comparatilhe

Referendo Grécia: a vitória do NÃO e o frio de Merkel assustam os mercados

Um dia de paixão está se formando nos mercados após o claro sucesso de Tsipras no referendo grego (61,3% do NÃO contra 38,7% do Sim) e após o primeiro fechamento de Merkel – As listas iniciais perdem, mas não desabam: Milan vence 2%, Paris e Frankfurt melhor – Hoje BCE deve decidir sobre Ela em Atenas – Euro recupera após renúncia de Varoufakis

Referendo Grécia: a vitória do NÃO e o frio de Merkel assustam os mercados

Partimos esta manhã para a temida viagem a terras desconhecidas. A segunda vinda das urnas gregas põe em causa a filosofia sobre a qual a política europeia se desenvolveu, tijolo a tijolo, desde o início da crise. 

As primeiras reações dos mercados asiáticos sugerem, como esperado, um dia de alta tensão. Tóquio perde 1,6%, Sydney 1,3%. Os rendimentos dos títulos estão sob tensão: o título australiano de 2,932 anos sobe para 2,4%. Na Europa, porém, na abertura as tabelas de preços perdem, mas não colapsam: Milão -1,3%, Paris -1% e Frankfurt -XNUMX%.

O euro caiu (-0,7%) face ao dólar para 1,1042 mas recuperou na sequência da demissão de Yanis Varoufakis do governo grego. Petróleo cai drasticamente: Brent abaixo de 60 dólares o barril.

Em vez disso, o mercado de ações chinês se mantém, o segundo potencial foco de crise. Graças às intervenções para defender o mercado esta manhã, Xangai avançou 3% após uma largada pirotécnica em +7,8%.

FRANÇA ABRE EM ATENAS, CLARAMENTE NÃO DE BERLIM

O choque pelo voto grego percorre todas as capitais da União Europeia. O ministro da Economia da França, Emmanuel Macron, se pronunciou pela reabertura imediata das negociações com Atenas, mas parece ser uma voz isolada. De Berlim, a primeira reação oficial veio do vice-primeiro-ministro social-democrata Sigmar Gabriel: "Tsipras – disse ele – destruiu a última ponte que poderia ligar a Grécia e a União Europeia". Angela Merkel se encontrará com François Hollande em Paris durante o dia.

NAS MARGENS A BOLA PASSA PARA OS DRAGÕES

O primeiro e crucial jogo será disputado esta manhã no BCE. Caberá a Mario Draghi decidir se e como estender a ajuda aos bancos gregos. Para o Banco Central, depois do não de Atenas, será difícil resistir aos argumentos de Jens Weidmann, governador do Bundesbank, segundo o qual as garantias dos bancos gregos para garantir os empréstimos já perderam todo o valor há algum tempo.

Mario Draghi, no entanto, poderia evitar pedir o reembolso dos empréstimos da Ela por enquanto, um ato que teria o efeito de acelerar o Grexit. Tal como já aconteceu em 2012, o banqueiro vai perguntar aos responsáveis ​​das várias instituições europeias se pretendem ou não encarregar-se das garantias de Atenas. 

A próxima data-chave agora será 20 de julho, quando 3,5 bilhões em empréstimos da UE a Atenas expirarão. Se não houver acordo até essa data, a Grécia entrará em default, mas não será expulsa do euro por isso. Atenas entrará numa espécie de limbo, caracterizado pela dupla circulação monetária, com a introdução de uma moeda de uso interno. 

UM RIO DE LIQUIDEZ SALVA XANGAI

Quanto à China, ela recomeça a partir de uma queda de 28% desde o último dia 12 de junho. O índice de Xangai perdeu 5,84% na sexta-feira. Mais de 3 trilhões de dólares viraram fumaça no mês passado, mais do que a capitalização do mercado de ações da Itália, França, Rússia, México, Índia e Austrália juntas. 

No fim de semana, Pequim rapidamente montou uma barreira antipânico com uma série de medidas: a) interromper os IPOs nas listas de Xangai e Shenzhen, acusados ​​de drenar toda a liquidez disponível. 28 calouros já desistiram só no sábado; b) criação de um fundo formado por 21 empresas primárias (públicas e privadas) para apoiar as blue chips, nos moldes do que foi feito em 1997 em Hong Kong durante a crise asiática; c) o fundo tem poder de fogo limitado (19,3 bilhões de dólares), mas conta com o respaldo de Pequim; d) Finalmente, na noite de domingo, chegou a notícia de que Pequim estava pronta para garantir a liquidez necessária ao mercado, tornando possível a recuperação de hoje. A questão é entender qual será a efetividade dessas medidas ao longo do tempo. 

BCE NO CAMPO EM DEFESA DA BTP E BONOS

Os leilões do Tesouro italiano serão regulares mesmo diante de uma crise devido à situação grega, garantiu a diretora de dívida pública do Tesouro, Maria Cannata. situações complicadas, ainda em novembro de 2011″. Até agora, porém, os estragos foram contidos. Mas hoje se aproxima um dia difícil para os títulos públicos da periferia da zona do euro, os mais expostos aos tremores de Atenas.

As próximas emissões italianas já estão agendadas para a semana: BOTs de um ano na sexta-feira, dia 10, BTPs na próxima segunda-feira). O Tesouro enfrenta o teste depois de ter arrecadado mais de 60% das emissões previstas para todo o ano, com taxas de juros que permaneceram muito baixas até o final do mês, quando, na esteira do anúncio do referendo, a rentabilidade dos BTPs saltou (de 0,85% para 1,25% em 5 anos e de 1,83% para 2,35% em 10 anos). 

O mercado recomeça após a fuga maciça de investidores internacionais do mercado: no último mês os fundos do mercado monetário liquidaram posições de 6,1 bilhões de dólares, a hemorragia mais grave desde julho de 2013. No mesmo período, os ETFs do setor caíram desinvestimentos de mais de US$ 3,2 bilhão.

A decisão do BCE de incluir uma série de títulos italianos (Enel, Snam, Terna, Ferrovie) entre as possíveis compras do Qe deu asas ao setor com fortes compras de títulos corporativos, mesmo aqueles não diretamente afetados pela provisão.

LOCAL DE NEGÓCIO COMEÇA NOVAMENTE EM -5,4%

Os efeitos da crise grega afetaram fortemente os mercados acionários na última semana. O índice Eurofirst das 300 maiores empresas europeias cotadas caiu 3,5%. Em Milão, o índice FtseMib caiu 5,43%. Desde o início do ano, o aumento foi reduzido para 18,4%.

Na Piazza Affari hoje o dividendo extraordinário da Brembo (0,2 euros). Trevi (€ 0,07) e Compagnia della Ruota (€ 0,026) também pagam o cupom.

MONTE PASCHI

Na retaguarda da lista na semana passada estava o Banca Monte dei Paschi (-11,9% na semana passada), pressionado pelos preços dos títulos do governo. A diretoria do instituto confirmou a atribuição ao Ubs e ao Citi de identificar o possível sócio de acordo com as indicações do BCE. Enquanto isso, a corrida pela presidência do país para substituir Alessandro Profumo, que deixará o cargo em 6 de agosto, está se acelerando. 

FCA ATACANDO O BRASIL ESPERA NA SUZUKI

Fiat Chrysler em grande desaceleração (-8,7%). A difícil situação do mercado brasileiro (-27% em relação ao ano anterior) pesou no desempenho do grupo. Sergio Marchionne, nesse sentido, disse esperar uma recuperação até o final do ano. Nessa altura o grupo provavelmente terá concluído o IPO da Ferrari, avaliado em pelo menos 10 mil milhões.

“É cedo para falar disso”, respondeu o CEO do grupo a uma pergunta sobre as perspetivas de uma eventual conclusão da arbitragem entre a Suzuki e a Volkswagen que poderá abrir as portas a uma aliança com a empresa japonesa.

TELECOM, PRIMEIRO CONTATO COM A VIVENDI

A primeira reunião oficial do conselho da Telecom Italia será realizada na quarta-feira com uma representação da Vivendi, presidida pelo CEO Arnaud de Puyfontaine. A delegação pôde então ser recebida no Palazzo Chigi.

Comente