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A moto do futuro? Renascimento da operação. E abrir caminho para elétrico

No Salão Mundial do Motociclismo em Milão (Eicma) sobressai a nostalgia do passado, mas também o fascínio do veículo elétrico, que realmente convenceu também a Vespa – Aqui estão todas as novidades da exposição deste ano – GALERIA DE FOTOS

A moto do futuro? Renascimento da operação. E abrir caminho para elétrico

A nostalgia do passado, com sua relativa operação de renascimento, pode realmente se dar bem com a corrida para o futuro da tecnologia? A prova do pequeno milagre vem de Milão. Graças às motocicletas. Aqueles que povoam a Eicma, a exposição mundial de duas rodas atingiu o marco notável da septuagésima sexta edição. Todas as grandes marcas se adaptaram bem à operação de renascimento. As formas clássicas das motocicletas antigas monopolizam a atenção, não apenas dos motociclistas animados e ligeiramente idosos,  mas também dos jovens e dos muito jovens. Só a forma é velha, claro. Porque a substância esconde toda a corrida pela tecnologia e não pela pura performance, que aliás não falta. Assim também (e sobretudo) a mobilidade elétrica vai crescendo, não só na conquista de espaços nos pavilhões mas também nas estratégias, no marketing, na imaginação das aplicações, nas promessas para o futuro. Antigos e novos, sem esquecer algumas exibições musculosas. Aqui está um resumo.

EUROPA NA PRIMEIRA FILA. O CASO DO TRIUNFO

Eles podem ter tido problemas com o Brexit, mas os britânicos estão gostando muito do renascimento das motocicletas marcado pela mistura do antigo e do novo. Triumph, um antigo brasão britânico que mais tarde entrou em colapso, está consolidando sua ressurreição. Tem um mercado de referência em Itália, com excelentes vendas. Agora ele vai ainda mais longe: a nova 1200 scrambler, construída em torno do maxi-twin cilindro que já impulsiona os modelos de estrada, quer competir diretamente com a rainha teutônica, a BMW GS. Enquanto isso, os estrategistas da empresa inglesa não ignoram de forma alguma outros dois setores-chave: a moto média, capaz de satisfazer quase todos sem perder nada, e o mundo do desempenho muito alto. No primeiro lado está a nova edição da Street Twin, movida pelo revigorado bicilíndrico de 900 cm³ que ganha 10 cavalos de potência chegando a 65. Fácil de manusear, não muito agressivo. Mas capaz de dar muita satisfação, principalmente entre as curvas, até mesmo a um motociclista alegre. O mundo dos velocistas? Em apoio à sua marca, a Triumph ostenta um golpe de mestre: com seu apimentado motor de três cilindros de quase 700 centímetros cúbicos (derivado do superesportivo de estrada), venceu a licitação para fornecer os motores monomarca para o campeonato mundial de Moto2 da no próximo ano, recebendo o revezamento da gigante Honda com seu 600 de quatro cilindros.

Triunfo Scrambler 1200
Créditos: Eicma
Rua Triunfo Gêmea
Créditos: Eicma
Triunfo Moto2
Créditos: Eicma

HIMALAYAN, A MOTOCICLETA ENDURO PELO PREÇO DE SCOOTER

Indianos, mas detentores de outra nobre marca britânica do passado: Royal Enfield. Os engenheiros de lá fizeram um bom trabalho. A mão de obra é barata. A ideia é a certa. Depois das motocicletas antiquadas (mesmo em tecnologia), aqui está o enduro do Himalaia de 411cc. Acabamento suficiente, um visual bonito do passado, componentes mais modernos e um preço decididamente pechincha. Com 4.590 euros é a alternativa a uma simples scooter citadina. Mas é uma moto de verdade, capaz de chegar a qualquer lugar mesmo que seja calma, dados os escassos 25 cavalos de potência. A empresa indiana também apresentou uma família de motos bicilíndricas de média cilindrada, muito próximas do visual das antigas motos inglesas. Eles imitam (à distância) o Triumph. O preço de banana vai ajudar.

Royal Enfield Himalaia
Royal Enfield Himalayan – Créditos: Eicma

OS CHINESES TAMBÉM OLHAM PARA OS ÍNDIOS

Para quem quer economizar ainda mais, aqui está uma enduro muito parecida com a do Himalaia. É a Brixton Felsberg 125cc, que vem da China. Por 2.999 euros oferece componentes decentes, em linha com o topo das muitas criações orientais deste tipo. Para verificar a rede de concessionários e assistência. 

brixton scrambler
Brixton Felsberg – FIRSTonline

A MOTOCICLETA “DEL POPOLO” SE TORNA UM LUXO VINTAGE

Sensações diametralmente opostas vêm da gigante Honda. Vintage? Por que não. A tendência deve ser montada. À custa de algumas contradições óbvias. A Honda não descura nada na diferenciação da gama. E aqui está a operação de nascimento de dois sucessos sensacionais de todos os tempos, protagonistas da motorização em massa também graças ao  preços baixos, especialmente na Ásia. Que até viraram modelos de estilo. Merecidamente. Bem-vindos, então, às versões modernizadas em tecnologia da scooter de rodas altas Cub e da minibicicleta Monkey, espalhadas em milhões de exemplares desde os anos 60. O novo motor tem em comum, uma moderníssima 125cc. Que toma o lugar do tradicional cinquenta. Os componentes são simples, mas modernos. A estética é a mesma, linda, como sempre. O preço? Definitivamente contraditório, como amador. Em ambos os casos, o limite de 4.000 euros será certamente ultrapassado. Motos populares a preços de luxo. Vamos arriscar uma aposta: vai dar certo.

Honda SuperCub C125
Honda Super Cub C125 – FIRSTonline
2018 Macaco - Pérola Nebulosa Vermelho/Ross Branco
Macaco 2018 – Pearl Nebula Red/Ross White – FIRSTonline

ELÉTRICA, ATÉ A VESPA ACREDITA NELA

A carroçaria é a da mais recente Vespa 125. No seu interior existe um sistema elétrico de última geração, completo com uma app para gestão remota com o nosso smartphone. Do protótipo à versão totalmente comercial, o grupo Piaggio fez as coisas certas. A Vespa elétrica está pronta. Funciona lindamente. É capaz de percorrer até 200 quilômetros com uma única carga, na versão de capacidade estendida. Certamente é caro: 6.390 euros. Mas a Piaggio também oferece uma fórmula com mensalidade.

Vespa Elétrica
Vespa Elétrica – Créditos: Piaggio

SCOOTER EM SILÊNCIO, ITÁLIA COMO RECORDE

O próprio italiano Askoll teve a maravilhosa intuição de transformar suas virtudes e componentes e motores elétricos síncronos (para máquinas de lavar, por exemplo) no desafio da mobilidade limpa. Ao longo dos anos, também se tornou um líder aqui. As suas scooters têm sido escolhidas pelas principais empresas de partilha que operam nos centros urbanos. Seus criadores não param de garantir novos avanços. As pequenas scooters homologadas como ciclomotores têm agora maior autonomia e alojam as mais avançadas aplicações de controlo via app e telemóvel, estando também disponíveis em versão “cargo” para entregas urbanas. À vista uma scooter maior, equivalente em desempenho a uma 125cc. Fará – anunciam – 90 km/h, percorrerá até 100 km com uma recarga que pode ser feita em qualquer tomada elétrica em 5 horas.

Askol ES3
Askol ES3 – PRIMEIRO online
Askol Alto Desempenho
Askol de alto desempenho – FIRSTonline

ENTREGAS ELETRÔNICAS, EM BREVE UMA OBRIGAÇÃO

As motos elétricas "cargo" não despertam apenas o interesse de Askoll de Vicenza. O futuro da mobilidade também passa por lá. Prova disso é o florescimento das conquistas orientais, mas não só. Aqui também a Europa desempenha o seu papel, por exemplo, com o espanhol Rieju. Estimulam os novos constrangimentos ambientais anunciados pelos administradores de todas as grandes e nem tão grandes cidades. E as sinergias do aplicativo com os meios de transporte individuais estão todas aí: afinal, basta transformar o espaço do passageiro em um belo contêiner grande e o jogo está feito. Vamos mais longe, com os protótipos de sidecars elétricos para transporte ou mesmo para atrelados.

Carga 01 F Retocada
Cargo 01 F Retocada – Créditos: Rieju
Transporte de carga
Transporte de cargas – FIRSTonline

A BICICLETA A BATERIA, OS ADULTOS SE MOVEM

A agora clássica bicicleta elétrica, ou melhor, "pedal assistida", não é estranha às grandes corridas. Pequenos e grandes fabricantes podem contar com componentes que oferecem soluções cada vez mais avançadas, com tendência a manter o clássico motor de cubo (dianteiro ou traseiro) para as motos mais simples e baratas, enquanto para as mais sofisticadas a solução do motor incorporado no parte central e integrada ao grupo pedal-coroa. Mesmo os gigantes da motocicleta, como a Kawasaki, não são surdos ao chamado.

bicicleta elétrica Kawasaki
Bicicleta elétrica Kawasaki – FIRSTonline

UM RECORDE ATÉ PARA OS "HACKERS"

Poderá o motociclismo esquecer o público mais especializado e fervoroso, o dos superesportivos que amam ao máximo a emoção da velocidade? Aqui eles ficam satisfeitos, até mesmo provocados. O salão de Milão estabelece o recorde absoluto aqui também. Deve-se à nossa Ducati, multicampeã do mundo. Que apresentou um autêntico super-monstro, no bom sentido porque é um amante da tecnologia das motos e no mau sentido para quem ficará tentado a não usá-la com mais cuidado. Chama-se V4R: quatro cilindros em V, 1000 cm³, todos os dispositivos técnicos mais avançados: ABS, tração de última geração e controles de estabilidade. E até agora estamos no topo, mas nada de único. A prestação é um recorde absoluto: os cavalos são 221, o binário atinge os 11.5 kgm (112 Nm), a velocidade máxima não é descaradamente anunciada mas estamos certamente acima dos 300 quilómetros por hora. Estas são figuras de superbike de corrida, não muito longe (cerca de trinta cavalos de potência a menos) de um protótipo de MotoGP. Na verdade, a V4R nada mais é do que a versão pseudo-estrada da nova superbike que, a partir do próximo ano, substituirá a famosa, mas agora ultrapassada, bicilíndrica Ducati de alto desempenho no campeonato mundial. Pseudo-estrada porque assim será homologada e vendida, mas será preciso uma coragem inquestionável para a conduzir resistindo obedientemente à tentação de acelerar a todo o gás, mesmo em pista, depois de ter desembolsado a beleza de 39.990 euros.

Ducati Panigale V4R
PRIMEIRO Online
Ducati Panigale V4R corrida
Imprensa Ducati Racing

FOLLIE: A ABELHA SE TORNA UM DRAGSTER

Enquanto isso, você quer experimentar algumas emoções, mesmo que apenas estéticas? Não faltam exposições de vários formatos na feira de Milão. Encerramos esta resenha, depois de ter percorrido scooters derivadas dos anos cinquenta capazes de atingir 160 por hora, com a imagem do que já foi um Piaggio Ape. Através da caixa de transporte e espaço para uma traseira renovada que alberga o motor de quatro cilindros de uma maximoto Honda, que transmite toda a sua força a um eixo traseiro que nada tem a ver com o nosso admirável triciclo de transporte. Uma loucura agradável. 

abelha dragster
PRIMEIRO Online

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