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Taxas do Fed sobem, petróleo cai, Unicredit e Sole 24 Ore no centro das atenções

Em 48 horas, o Fed anunciará o primeiro aumento de juros nos EUA em 2017, enquanto o petróleo é negociado abaixo de US$ 48

Taxas do Fed sobem, petróleo cai, Unicredit e Sole 24 Ore no centro das atenções

A reação robusta de Wall Street aos brilhantes dados do mercado de trabalho (235 mil novos postos contra os estimados 197 mil) e a queda do preço do petróleo antes da alta dos juros nos EUA são os dois fatores que caracterizam o início da primeira sessão da semana que coincide com tredesin de mars, o festival de flores milanês.

Com efeito, dentro de quarenta e oito horas, a Reserva Federal anunciará a primeira das subidas das taxas americanas em 2017, que serão pelo menos três, conforme refere um relatório da Goldman Sachs que confirma a expectativa de subida em Junho e antecipa a terceiro movimento em setembro, deixando espaço para um quarto movimento em dezembro.

A subida das taxas de juro norte-americanas e a consequente valorização do dólar, bem como o aumento das existências norte-americanas, têm entretanto favorecido a forte queda do petróleo: esta manhã o crude norte-americano caiu abaixo dos 48 dólares, pela primeira vez desde novembro, Brent logo acima da barreira de US$ 50, em 51, a menor desde dezembro. Na semana passada houve uma aceleração no comissionamento de sondas de perfuração nos Estados Unidos, segundo dados da Baker Hughes, subiram 8 para 617 no total: é o maior aumento da semana desde o final de 2015.

BOLSAS ASIÁTICAS AUMENTAM, COISAS TURCAS NA HOLANDA

O mix de taxas em alta e estoques de petróleo pressionados levou a uma alta cautelosa das bolsas asiáticas: a Bolsa de Tóquio subiu 0,1%. Hong Kong ganha 0,9%, Xangai 0,5%. A bolsa coreana subiu (+1%) no dia em que o presidente Park Geun-hee, afetado pelo impeachment, deixou o palácio presidencial.

Certamente será uma semana quente, marcada por inúmeras interseções entre finanças e política. Na quarta-feira, 15, acontecerão as tão esperadas eleições holandesas, animadas pelo súbito e violento embate com Erdogan. O sprint final envolve o primeiro-ministro Mark Rutte e o Pvv de Geert Wilders, que promete um referendo para decidir se deve deixar a UE.

A temperatura política da União Europeia, já quente para a temporada eleitoral, está destinada a subir amanhã, quando a primeira-ministra britânica Theresa May poderá ativar o artigo 50, que é o processo de divórcio de Londres da União Europeia. O presidente do conselho da UE, o polaco Donald Tusk, que acaba de ser reconfirmado (apesar do voto negativo em Varsóvia), já fez saber que Bruxelas está pronta a ditar as suas condições dentro de 48 horas. Então se abrirá uma negociação, financeira ou não, que não se espera que seja fácil. Sexta-feira, destaque para a reunião dos ministros das finanças e governadores dos bancos centrais do G20, marcada para Baden-Baden, na Alemanha. O presidente do Banco Central, Mario Draghi, também participará no sábado.

NÃO APENAS FED: BOJ, BOE E BANK OF SWISS MEET

Por falar em bancos centrais, aguardam-se também as decisões sobre taxas do Banco de Inglaterra, Japão e Suíça, bem como da Indonésia. Mas o custo do dinheiro está apontando para cima em todos os lugares: se os Tesouros dos EUA já estão descontando o aumento das taxas, as razões para o aumento dos títulos da zona do euro são menos óbvias, apesar das confirmações da atual política monetária do BCE.

Nas nuances das declarações de Mario Draghi na conferência de imprensa após a cúpula do BCE, os investidores leram sinais de possíveis mudanças na política monetária: o rendimento do Bund de 0,49 anos subiu para 0,35% de 2,36% na última sexta-feira e o do BTP dez -ano para 2,09% de 2,3% (preço -XNUMX%).

BTPs VÃO A LEILÃO HOJE, TAXAS EM ALTA

O leilão de BTPs de médio-longo prazo de hoje se enquadra nessa situação. Serão oferecidos títulos de 3, 7 e 15 anos, mais uma parte da emissão de setembro de 2046. No final da sessão de sexta-feira no mercado cinza de Mts, o novo título de 7 anos foi negociado com um rendimento na área de 1,94%, control' 1,59% da colocação há um mês do atual benchmark de outubro de 2023. No mercado secundário, o outubro de 2019 de três anos rendeu 0,41% contra 0,25% há um mês, o setembro de 15 de 2033 anos foi de 2,96% contra os 2,53% do lançamento do sindicato de ações em 18 de janeiro.

TRUMP DESPEDE BHARARA, A EXECUÇÃO DE INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS

O presidente Trump demitiu Preet Bharara, promotor federal de Nova York que conduziu todas as investigações contra trabalhadores de colarinho branco desde 2009.

O secretário do Tesouro dos EUA, Stephen Mnuchin, pedirá ao Congresso que eleve o teto do déficit federal. O novo orçamento permitirá a Trump financiar o aumento das despesas militares (até 54 mil milhões de dólares), enquanto se prevêem cortes nos cuidados de saúde. Fortes contrastes, de acordo com rumores da mídia, estão ocorrendo dentro da equipe de Donald Trump em política comercial: os falcões, geralmente liderados por Steven Bannon (o estrategista de notícias falsas) e Peter Navarro, estão exigindo sanções imediatas e severas contra a China e a Alemanha, para reequilibrar o déficit comercial. Opôs-se fortemente a Gary Cohn, chefe de gabinete do presidente.

GUBITOSI SOBE NA ALITALIA, CORPO QUENTE DO SOL

Na Itália, destaca-se a troca da guarda na Alitalia. Na quarta-feira a diretoria dará o primeiro sinal verde ao novo plano de negócios e indicará Luigi Gubitosi para a presidência, apadrinhado pelos sócios bancários Intesa e Unicredit. O plano prevê uma possível redução de 10% na força de trabalho, hoje composta por 12.600 mil funcionários. O objetivo do plano: voltar ao lucro em 2019 com receitas esperadas de 3,7 bilhões e redução de custos de 370 milhões.

SEMANA DAS CONTAS DAS BLUE CHIPS DA PIAZZA AFFARI

Semana cheia de compromissos para as empresas da Piazza Affari. Os holofotes se acenderam hoje no relatório trimestral da Unicredit, voando na sexta-feira (+3,4%) na esteira do parecer da Rbs Capital que, após uma análise cuidadosa do crédito malparado e sua cobertura, estabeleceu que a situação da Unicredit é melhor do que a de Intesa. 

Numerosos compromissos da semana para as fichas azuis da Piazza Affari. O dia do investidor da Eni será realizado na quarta-feira. No mesmo dia haverá o Conselho de Administração da Leonardo e da Poste Italiane. Quinta-feira é a vez da Enel, Generali e Saipem. Reuniões do conselho sobre as contas da Astm, Cir, Cofide, Eurotech, Gabetti, Ratti e Sias e Tod's também estão marcadas para hoje.

VOLKSWAGEN, CONFRONTO À VISTA PARA PEÇA

Os dados que chegam das empresas alemãs também devem ser acompanhados: durante a semana, entre outros, os altos executivos da Rwe, Lufthansa e Volkswagen se reunirão. Ainda não se falará em nomeações neste caso mas, segundo o Bild, as famílias Porsche e Piech pretendem retirar Ferdinand Piech do conselho fiscal da Porsche SE, para a qual as duas famílias canalizaram as suas participações na Volkswagen. O patriarca do grupo acusou o restante da família, começando pelo odiado primo Wolfgang Porsche, de ter conhecimento das anomalias do diesel e de tê-las escondido.

A Bolsa de Valores de Milão fechou a semana em paridade. As demais bolsas europeias também se movimentaram pouco: Paris inalterada, Frankfurt -0,6%. 

Até hoje o Il Sole 24 Ore não está nas bancas devido à greve por tempo indeterminado dos jornalistas que exigem o afastamento do diretor Roberto Napoletano, investigado junto com o ex-presidente do grupo, Benito Benedini, a ex-CEO, Donatella Treu, e outros sete gestores no âmbito da investigação sobre a hipótese de falsa contabilidade aberta depois de ter sido apurado (e confirmado na reunião pelo próprio presidente Fossa) que a tiragem em 2015 foi 38% inferior à declarada pela editora, cujo título está em baixa 38% desde outubro passado.

Ao que tudo indica, Napoletano, que se recusa a renunciar, propôs se auto-suspender, hipótese rejeitada pelo CDR. Reunião do conselho da empresa será realizada hoje, presidido pelo ex-presidente da Confindustria Giorgio Fossa. Mas não se vislumbra solução: Vincenzo Boccia continua a defender Napoletano, apesar das crescentes dúvidas.

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