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Trump envia os mercados de ações em uma pirueta. Milão -3% com Unicredit e bancos

Dia negro para as tabelas de preços mundiais influenciadas negativamente pelas incertezas desencadeadas pela política de imigração do novo presidente dos Estados Unidos. Mesmo Wall Street no vermelho. Milan afunda com títulos de crédito e paga a espera do mega-aumento do grupo liderado por Mustier – Generali cai, Saipem desaba. Spread no nível mais alto em 188.

Trump faz as bolsas mundiais entrarem em parafuso e a Piazza Affari desmorona, fechando em -2,95%, 18.759 pontos, com bancos em queda livre a partir de Ubi (-6,8%) e Unicrédito (-5,45%). Entre as blue chips não há sequer um título positivo.

Vermelho escuro também para outras listas de preços continentais: Madri -1,5%; Frankfurt -1,12%; Paris -1,14%; Londres -0,92%. O clima europeu está a escurecer depois da abertura negativa de Wall Street e das três principais bolsas em queda. O Dow volta abaixo dos 20.000 pontos, enquanto o Nasdaq, no meio do dia, perde mais de um ponto percentual. Segundo a maioria dos comentaristas, os mercados estão sofrendo com a incerteza política desencadeada pela polêmica questão decreto de imigração assinado na última sexta-feira por Donald Trump. Para o Financial Times, o magnata também é um desastre para o Brexit e "a Grã-Bretanha não pode buscar apoio nos EUA após seu divórcio da UE".

Enquanto isso, há expectativa para a reunião de dois dias do Fed que começa amanhã, enquanto na Europa os dados preliminares da inflação alemã em janeiro decepcionam ligeiramente as expectativas, parando em 1,9% (contra os 2% esperados). De qualquer forma, é o valor mais alto em mais de três anos. Resultados econômicos mais do que positivos também vêm da Alemanha: o país é novamente o primeiro exportador do mundo, à frente da China e a Volkswagen, apesar do dieselgate, conquista a liderança mundial do automóvel em 2016 e ultrapassa a Toyota.

Para a Itália, no entanto, não há boas notícias. O spread entre os títulos alemães e italianos de 188.10 anos se recupera e sobe para XNUMX pontos (+6,27%), com o yield atingindo 2,33%. De fato, a incerteza política local soma-se à incerteza política mundial; além disso, faltam apenas 48 horas para o prazo da UE para explicar onde iremos encontrar os recursos para repor a dívida, caso contrário o pacto de estabilidade será ultrapassado. Em estudo haveria um aperto na evasão e um retoque do IVA.

Neste contexto, a Unicredit prepara-se para lançar o maior aumento de capital de que o banco se lembra: 13 mil milhões a partir de 6 de fevereiro. O grupo anunciou, após o fechamento das negociações, perdas em 11,8 bilhões em 2016. Do Documento de Registo, aprovado pela Consob, resulta ainda que o BCE pediu à Unicredit que apresente, até 28 de fevereiro, “uma estratégia sobre o crédito com imparidade, suportada por um plano operacional para fazer face à questão dos NPL”.

Segundo a Eurotower “apesar das ações subjacentes ao Plano Estratégico visarem mitigar as fragilidades do Grupo, existe o risco de as ações previstas no Plano não serem capazes de colmatar adequadamente as fragilidades identificadas”. Por seu lado, a Unicredit revela que a não subscrição ou subscrição parcial do aumento "determinaria - na ausência de novas intervenções de reforço de capital adequadas para fazer face à absorção de capital gerada pelas acções do plano estratégico - impactos negativos significativos no situação econômica, patrimonial e financeira do próprio grupo, até comprometer a existência de condições para a continuidade dos negócios".

Vendas apertadas na Ubi, -6,8%, mas depois de um rali que durou muitas semanas e Bper -4,59%.

As ações líderes ou de suporte do possível colapso do risco bancário-seguro: Geral -3,15%; Mediobanca -2,92%; Compreensão -2,55%. Um golpe também para Unipol -5,71% e Unipolsai 4,58%.

A Saipem afunda -6,5%, sobre a qual pesa o corte na recomendação da Banca IMI, que levou a que o rating da ação fosse “reduzido” de “manter”, com um preço-alvo de 0,45 euros. Sangria em outro óleo: Tenaris -5%; Eni -2,72%.

No setor industrial, Buzzi está muito mal -4,03%. Hoje a FCA também paga o penhor: -3,71%. Utilitário em apuros, Italgas -3,95%. 

Vendas de moda e luxo: Ferragamo -3,14%; Yoox -2,01%. 

O euro retorna abaixo de 1,7 contra o dólar em 1,69, -0,18%; Brent -0,54% a 55,4 dólares o barril; Ouro contra a tendência, +0,45%, a 1196,5 dólares a onça.

No clima sombrio apenas uma pequena luz emerge: Andrea Enria, presidente da European Banking Authority (EBA), lançou a proposta de um banco ruim continental, uma empresa de gestão para coletar até 1.000 bilhões de empréstimos inadimplentes, um obstáculo indubitável ao crescimento econômico. Os bancos poderiam vender os empréstimos problemáticos para essa empresa e esses empréstimos seriam precificados de acordo com seu valor econômico real; a empresa teria três anos para vendê-los. “Caso não seja possível obter esse valor – explica – o banco deve arcar com o impacto do preço de mercado”.

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