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Nuclear, Trump: "Eu decidi pelo Irã"

Tensão na ONU, depois que o presidente americano deu a entender, sibilantemente, sem no entanto revelar suas decisões por enquanto, que já havia pensado em como revisar o pacto nuclear - Nbc: acordo em risco - Mogherini: "Já temos um potencial crise nuclear com a Coréia, não temos absolutamente nenhuma necessidade de criar outra”.

Nuclear, Trump: "Eu decidi pelo Irã"

A tensão está aumentando sobre o destino do acordo nuclear iraniano, no contexto da assembléia geral da ONU. “Eu decidi”, Donald Trump pré-anunciou enigmaticamente aos repórteres à margem do encontro bilateral com o presidente da autoridade palestina Abu Mazensem revelar suas intenções. Como aconteceu com o acordo climático de Paris, mantendo o mundo em suspense por dias.

À noite, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, após uma reunião 5+1 na qual viu pela primeira vez o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, manteve suas cartas viradas para baixo. O presidente, explicou, já tomou a decisão de certificar ou não o cumprimento do acordo nuclear para o próximo prazo de 15 de outubro mas não o partilhou com ninguém "externamente", nem mesmo com Theresa May que lhe tinha pedido ontem.

A NBC, citando quatro fontes, incluindo uma de alto escalão da administração dos Estados Unidos, informou que o magnata favoreceria a rejeição da certificação: caso em que o Congresso teria 60 dias para decidir se reimporia as sanções canceladas pelo acordo. O objetivo final de Trump seria fazer com que os aliados europeus concordassem em renegociar algumas medidas e pressionar o Irã a voltar à mesa.

Até mesmo Tillerson admitiu que há "problemas significativos" com o acordo, após o que "vimos tudo menos estabilidade" na região. Mas o presidente iraniano, Hassan Rouhani, defendeu o acordo recusando-se a renegociá-lo. “Não seremos os primeiros a violá-lo”, disse ele à assembleia geral da ONU, criticando duramente as ameaças de Trump, ainda que tenha dito não esperar que os EUA abandonem o acordo, "apesar da retórica e da propaganda".

Defender vigorosamente o acordo foi Federica Mogherini, alta representante para a política externa da UE. “Não há razão para desmantelar um acordo que funciona e dá resultados”, argumentou, lembrando que todas as partes concordam que até agora foi respeitado, conforme certificado pela AIEA. “Temos outra potencial crise nuclear. Não precisamos absolutamente entrar em outro”, observou, referindo-se à crise norte-coreana.

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