Europa quer Monti bis. Ninguém diz claramente, mas a mensagem política é clara: o professor é candidato, Silvio Berlusconi fica de fora. Os líderes do continente, reunidos ontem em Bruxelas para a cimeira europeia, produziram um coro global e bipartidário.
O mais explícito foi François Hollande: “Berlusconi? Com ele o que é verdade num dia já não é verdade no dia seguinte – disse o Presidente francês – Não há perspetivas concretas para ele”. O comentário do presidente do Eurogrupo não é muito diferente, Jean-Claude Juncker: “O que Berlusconi veio fazer aqui? Pergunte a ele."
Menos direto, mas igualmente claro, o chanceler alemão Angela Merkel: "Não posso entrar na política italiana e dizer quem deve concorrer", mas "todos confirmaram que este governo, que teve grande apoio de todos os partidos que estiveram no parlamento, fez muito e desempenhou um papel importante para a confiança e credibilidade do Itália, sobretudo nos mercados financeiros”.
Mas na frente alemã também há quem admita calmamente pressionando o professor: “Dissemos claramente a Monti que gostaríamos de ver a sua candidatura e tivemos um bom pressentimento…”, disse Elmar Brok, eurodeputado da CDU.
O presidente da Partido Popular Europeu, Wilfried Martens, reiterou a mensagem lançada nos últimos dias por Joseph Daul, chefe do grupo PPE em Estrasburgo: "Somos contra qualquer política populista e antieuropeia". Também neste caso, uma mensagem de despedida a Berlusconi e um claro convite a Monti, que, no entanto, voltou a esclarecer se pretende concorrer ou não. A Europa o aclama, mas o professor hesita.