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Eleições, cédulas: desafio direto entre Berlusconi e Renzi

Domingo, 25, segundo turno das eleições locais: entre as situações mais incertas, Gênova, Parma, Verona e Sesto San Giovanni. Nas capitais provinciais é um desafio a dois partidos Pd-Centro-Direita. A coalizão tríplice Berlusconi-Salvini-Meloni está à frente em 13 das 22 capitais provinciais convocadas para votação. A centro-esquerda arrisca muito, enquanto o 5 Estrelas tem que lidar com um primeiro turno desastroso. Já domingo à noite os primeiros resultados.

Eleições, cédulas: desafio direto entre Berlusconi e Renzi

Domingo, 25 de junho, 111 municípios com mais de 15 habitantes são chamados às urnas para a eleição do prefeito. O cenário que surgiu após o primeiro turno deixa espaço para uma série de considerações e análises de natureza política. 

Entre as 25 capitais provinciais convocadas a votar nesta segunda volta, Palermo e Cuneo já foram conquistadas na primeira volta pelo centro-esquerda, Frosinone pelo centro-direita. Nos restantes 22, o o centro-direita está na liderança em nada menos que 13 capitais provinciais, Verona e Genova sobretudo, enquanto o Partido Democrático leva vantagem apenas em 6 capitais provinciais (L'Aquila, Lodi, Monza, Alexandria, Lucca, Pistoia). 

Parece difícil tirar conclusões gerais dos resultados da votação de domingo à noite. Se de fato a nível nacional a Forza Italia e o Partido Democrata estão tentando abrir vislumbres de diálogo, nessas administrações eles competem em numerosas capitais. Se, igualmente, parece difícil pensar num acordo Berlusconi-Salvini para as próximas eleições políticas, em muitos dos municípios onde o centro-direita está à frente, Lega e Forza Italia apoiaram o mesmo candidato a prefeito. 

O mesmo pode ser dito da centro-esquerda. As constantes brigas entre Pd e lascas bersaniani do Mdp em termos de direito eleitoral e cenários futuros parecem ter sido reservados para estas eleições. Apesar de tudo, porém, o partido liderado por Matteo Renzi ele arrisca muito nessa rodada eleitoral. 

Apesar de Di Maio e seus seguidores estão convencidos ou tentam fazer crer que obtiveram resultados satisfatórios no primeiro turno, o Movimento Cinco Estrelas está fora de todas as urnas nas capitais provinciais, aguardando a recontagem dos votos em Asti. Esses governos deixaram o entusiasmo de Grillo de lado e a onda de mudanças parece ter diminuído bastante. Porém, é certo que os votos dos eleitores 5 estrelas, se não engrossar o exército de abstenção, serão decisivos no segundo turno. 

O Partido Democrata foi o partido com mais votos no primeiro turno, mas está em declínio tanto no Sul, onde a abstenção é o fator mais forte, quanto no Norte, onde teve que lidar com a Forza Italia e a Lega que, unidos, demonstraram ser capazes de competir. Os cenários que surgiram nas principais cidades eleitorais não podem fazer Renzi e seus seguidores dormirem tranquilos, até porque essas eleições, mesmo que não sejam nas grandes cidades, o trouxeram de volta ao cargo, mais motivado do que antes, Silvio Berlusconi, pronto para entrar em uma cena política regida por brigas, discussões e rancor. 

Vamos agora analisar em detalhes quais cidades oferecem as perspectivas políticas e futuras mais interessantes. 

GÉNOVA - A capital da Ligúria sempre foi um reduto vermelho, mas o resultado da primeira volta lança sérias dúvidas sobre a possibilidade de esta tendência se confirmar. Se a centro-esquerda perder em Gênova, como muitos esperam, o Partido Democrata certamente terá que refletir sobre a gestão desastrosa dos acontecimentos políticos na Ligúria, onde já perdeu a liderança da região para a centro-direita. O gerente Marco poderia se encaixar nesse cenário caótico e pouco claro Bucci, candidato da maxi coligação de centro-direita que obteve cerca de 39% na primeira volta, contra 33% do candidato de centro-esquerda Gianni Peneira

VERONA – Aqui também, como em Gênova, o centro-direita está na frente após o primeiro turno. Com efeito, a candidata dem - Professora Orietta Salemi - nem sequer vai participar no escrutínio, tendo sido derrotada por pouco mais de 2000 votos por Patrizia Bisinela, companheiro do prefeito cessante Flavio Tosi, apoiado por inúmeras listas cívicas após deixar a Liga em 2015. No entanto, o primeiro turno viu a vantagem do candidato da coligação de centro-direita Federico Sboarin, que chegou a quase 30%, mas a ajuda vermelha do Partido Democrata pode fazer vencer Lady Tosi. 

SEXTO SÃO JOÃO - Não é uma capital de província, é verdade, mas Sesto San Giovanni, no imaginário coletivo da esquerda italiana, sempre foi considerada a Stalingrado da Itália, a cidade operária que sempre foi governada pelo PCI e seus herdeiros. Mesmo aqui, porém, o Partido Democrata está em risco, e a sombra de uma derrota torna-se um fantasma cada vez mais presente. A prefeita cessante, a dem Monica Chittò, alcançou 31% dos votos no primeiro turno contra 26% do candidato de centro-direita Roberto di Stefano, com uma diferença de apenas 1400 votos. No entanto, o alarme no município simbólico do interior milanês foi disparado quando o candidato centrista Caponi, que obteve excelentes 24% no primeiro turno, declarou que apoiava Di Stefano na votação. Para o Partido Democrata, portanto, o risco de perder o reduto é alto.  

TREINOS - A situação que surgiu na cidade siciliana é um tanto singular. O candidato mais votado em 11 de junho foi Girolamo fazio, ficou sob investigação e teve que retirar sua candidatura. Assim, apenas o candidato dem Pietro permanece na disputa Savona, que levou 26,27% no primeiro turno. O Partido Democrata vê-se, assim, perante uma situação paradoxal e um desafio muito difícil para este escrutínio: atingir o quórum de 50% dos eleitores e obter pelo menos 25% das preferências. Se a abstenção for vencedora, a cidade será comandada por um Conselheiro indicado pela Região. 

PARMA - O primeiro turno terminou com os dois candidatos muito próximos: Marco pizzarotti, ex-M5S apoiado pela lista Parma Effect, obteve 34,78%, enquanto Paolo Scarpa, candidato do Partido Democrata, obteve 32,73%. Os votos do candidato de centro-direita Cavandoli, que obteve 19%, serão decisivos. Se há cinco anos, numa situação completamente semelhante, os eleitores de centro-direita optaram por votar em Pizzarotti para levar o Partido Democrata à derrota, este ano o maior risco é o da abstenção. 

COMO VOTAR 

Abertura das urnas, domingo 25 de Junho, de 7 a 23. A contagem dos votos terá início logo após o encerramento das urnas, pelo que será possível obter as primeiras indicações sobre o resultado das várias votações já no domingo, final do noite. 

O eleitor vota traçando uma marca no retângulo onde está escrito o nome do seu favorito. o voto é lançado apenas para o prefeito e não é possível escolher a opção de voto em separado. Somente os eleitores que adquiriram o direito de voto no primeiro turno das eleições municipais poderão ir às urnas. Assim, só votarão os eleitores que atingiram a maioridade até 11 de junho de 2017, ficando excluídos os que tiverem conquistado esse direito nos dias seguintes. Aplicam-se a todos as regras do tempo anterior: é necessário apresentar-se munido de documento de identificação e do cartão eleitoral pessoal de caráter permanente.

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