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Veneza, na ilha de Murano uma grande exposição dedicada ao artista francês Amalric Walter

Mais de 450 objetos estão expostos no Museu do Vidro de Murano até 12 de maio de 2013, todos objetos cronologicamente organizados que cobrem todo o período de produção do artista francês Amalric Walter, mas também documentos em papel, fotos originais e objetos de culto religioso.

Veneza, na ilha de Murano uma grande exposição dedicada ao artista francês Amalric Walter

Os segredos e inovações criativas relacionadas com pasta de vidro, uma das técnicas de fabrico mais antigas e únicas, são destaque numa grande exposição dedicada ao artista francês Amalrico Walter (Sèvres, 1870 – Lury-sur-Arnon, 1959) e à sua produção, com uma completude e riqueza de obras sem precedentes.

Já dominada na antiguidade pelos egípcios, fenícios, gregos e romanos, e também conhecida pelos grandes vidreiros de Murano, esta técnica conheceu um novo impulso em França entre os séculos XIX e XX, num período de grande efervescência do visual, decorativo e plásticos. É neste contexto que, após tentativas e experimentos, contando também com estudos de predecessores como Henry Cros e Albert Dammouse, Amalric Walter obtém o misterioso “fichário”, zelosamente guardado pelos mestres.

A exposição AMALRIC WALTER A redescoberta da pasta de vidro tem curadoria de Paolo Bellomo e Carlo Mitarotonda.

Mas quem foi Amalrico Walter?

Amalric foi um vidreiro francês do século XX. Nascido em 1870, iniciou a sua formação como oleiro na manufactura de Sèvres. Em 1903, apresentou seus primeiros objetos em pasta de vidro no Salão dos Artistas Franceses. Mudou-se para Nancy em 1906, onde integrou a vidraria Daum e transmitiu o seu know-how. O impulso criativo começa com a reprodução de cópias de tanagres e outras antiguidades, conforme as reproduções trazidas de Viena por Antonino Daum. Cria nus femininos mas também objetos com motivos extraídos do fauno: escaravelhos, camaleões, lagartos verdes, lagartos, peixes, caranguejos, rãs, caracóis, ratos, morcegos, etc. A par destas criações existe uma panóplia de objectos diversos, representados por jarras, tigelas, vide poche, suportes para livros, prancheta, tinteiros, caixas, lembrancinhas de casamento etc. Com a ajuda de Henri Berger, decorador-chefe da Daum, ele cria mais de cem modelos de pasta de vidro em cores vivas e no estilo Art Déco. A sua colaboração com Daum durará até 1915. Entretanto, recebe o diploma de honra na Exposição Universal de 1900 e a medalha de ouro nas Exposições de Nancy em 1909 e Bruxelas em 1910.

Após a Primeira Guerra Mundial, instalou-se por conta própria em Nancy, prosseguindo a produção de pasta de vidro com a mesma técnica e os mesmos modelos utilizados por Daum, aos quais se juntaram as estatuetas de Buda, faunos, Isadora Duncan, bustos e cabeças de meninas, por exemplo. É possível separar os dois períodos, pois há uma evolução da cor: a paleta é agora composta por cores mais artificiais que tornam os objectos quase surreais – um pássaro verde, uma borboleta preta ou um peixe azul. Ao contrário dos colegas que praticam a mesma técnica, as pastas de vidro de Walter têm um peso particularmente elevado, devido à percentagem de chumbo utilizada na pasta, que atinge cerca de 50%. Gravado na pasta "A Walter Nancy" quase sempre seguido do nome do escultor que forneceu o modelo. Sua carreira atinge o apogeu na década de 1920, marcada pelo entusiasmo por objetos de pasta de vidro. Em 1926, um texto oficial em Nancy o declara "criador do progresso da pasta de vidro".

No início dos anos 1930, a pasta de vidro começou a sair de moda e Walter foi forçado a reduzir sua produção e sua equipe. Com a Segunda Guerra Mundial, todos os vestígios da obra de Walter foram perdidos. Hoje suas obras estão presentes em inúmeros museus.

Museu do vidro – Fondamenta Giustinian, 8 – Murano (Veneza)

Aberto ao público: até 12 de maio de 2013

Time: todos os dias de 1 de abril das 10h às 18h (bilheteira das 10h às 17.30hXNUMX); 

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