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Bolsa, moda e luxo voam apesar da Covid: o ranking das altas

Luxo e moda voltaram a navegar a todo vapor na Bolsa graças ao relançamento do mercado chinês – Farfetch é a primeira no ranking mundial, Lvmh na liderança na Europa e Moncler na Itália

Bolsa, moda e luxo voam apesar da Covid: o ranking das altas

Não tem Covid que aguente. na bolsa de valores, luxo e moda continuam a navegar a todo vapor, apesar da crise econômica desencadeada pela pandemia, pressionando as contas de grandes e pequenas empresas. 

Depois de alguns meses de dificuldade, coincidindo com a primeira onda de infecções, os títulos do setor inverteram a tendência e, principalmente na Europa, voltaram a correr nos últimos dois meses. Tanto faz para 2021, muitos analistas estimam aumentos de dois dígitos tanto para vendas como para lucros. O Deutsche Bank, em particular, espera que as vendas de empresas de luxo aumentem 18% este ano, enquanto os lucros crescerão 95%, apesar das preocupações com novas infecções na China.

A CHINA

E a China é justamente a base para começar a entender a tendência das ações de luxo, que geram a grande maioria de suas receitas na República Popular. Nos primeiros meses de 2020, a economia do gigante asiático experimentou um revés sem precedentes. As primeiras infecções do que logo se tornaria uma pandemia que colocou o mundo de joelhos começaram em Wuhan. Mas se Pequim foi a primeira a sofrer as consequências económicas da emergência, foi também a primeira a recomeçar e em 2020 a China foi o único grande país a nível mundial a manter um crescimento positivo. No ano passado, o PIB cresceu 2,3% em termos reais, resultado possível graças à alta registrada nos dois últimos trimestres, quando o Produto Interno Bruto cresceu +4,9% (terceiro) e +6,5% em relação aos mesmos períodos de 2019.  

MODA E LUXO: O QUE VALE O MERCADO CHINÊS

De acordo com um relatório publicado pela Jefferies, o valor dos gastos com bens de luxo na China cresceu exponencialmente em 2020, passando de 38-39% do mercado global em 2019 para 80-85% em 2020. Simplificando, enquanto o resto do mundo lutou com a segunda e depois com a terceira onda de infecções por Covid-19, a China se reergueu, voltando a gastar e investir. O resultado é que “nos próximos cinco anos esperamos uma ligeira queda deste patamar de 80%, mas é claro que nunca mais voltaremos ao patamar de 38% de 2019. Os gastos com luxo continuarão pesando na China entre 55 e 60 % do mercado total”, disse Flavio Cereda-Parini, diretor administrativo de Luxury Equity da Jefferies. 

MODA E LUXO: O RANKING DOS AUMENTOS

Graças à recuperação chinesa, todo o setor de moda e luxo conseguiu deixar para trás as dificuldades causadas pela pandemia e obter ganhos bolsistas que - em alguns casos - são assombrosos. 

Os dados apresentados abaixo são atualizados para os valores de 4 de fevereiro para os títulos americanos e da manhã de 5 de fevereiro para os títulos europeus.

Dadas as premissas necessárias, vencer a classificação dos aumentos, com uma diferença de mais de 300% sobre o vice-campeão é Farfetch, uma empresa britânica que construiu sua fortuna no comércio eletrônico, vendendo produtos de moda, luxo e design de mais de 700 butiques e marcas em todo o mundo. Desde 3 de fevereiro de 2020, a ação, listada na NYSE, valorizou 459,4%, subindo de 12 para 67,13 dólares por ação contra uma capitalização de mercado de 22,816 bilhões. 

Em segundo lugar está Fóssil, gigante norte-americana que tem em seu portfólio marcas como BMW, Michele Watch, Skagen Denmark, Misfit, WSI e Zodiac Watches e produz acessórios licenciados para Puma, Emporio Armani, Michael Kors, DKNY, Diesel, Kate Spade New York, Tory Burch , Chaps e Armani Exchange. Na Nasdaq, as ações da Fossil valem US$ 15,85, ante US$ 3 em 2020 de fevereiro de 6,66. O aumento é de 138%. 

Com a terceira posição regressamos à Europa e mais precisamente à Alemanha. No terceiro degrau do pódio encontramos de fato Zalando, a gigante alemã de vendas online que anunciou recentemente sua intenção de focar na sustentabilidade, atingindo uma participação de 2023% nos volumes de produtos mais sustentáveis ​​e entregas neutras em carbono em 20. Nos últimos 12 meses, a ação, cotada em Frankfurt, registou uma valorização de 118,5%, atingindo os 97,9 euros por ação.

Medalha de madeira para L Marcas. A empresa detentora de marcas como Victoria's Secret e Bath & Body Works, após os +9,35% registados na sessão de quinta-feira 4 de Fevereiro, eleva o seu balanço anual para +103,9% para $48,07. Segue em quinto lugar Grupo de marcas Iconix, Empresa de gerenciamento de marca dos EUA que licencia marcas para varejistas e fabricantes como Kohl's, Kmart, Sears, Macy's e outros. Na sessão de 4 de fevereiro, as ações caíram 11%, mas, apesar disso, em um ano o valor das ações aumentou 89,1%.


Na sexta posição encontramos a joalheria dinamarquesa Pandora cujo valor cresceu 70,1%. Eles seguem Prada, sétimo com alta de 66,4% em Hong Kong, e Amazon, oitava com +60,2%. O top 10 é fechado pelos japoneses Varejo Rápido (+57,6%) e os EUA Abercrombie & Fitch (+ 55,4%).

OS GIGANTES DO LUXO EUROPEU

Em outubro de 2020, a capitalização de mercado de lvmh, a maior gigante do luxo do mundo, totalizou 216 bilhões. Hoje são 265,852 bilhões. Em pouco mais de quatro meses, a participação do grupo liderado por Bernard Arnault ganhou 28,1%, atingindo novos máximos históricos. Nos 12 meses, o aumento é de 27,5%. 

Como estão os arquirrivais? Richemont tem uma capitalização bolsista de 48,552 mil milhões de francos suíços, aproximadamente 45,5 mil milhões de euros. Durante a primeira onda de infecções por Covid-19, o estoque (que valia 3 francos por ação em 2020 de fevereiro de 73,54) caiu para um mínimo de 46,64 francos por ação. Hoje vale 85,92 para um aumento anual de +16,8%. Nos últimos dias, a empresa divulgou seus resultados do terceiro trimestre do ano fiscal de 2020, que fechou com vendas de 1% e receitas de 4,18 bilhões de euros, impulsionadas principalmente pela Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África. Ano positivo também para Hermes, que ganhou 12% na Bolsa de Valores de Paris nos últimos 29,6 meses contra uma capitalização que subiu para 94,268 bilhões. 

Por outro lado, aqueles que ainda não conseguiram recuperar suas perdas na bolsa estão Kering, que caiu 2020% desde fevereiro de 2,3. É ainda pior em Madrid Inditex. A gigante dona da Zara, graças aos bloqueios e à consequente crise econômica, deixou 16,7% de seu valor na rua no ano passado. 

E OS ITALIANOS?

O único título a ser executado é Moncler, que ganhou 12% em 25,43 meses. O desempenho de 6 meses ainda marca +57,12%, um sinal de que mesmo para a empresa liderada por Remo Ruffini os meses mais difíceis já ficaram para trás. Recupere o terreno perdido Brunello Cucinelli, que graças ao sprint dos últimos seis meses (+33,31%) fecha o ano com um aumento de 1,49%. Salvatore Ferragamo por outro lado, caiu 10,5% em relação a 5 de fevereiro de 2020, mas aumentou 6% nos 38,19 meses. Eles tentam pular também Tod's (-27,53% em 12 meses, +16,47% em 6 meses) e Novidades (-38,6% no ano, +16,14 desde julho). 

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