La Banco da Itália chama os credores à ordem taxas variáveis de hipoteca. Nos últimos dias, escreve hoje o MF, a Via Nazionale enviou uma comunicação aos bancos a pedir-lhes que se adaptassem – caso ainda não o tenham feito – ao novo contexto do mercado.
Em particular, alguns institutos eles não teriam levado em conta o fato de que taxas interbancárias como a Euribor caíram em território negativo como resultado da política monetária expansionista do BCE. Estes valores são utilizados pelos bancos como base a que se pode adicionar um spread para determinar a taxa final a aplicar aos clientes: por isso é claro que - se o valor inicial for negativo - a taxa final deve ser inferior à espalhar.
Exemplo numérico: com Euriobor de 1% e spread de 2%, a taxa final é de 3%; ontem, porém, a Euribor estava em -0,17%, pelo que, somando o mesmo spread, a taxa de cliente não deve ultrapassar os 1,83%. Alguns bancos, no entanto, teria fixado em zero o patamar mínimo ("piso") da taxa referencial ao qual seria acrescido o spread, diferentemente do que estava previsto nos contratos. Consequentemente, estariam aplicando a seus clientes deuses taxas de juros acima do esperado.
“De alguns relatórios recebidos surgiram hipóteses em que os intermediários (bancos, ed) neutralizaram a erosão do spread decorrente do valor negativo do parâmetro, atribuindo a este último um valor igual a zero. Daí resultou a aplicação de taxas de juro não condizentes com as respetivas disposições contratuais”.
Por esta razão, o Banco da Itália pediu às instituições que interviessem em três frentes:
1) cumprir “a aplicação rigorosa das condições acordadas com os clientes”, ou seja, não introduzir unilateralmente cláusulas de taxa mínima não previstas nos contratos;
2) caso as taxas interbancárias desçam negativas, “verificar se as aplicações e procedimentos em vigor determinam corretamente a taxa de juro aplicável a cada relação e o montante dos juros devidos”;
3) proceder à "verificação tempestiva da conduta até agora seguida na determinação dos juros devidos" e, eventualmente, "prever os consequentes reembolsos" caso tenham sido aplicadas taxas mínimas iguais a zero. Nesses casos, também será necessário enviar um relatório ao Banco da Itália, que nos próximos meses verificará se as solicitações contidas em sua comunicação foram atendidas.