É oficial: em torno da Tigf, empresa que administra 5 km de rede de gás e dois locais de armazenamento no sudoeste da França, o italiano também será falado. O consórcio formado pela Snam (45 por cento), o Governo de Singapura Investment Corporation, o fundo soberano de Singapura (35 por cento) e Electricité de France (20 por cento) finalizou a aquisição da subsidiária Transport et Infrastructure Gaz France com a Total SA E na Bolsa, o gestor da rede de gás da península vê a sua quota aumentar em mais de um ponto percentual.
Passaram-se seis meses desde que – era fevereiro – o grupo petrolífero francês tinha optado por negociar a venda da sua subsidiária de gás exclusivamente com o consórcio, que tinha colocado 2,4 mil milhões de euros no prato, encontrando a quadratura do círculo numa lacuna que ia desde de 2 para 3 bilhões e superando a concorrência dos investidores transalpinos (Axa, Crédit Agricole e Predica) dos belgas da Fluxys e da Adia, o fundo soberano de Abu Dhabi. Conforme noticiado pelo jornal econômico-financeiro Les Echos – o equivalente ao nosso Sole 24 Ore – a Total esperava 2 bilhões e meio.
A travessia dos Alpes pela Snam e parceiros passou depois por Paris, com autorização do Ministério da Defesa e Energia, e por Bruxelas, com autorização do Comissário Europeu da Concorrência.
Enquanto isso, os olhos da mídia francesa estão todos voltados para a operadora italiana da rede de gás (32.000 quilômetros de gasodutos), que assim consegue conquistar o mercado de energia além dos Alpes. Um feito que a Enel não conseguiu em 2006 com a Suez-Electrabel. Já no final de 2012, Le Monde, o principal jornal francês, definiu Snam como "um modelo italiano de oportunismo".
A empresa italiana – Les Echos faz questão de esclarecer – garantiu que vai manter a autonomia da Tigf e não vai retirar a equipa de gestão, apoiando o plano de desenvolvimento já proposto, que prevê 500 milhões de euros de investimentos.