risco – Começou a contagem regressiva para a Grécia: acordo até domingo ou falência – The Financial Times promove gestão de ativos italiana – Vivendi: possíveis novas compras em Telecomunicações – O grande calor incendeia a parte elétrica.

Emergência na China e contagem regressiva para a Grécia: mercados altamente voláteis

Xangai perdeu após o grande deslizamento de terra, Wall Street no vermelho após um apagão histórico (3 horas de parada). A zona do euro comemora o início (não o primeiro, talvez o último) da contagem regressiva para a Grécia com um rebote. Aqui está a fotografia dramática dos mercados lutando com o urso. 

A frente mais delicada é a China, no centro de mais um dia de altíssima tensão. A Bolsa de Xangai está prestes a fechar em alta de 2,5%, Shenzen +2,7% depois de começar no vermelho escuro (-3%). Mas a recuperação, que amadureceu na final após uma sessão difícil, é apenas fruto de uma nova dose de incentivos das autoridades monetárias. Em particular, as garantias foram ainda mais reduzidas em benefício de alguns clientes da área pública e que o banco central tem assegurado “capital abundante” para apoiar as compras. Mas, enquanto isso, a lista de empresas listadas suspensas está ficando maior: 1.439 ao todo, mais ou menos a metade da lista.

PROIBIÇÃO DE VENDAS A MAIORIAS ACIONISTAS EM XANGAI

Pequim também recorreu a medidas drásticas para conter o sangramento. A autoridade de controlo do mercado impôs a proibição da venda de acções aos accionistas maioritários das sociedades cotadas nos próximos 6 meses a partir desta manhã. Em suma, pela primeira vez, tenta-se congelar o Urso.

TÓQUIO BUFFERS VAZAMENTOS, WALL STREET ABAIXO DOS NÍVEIS DE JANEIRO

As notícias de Xangai afetaram outros mercados asiáticos. Tóquio, já em queda de 3%, reduziu as perdas para 0,7% depois que as ações chinesas se recuperaram. Hong Kong recuperou 3,5% após a queda dramática de quarta-feira, quando, de acordo com uma operadora, "o mercado foi usado como um caixa eletrônico por clientes chineses em busca de dinheiro para cobrir perdas". Sete roteiros em Sidney e Seul: partida em vermelho escuro, final em recuperação, embora sob a bandeira da incerteza.

As bolsas americanas cancelaram ontem os ganhos de 2015. Pesando em Wall Street, parado ontem por mais de três horas devido a falhas técnicas não especificadas (a hipótese de ataques de hackers negada), a síndrome da China, bem mais grave do que as preocupações para a Grécia, que ficou em segundo plano. O índice Dow Jones perdeu 1,47% (ano acumulado -1,7%), o S&P 500 1,66% (-0,6% em 2015). O Nasdaq, -1,75% ontem, manteve um ganho de 3,7% desde janeiro.

O temor do colapso das bolsas chinesas eclipsou a publicação da ata da última reunião do Fed, que mostrou que o banco central aguarda sinais mais convincentes da economia para iniciar o aumento das taxas, fortemente desencorajado pelo FMI.

A taxa de câmbio euro/dólar se fortaleceu ligeiramente para 1,107, de 1,101 ontem. Petróleo e commodities se recuperaram ligeiramente após as fortes quedas de ontem: Brent a 56,4 dólares o barril (-0,6%), Wti a 51,4 dólares (-1,7%). Os estoques de petróleo foram positivos na Piazza Affari após as recentes quedas: Eni +1,9%, Saipem +4,2%, Tenaris +3,9%. 

EUROPA EM RECUPERAÇÃO, MILÃO +2,6%

As bolsas europeias, focadas no dossiê da Grécia, não sofreram ontem o choque da crise chinesa, que provavelmente será sentido hoje. A Piazza Affari, após quatro dias de fortes quedas, liderou a recuperação das listas europeias. Em Milão, o índice FtseMib fechou em alta de 2,6% com ganhos generalizados em todos os setores, com exceção do luxo atingido pelo terremoto financeiro dos mercados asiáticos. 

A Bolsa de Valores de Paris subiu 0,7%, Frankfurt +0,6%, Londres +0,9%. O mercado de dívida está em boa saúde. O mercado de títulos públicos está em recuperação: o BTP de dez anos foi negociado com rendimento de 2,21% e spread de 153, com queda de 8 pontos base.

TSIPRAS INFLAMES STRASBOURG. E PEDE DINHEIRO AO MEE

Após o ultimato da UE ao governo de Atenas, com a decisão de fixar o prazo para um acordo no domingo, o primeiro-ministro Alexis Tsipras falou ontem ao Parlamento Europeu dizendo que a Grécia apresentará propostas muito concretas amanhã. Entretanto, Atenas apresentou um pedido oficial ao ESM (Mecanismo Europeu de Estabilidade), o fundo para salvar os estados da UE, para um empréstimo. O pedido será avaliado hoje. Enquanto isso, o Ministério das Finanças de Atenas negou os rumores da imprensa segundo os quais se prepara para pagar pensões e salários com "IOUs", uma espécie de segunda moeda temporária.

BANCOS AO RESGATE. LEX PROMOVE GESTÃO ITALIANA

Os bancos estão em alta: Unicredit +3,3%, Intesa +3,5%. Monte Paschi +5,7%: o banco sienense perdeu mais de 25% nas últimas sete sessões. Mediobanca (+3,1%), Banco Popolare (+4%) e Pop estão em alta. Emília +5,6%. 

Grandes elogios do Financial Times às empresas italianas de gestão de ativos. A Lex Column do diário britânico afirma que, dados os múltiplos de mercado em que negociam (Fineco 20 vezes lucros, 18 Banca Generali, 14 Mediolanum e 15 Azimut +1,9%) têm tudo para subir, porque vão a maior parte da crescente arrecadação de capital das famílias italianas, que estão saindo lentamente dos depósitos e títulos bancários.

VIVENDI ACCENDE TELECOM: POSSÍVEIS NOVAS COMPRAS

Telecom Italia brilha (+4,5%): o primeiro-ministro Renzi evitou se reunir com a alta direção da Vivendi, maior acionista da Telecom com 14,9%. Arnaud de Puyfontaine, director-geral da Vivendi, após um encontro com a ministra do Desenvolvimento Económico, Federica Guidi, afirmou que não se pode descartar um maior crescimento do grupo francês na participação accionista da companhia telefónica italiana no futuro. A empresa presidida por Vincent Bolloré teria a possibilidade de subir para 22% por meio da compra de ações de fundos.

Salto da Mediaset, que ganha 5,4%.

O GRANDE CALOR EMPURRA A ELÉTRICA

A onda de calor dos últimos dias aumentou significativamente o consumo de eletricidade. E as grandes produtoras, apesar dos apagões de rede, estão se aproveitando disso. A2A mostra-se com uma subida de 4,5% para 1,060 euros. Na terça-feira, o pico máximo de eletricidade injetado na rede de distribuição da concessionária Lombard de A2A Reti Elettriche atingiu 1.625 MW, aproximadamente 13% a mais que no mesmo período de 2014. 

Ontem também Enel (+2,5%) e Iren (+4%) subiram bem. Enel Green Power brilha (+5,9%): no momento do pico máximo, a demanda nacional foi atendida por uma produção de fontes renováveis ​​próxima a 40%. A Terna, que detém e gere a rede de transporte de eletricidade, fechou em alta de 2,4% para 3,976 euros. A empresa informou que estabeleceu um novo recorde histórico no consumo de eletricidade em 56.883 megaWatts. 

EFEITO CHINA SOBRE AÇÕES DE LUXO

Limite as perdas esta manhã para Gong Kong Prada (-1,6%). Ontem, na esteira da crise chinesa, o luxo foi o único setor negativo da Piazza Affari: Ferragamo -1,9% e Tod's -3,7%. 

Entre os industriais, destacam-se Finmeccanica (+4,2%) e Cnh Industrial (+2%). StM +0,1%, Fiat Chrysler +0,1%, Prysmian +1,8%.

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