O governo grego enviou aos membros do Eurogrupo uma carta com as reformas estruturais que pretende realizar. Os países e instituições envolvidos no resgate da Grécia (anteriormente denominadas “troikas”) estudaram o documento e declaram que consideram “esta lista de medidas suficientemente ampla para ser um ponto de partida válido para se chegar a uma conclusão positiva do procedimento de controlo”.
O impasse entre a Grécia e seus parceiros está, portanto, diminuindo lentamente. A linha dura adotada pela maioria dos credores, alguns de forma mais explícita (Alemanha, Espanha e Portugal) e outros de forma mais dissimulada (França, por exemplo), parece ter dado frutos.
A partir daqui iniciar-se-ão as negociações até à conclusão do procedimento de controlo da Grécia (até ao final de abril); os países da zona euro envolvidos no resgate vão analisar o acordo individualmente – alguns nos seus parlamentos, outros não -, terão de ser encontrados novos compromissos e, em última análise, o programa de ajuda será prolongado até ao final de junho.
Este não será o fim da saga grega, pois o financiamento da dívida permanecerá um tanto complicado até que a última tranche do pacote de resgate seja paga e os pagamentos de juros dos títulos detidos pelo BCE sejam redirecionados para o Tesouro grego. Mesmo após essa etapa, a Grécia terá dificuldades para gerar receitas fiscais suficientes para cumprir seus compromissos, dados os danos causados à economia local pela turbulência política que se arrasta desde dezembro.
Embora a probabilidade de um “Grexit” tenha diminuído significativamente nos últimos dias, não se pode descartar completamente a possibilidade para o próximo ano, por mais remota que seja. Os dois principais parâmetros a serem monitorados nos próximos meses serão a recuperação da economia grega e o clima político local.