Início de alta tensão nos mercados financeiros após os acontecimentos do fim de semana. Não havia paz no petróleo. Os vetos cruzados não permitiram que os produtores chegassem a um acordo na reunião de Doha sobre o congelamento da extração de petróleo nos níveis de janeiro passado, para sustentar a alta dos preços (que caíram mais de 50% nos últimos meses). Ontem de manhã, o acordo parecia ao alcance, então a Arábia Saudita endureceu sua posição: sem descontos em Teerã, que reiterou que não queria congelar a produção antes de atingir os níveis de exportação anteriores ao embargo.
Assim, o primeiro acordo entre as grandes empresas petrolíferas em 15 anos é ignorado. Isso será discutido novamente na cúpula de junho. Enquanto isso, é provável que a oferta continue superando a demanda em 1,5-2 milhões, com fortes efeitos nas cotações. A reação do mercado foi imediata. Na noite de domingo na Bolsa de Valores de Riade, o índice Tadawull terminou na mínima do dia com uma queda de 1,5%. Os preços do petróleo bruto caíram esta manhã: Brent a 41,34 dólares (-4,1%), Wti a 38,49 dólares (-4,6%).
A Bolsa de Valores Japonesa também caiu acentuadamente. Além da queda nos estoques de energia, o impacto do violento terremoto que atingiu as ilhas Kiushu também pesa sobre Tóquio: o índice perde mais de 3%, enquanto recomeça a corrida pelo iene, negociado a 107,88 em relação ao dólar. A área mais afetada é a prefeitura de Kumamoto, um dos distritos industriais mais fortes, conhecido pela produção de semicondutores, mas onde também existem fábricas da Toyota (-4,7%), Sony (-6%), Mitsubishi (-3,6 %) e Honda (-3,3%). Hong Kong perde um ponto percentual, Xangai e Shenzhen -1,5%, apesar de um novo valor macro positivo: os preços das casas subiram 4,9% em março, interrompendo a tendência de queda.
Atenção para a abertura da Bolsa de Valores de São Paulo, após o voto da Câmara favorável ao início do processo de impeachment de Djilma Rousseff. Os mercados devem saudar com ânimo o novo passo rumo ao afastamento do presidente. Durante a semana, o real, juntamente com o rand sul-africano e o rublo, foram as moedas com melhor desempenho. Agora a palavra vai para o Senado. A polícia de Brasília ergueu ontem um muro de aço para separar os manifestantes a favor e contra o presidente durante as operações de votação.
CIMEIRA DO BCE, QUESTÃO GREGA. FITCH ATUALIZA O RATING DA ITÁLIA
A reunião do conselho do BCE destaca-se na agenda da semana. Apesar dos protestos de Wolfgang Schaeuble, Mario Draghi está indo direto para Qe e baixas taxas de juros. Na conferência de imprensa, o banqueiro terá oportunidade de reafirmar a sua vontade de continuar a luta (até agora sem sucesso) para fazer subir a inflação, e de reafirmar a independência do banco central. “Esperamos – lê-se num relatório da Goldman Sachs – que o BCE não mexa nas taxas e que não surjam mais notícias sobre as taxas na conferência de imprensa”.
A reunião do Ecofin na sexta-feira em Amsterdã também é de grande importância do ponto de vista europeu. Na agenda está a Grécia, à qual se pedem mais 3 mil milhões em cortes antes de proceder a uma nova ajuda. As divergências mantêm-se entre o FMI, que insiste na anulação da dívida (em todo o caso incobrável) e a Alemanha, que não pretende alterar o acordo alcançado no verão passado. Na Itália será a semana decisiva para a elaboração do Def. A atualização do rating da Fitch será divulgada na sexta-feira, com a Bolsa fechada.
A CORPORATIVA DOS EUA DÁ OS NÚMEROS
Após os números melhores do que o esperado do JP Morgan e do Citicorp, a temporada de relatórios trimestrais dos EUA está em andamento. Começamos hoje com Morgan Stanley, IBM e Alphabet (Google). Terça-feira será a vez de Goldman Sachs, Intel e Yahoo! (o conselho também analisará as propostas de controle). American Express, Coca Cola, General Motors, Microsoft, Caterpillar e Mc Donald's seguirão na quarta-feira. O desfile da General Electric será encerrado na sexta-feira.
TEMPORADA DE DIVIDENDOS COMEÇA EM MILÃO: 33 SOBRE 4%
Destaques na Piazza Affari no lançamento da campanha de dividendos que este ano promete ser muito promissora. Hoje, entre outros, Banco Popolare e Unicredit destacam o cupom. Exame de dividendos também para Banca Mediolanum, De' Longhi, FinecoBank, Piaggio e Prysmian. Até à data, o índice FtseMib, aquele que reúne as melhores blue chips da Piazza Affari, apresenta um dividendo médio na ordem dos 3,50%, valor que compara, por exemplo, com os 2,2% médios distribuídos pelo índice S&P500. Mas em Milão existem 33 ações capazes de oferecer um retorno superior a 4%.
ATLAS TOMA FORMA, BANCOS SE RECUPERAM
Nova semana quente para o sistema bancário. As associações ao Atlante Fund ultrapassaram o limite de 4 bilhões. Não é de excluir que, no final, o financiamento chegue ao teto de 6 bilhões. Muito poucos, segundo o Financial Times e o Wall Street Journal, que não pouparam ironia e descrença diante da iniciativa do sistema. Mas o ministro Pier Carlo Padoan lucrou com a promoção do Fundo Monetário. “O fundo Atlante – disse o governador Ignazio Visco – é uma boa peça de um processo mais amplo” que terá que lidar com a questão dos empréstimos malparados “que giram em torno de 200 bilhões de euros, dos quais 80 bilhões reservados para cobrir perdas . Contra esses 80 bilhões há garantias de 120 bilhões”. O crédito malparado, concluiu o Governador, “faz parte do crédito malparado que ascende a 350 mil milhões”.
O setor bancário, após o lançamento do fundo, conseguiu uma recuperação significativa dos mínimos. Liderando a corrida está o Banco Popolare (+28,2%), seguido pelo MontePaschi (+27,6%), Ubi (+15,5%), Banca Pop.Emilia (+14%), Banca Pop.Milano (+14%), Unicredit ( +11,9%) e Intesa Sanpaolo (+6,7%). Semana positiva também para as seguradoras: Generali subiu 6,2%.
HOJE O PREÇO DO POP VICENZA. NASCE O EIXO BPER-UNIPOL
Esta tarde, o conselho de administração da Popolare di Vicenza identificará a faixa de preço do aumento de capital de 1,75 bilhão que será garantido pela Unicredit. Segundo rumores, aproxima-se um preço com valores de equilíbrio, decididamente longe dos 6,3 euros do direito de rescisão, para não falar dos níveis de preços anteriormente fixados pelo banco: 62,5 euros em 2014, 48 euros (desvalorizados) em 2015 As pesquisas de pré-marketing realizadas pelos membros do sindicato de colocação (Mediobanca, HP Morgan, Deutsche Bank, Bnp Paribas e Unicredit) não deram resultados reconfortantes: de acordo com o Mediobanca Popolare Vicenza, pode ser aplicado após a estreia na Piazza Affari entre 1,1 e 1,6 bilhões, menos do que o aumento. É fácil prever a estreia do Atlante para apoiar a operação.
Destaques também no Bper. No sábado, o CEO Alessandro Vandelli confirmou o interesse da Unipol em ingressar no banco com uma participação entre 2 e 5%. “Já somos sócios da Arca Vita – acrescentou – por isso estamos prontos para refletir sobre o assunto”. Vandelli também confirmou seu interesse na CariFerrara, um dos quatro bancos resgatados e em possível acordo com a Creval.
SNAM COMPETINDO POR THYSSENGAS
Snam também é destaque. A empresa fez uma oferta pela Thyssengas, que possui 4.200 quilômetros de rede na Alemanha. A oferta da subsidiária CDP ronda os 500 milhões, dos quais 150 à vista, o restante contra dívidas.
CENTRO DE NEGÓCIOS +4,3% VAI AO RESGATE
Recomeça depois que Piazza Affari finalmente inverteu sua tendência: nas últimas cinco sessões, o índice FtseMib subiu 4,3% (-0,3% na sexta-feira). Desde o início do ano, o desempenho da Piazza Affari é negativo em 14,7%. As outras bolsas europeias também subiram: o índice Stoxx 600 global ganhou 3,2% durante a semana (hoje -0,3%), reduzindo a perda do início do ano para -6,2%. Olhando para os índices europeus Stoxx do setor, nos últimos cinco dias as maiores valorizações vieram das commodities (12,7%), seguidas pelos bancos (+8%) e seguradoras (+5,5%).
As ações do setor Automóvel também recuperaram: durante a semana o índice europeu ganhou 4,6% e entre os fabricantes o melhor desempenho foi da Ferrari +6,5%, com a Fiat Chrysler a conseguir um ganho de 5,3%. No final do ranking de desempenho semanal, encontramos a Telecom Italia (+0,7%) e as concessionárias: Enel ganhou apenas 1,2% em cinco sessões, Terna -0,4% e Snam -1,7%.