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Türkiye e a OTAN: a última cambalhota do sultão Erdogan. F16, bolsa de valores, lira turca: é isso que está por trás do sim à Suécia

Aviões americanos, acesso a Wall Street, a virada da lira turca, o desafio a Putin. Aqui está tudo por trás do avanço do sultão Erdogan na Suécia na OTAN

Türkiye e a OTAN: a última cambalhota do sultão Erdogan. F16, bolsa de valores, lira turca: é isso que está por trás do sim à Suécia

Sal, mas sem fogos de artifício lá Bolsa de Valores de Istambul, acostumado desde ontem aos golpes turcos de Recep Tayyip Erdogan, tão habilidoso quanto imprevisível. A última reviravolta foi a luz verde para Türkiye ingressar na Suécia na OTAN, a aliança atlântica. Um movimento completamente inesperado após um ano de negociações aparentemente estéreis sobre o asilo político em Estocolmo de militantes curdos considerados terroristas por Ancara. Uma virada, aliás, que ocorreu poucos dias depois da queima pública de um Alcorão julgada uma provocação do presidente turco. 

Mas, olhando mais de perto, há método na enésima virada do "sultão" que, tendo passado há alguns meses a mais difícil prova eleitoral de sua longa carreira política, iniciou mais uma Correção de curso de 180 graus, uma mudança que vai da política monetária e económica à gestão da política externa, verdadeiro trunfo do Sultão que se sabe indispensável para a Europa que continua a pagar ricas taxas para evitar a invasão de outros milhões de emigrantes. Mas importante, Erdogan, é também para a Rússia que tem a única saída para cereais e oligarcas nas partes do Bósforo. E também para Washington, que pagou um alto preço pelas ambições de Ancara.

Türkiye e Suécia na OTAN: o preço do sinal verde para Biden

Para obter o sim de Erdogan, Biden concordou em ceder 40 caças F16 além de garantir a revisão de 79 outras aeronaves da Força Aérea Turca. Uma operação de 20 mil milhões de dólares que servirá para reforçar a posição da Turquia na NATO, tanto face à Grécia (consolada com a venda de uma pequena frota de F 35) como no tabuleiro de xadrez norte-africano. Não foi uma escolha fácil porque grande parte do Congresso americano desconfia de Erdogan, que recorreu à Rússia para adquirir o sistema defensivo S 400. Mas como ignorar a única janela de diálogo com Putin? Apenas Erdogan foi capaz de garantir um acordo para o circulação de grãos das planícies russas/ucranianas para clientes africanos, caso contrário, destinados à fome. E só ele, desafiando a ira de Putin (agora enfraquecido) conseguiu garantir o regresso a casa dos combatentes da divisão Azov, símbolo da Ucrânia. A desafio público ao Kremlin apenas para mostrar que a Rússia precisa do sultão e não vice-versa. 

Sultan Erdogan e a reviravolta na lira turca

Mas, além da habilidade diplomática de Erdogan, antigo sócio de Silvio Berlusconi que presenciou o casamento de seu filho, vale ressaltar o impulso industrial e tecnológico de um dos países que, por tradição, tem uma longa história de relações com o economia italiana. Depois de uma longa e obstinada recusa em aumentar as taxas, política que custou ao país uma inflação de três dígitos, após as eleições Erdogan realizou um ponto de virada epocal nomeando para chefiar o banco central Hafize Hayek Ergan, um gerente escolar do Goldman Sachs que derrubou completamente o estratégias para defender a lira turca. Os efeitos foram percebidos de imediato, tanto no mercado de câmbio quanto nos títulos.

Türkiye: drones listados na Nasdaq

Não menos importante, também a nível político, um sinal subestimado para já. No passado dia 1 de julho, através de um Spac, o turco Marti Technologies aterrissou na Nasdaq, confirmando que a nova Turquia está mais uma vez olhando para o Ocidente para financiar seu crescimento.

Para demonstrar a eficiência tecnológica do made in Turkey basta sublinhar o enorme valor estratégico do drones Bayraktar desenvolvido pela Baykar Tech, é o primeiro UAV caçador-assassino construído totalmente turco para vigilância de longo alcance e altitude média, uma arma usada em Donbass. 

E a família Koç, sempre chamada de Cordeiros da Turquia, seja pela longa amizade com o advogado, seja pelos laços históricos entre a Fiat e a fabricante da Anatólia (ainda hoje ligada à Stellantis)? As coisas mudaram. Os Koç, de fato, já desembarcaram na Itália. Cabe a eles tentar o Resgate de hidromassagem.

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