Pela primeira vez desde 2011, a América colocou dois homens em órbita, e pela primeira vez o fez por meio de um foguete construído inteiramente por uma empresa privada. A história foi escrita, e não poderia ser de outra forma, por Elon Musk, um pioneiro multifacetado de muitas iniciativas futuristas, e a empresa protagonista do lançamento é a sua SpaceX. O foguete chama-se FalconX e a cápsula Crew Dragon: deu as boas-vindas aos dois astronautas, Doug Hurley e Bob Behnken, engenheiros de testes da NASA de 54 e 49 anos, e desembarcou a uma altitude de 400 quilômetros, chegando à Estação Espacial Internacional.
O presidente Donald Trump e sua esposa Melania também estiveram presentes no lançamento histórico, enquanto o país ardia devido aos confrontos causados pelo assassinato de George Floyd. A Casa Branca desde 2010, no início da era Obama, gradualmente quis caminhar para um privatização de missões espaciais, enviando os ônibus espaciais para a aposentadoria. De fato, desde 2011 todos os astronautas que se dirigem à Estação Espacial usaram a Soyuz russa para alcançar a órbita. Até o momento, a SpaceX e sua rival Boeing dividiram 8 bilhões de dólares, colocados em disputa pela NASA: Musk, fundador da empresa de carros elétricos Tesla, foi, portanto, o primeiro a cruzar a linha de chegada, enquanto o foguete da marca Boeing, o Starliner, experimentará a emoção da decolagem apenas no ano que vem.
A façanha do FalconX também aconteceu em meio à emergência do coronavírus, e isso complicou os preparativos: de fato, os dois astronautas cumprimentaram suas esposas e filhos com beijos de longe, cercados por homens mascarados, depois de passar 17 dias em isolamento estrito. Ai se mostrassem os sintomas do coronavírus no espaço, infectando também os demais integrantes da Estação. Hurley e Behnken pisarão na Terra novamente em agosto. Em vez disso, o primeiro estágio do foguete voltou imediatamente: com um milagre da engenharia, Musk conseguiu tornar reutilizável um pedaço do Falcon de 30 milhões de dólares.
Tem sido o truque que lhe permitiu cortar custos pela metade, em comparação com o que a NASA poderia ter feito. E demonstrar que o espaço pode muito bem ser um negócio até para empreendedores privados.
