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Tour de France, Aru: triunfo retumbante

O campeão italiano conquista a vitória no Planche des Belles Filles ao destacar todos os grandes nomes. Froome chega em terceiro aos 20”, apenas o suficiente para arrebatar a camisa amarela de seu companheiro de equipe Thomas. O sardo sobe ao terceiro lugar da classificação a 14” do novo líder. Porte se defende, Contador sofre, mas se segura, decepciona Quintana

Tour de France, Aru: triunfo retumbante

A façanha de Fabio Aru era realmente necessária para fazer o Tour virar a página após o capítulo ruim de Vittel com a expulsão de Peter Sagan e o abandono de Mark Cavendish que acabou no hospital. O Cavaleiro dos Quatro Mouros já tinha visto Dauphiné a disparar montanha acima, animado com uma grande vontade de voltar a vencer que logo se concretizou no campeonato italiano.

E com a camisa tricolor vestida, Aru, a dois quilômetros e meio da linha de chegada na Planche des Belles Filles, deu o primeiro grande choque a este Tour com uma investida raivosa, pressionando furiosamente os pedais, uma ação explosiva que explodiu os planos da Team Sky que até então comandava a prova em preparação para o smoothie final de Chris Froome. Em vez disso, o britânico será derrotado na primeira subida do Tour, mesmo que seja a nova camisa amarela desde ontem com 12" em Thomas e 14" em Aru.

A dois mil e quinhentos metros no bosque dos Vosges, este é o espaço onde foi criado um local emocionante para o ciclismo, protagonizado pelo sardo que não se permitiu uma pausa para recuperar o fôlego, puxando direto para a linha de chegada em ladeiras que no último km chegou perto de 20 por cento. Até Froome se surpreendeu com a veemência do ataque do campeão italiano, buscou em vão alianças para perseguir, então entendeu que tinha que ir sozinho.

Mas já era tarde: Aru venceu com os olhos e o punho da mão direita erguido para o céu em memória de Michele Scarponi: um grande triunfo que repete o do Tour 2014 de Vincenzo Nibali, também vestido com a tricolor, quando o Shark retomou a camisa amarela para levá-la a Paris.

Sem tirar nada do de Nibali, o sucesso de Aru ganha ainda mais valor porque o líder da Astana alinhou os melhores da empresa, de Froome a Quintana, de Contador a Richie Porte. Em 2014 Froome e Contador não estiveram presentes, obrigados a desistir devido a quedas nas primeiras etapas e Quintana, vencedor do Giro, havia abandonado o Tour.

Entre destacamento e bônus, Aru ganhou 26" net de Froome, que terminou em terceiro com 20", também precedido por Daniel Martin. Porte foi o quarto com o mesmo tempo de Froome. Logo a seguir, aos 24” veio Romain Bardet, que após o flop de Thibaut Pinot, que entrou em crise nas primeiras rampas finais, continua a ser o único francês entre os dez primeiros da classificação a 47” de Froome.

Sexto na chegada, a 26” de Aru, ficou Simon Yates seguido de Uran e Contador, o Pistolero que no último km com uma onda de orgulho estava prestes a pendurar o trem de Froome. Dos grandes nomes, o que menos teve bola apareceu Nairo Quintana, nono aos 34”, sem conseguir segurar o terreno que mais lhe convinha, não só com o sprint de Aru como também com o ritmo de Froome.

Um sinal perturbador para o Condor, o líder dos colombianos, em cuja patrulha Esteban Chaves continua desaparecendo e decepcionando. Geraint Thomas terminou em 10º lugar com 40” ao entregar a camisa amarela ao seu capitão Froome, que parabenizou Aru pelo pódio com grande esportividade por sua atuação.

Uma espécie de investidura do sardo pelos britânicos como seu principal rival pela vitória neste Tour, que parece ser o mais incerto e menos óbvio dos últimos anos, graças também a Aru que saltou com força para o centro da briga, que pelo momento é desfrutar não apenas da primeira vitória no Tour, mas também de sua primeira camisa de bolinhas como líder dos alpinistas.

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