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Série A no caos: será disputada até julho? Em risco 700 milhões

O coronavírus também abalou o futebol – Serie A está entre a emergência sanitária e o calendário da UEFA, que dá primazia aos torneios europeus – Sky e Dazn podem recuperar 300 milhões – Cortes face aos salários dos jogadores e revolução no mercado de transferências

Série A no caos: será disputada até julho? Em risco 700 milhões

Tendo feito a Europa, devemos fazer... La Série A. A poucas horas da tão esperada cúpula da UEFA que sancionou o adiamento da Euro 2020 para junho de 2021, nossas instituições locais de futebol estão tentando reagendar o campeonato, vírus permitindo. Qualquer decisão está condicionada à batalha contra a Covid-19, cuja vitória é essencial para a retoma do chamado “quotidiano”, incluindo o desporto. A incerteza é o primeiro problema, mas não o único: mesmo assumindo um "fim da emergência" a partir do início de maio, ainda é difícil traçar um calendário que consiga conciliar as nossas necessidades com as da Europa.

A UEFA adiou de facto o Campeonato da Europa, mas não Campeões e Liga Europa, ou pelo menos não o que as várias federações esperavam. Além disso, as duas taças, por vontade dos organizadores de Nyon, não haverá reduções, portanto, sem corridas secas ou quatro finais de qualquer tipo. Mas o "golpe" definitivo nos campeonatos individuais veio com as datas das finais, ambas em junho, um no fim de semana. Um grande problema para quem, como nós, tem de compensar 12 jornadas mais uma pelo meio, bem como duas meias-finais da Taça de Itália e a relativa final. Você precisa de 15 slots livres, a que se devem acrescentar as relativas às taças europeias, ainda prerrogativas de Juventus, Inter, Atalanta, Nápoles e Roma.

Em suma, caos total, especialmente desde UEFA já deu a conhecer que não gosta de playoffs e playouts, mas apenas um ranking definitivo para traçar as próximas edições da Champions e da Liga Europa. Tudo gira em torno disso e, olhando os números, também fica claro o porquê: a xícara com orelhas grandes e sua irmã mais nova, de fato, produzem uma rodada de milhões.

Também a série A mas não está brincando, como confirmou o presidente Gabriele Gravina. “O futebol é uma indústria multifacetada que envolve muitas pessoas – explicou o número um da FIGC – A dimensão económica do nosso mundo vive um momento de grande crise, não terminar nossos torneios levaria a um dano efetivo de cerca de 700 milhões”. Pedir um penhor, por razões óbvias, seria sobretudo Céu e DAZN, Que eles recuperariam 300 milhões de direitos de TV: uma eventualidade a ser evitada a todo custo, por isso a Federação pediu (e vai conseguir) uma delegação até meados de julho, a fim de completar seus campeonatos.

Isso, evidentemente, terá consequências não só para esta temporada, mas também para a próxima. Início da Série A 20/21 terá de ser adiado para setembro, tudo em plena sintonia com as paragens para as seleções, de que Ceferin já não vai abdicar, e com o Campeonato da Europa agendado para junho. O mercado também vai mudar, comprimido a um mês (abundante) como nos anos 80, assim como os contratos dos jogadores, já sujeitos a negociação (em baixa) com a AIC (na Série C fala-se mesmo em despedimentos). Resumindo, quanto mais cedo recomeçarmos melhor, um pouco para todos. É certo que o Coronavírus não parece exatamente sensível à conversa do calendário…

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