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O BCE acelera o Qe e acalma os mercados

Frankfurt pretende aumentar compras nos mercados entre maio e junho para remediar queda de liquidez: Draghi defende recuperação e mercados valorizam – Petróleo em baixa, dólar e Btp em alta – Animação nas negociações entre UE e Grécia – Luxottica : pelo aniversário de 80 anos da Del Vecchio dá um presente aos funcionários – Azimut coloca 5,2%

O BCE acelera o Qe e acalma os mercados

Quando as coisas ficam difíceis, os banqueiros centrais entram em campo. A confirmação veio ontem quando apareceu no site do BCE o texto de um discurso de Benoit Coeuré, o membro do BCE responsável pelas operações de mercado, que anunciou que Frankfurt pretende aumentar as compras nos mercados entre maio e junho para remediar a queda na liquidez. Esta é a resposta para a crise de títulos que os mercados esperavam: Mario Draghi está de olho para defender a recuperação.

PETRÓLEO DESCE, DÓLAR SOBE 

A intervenção de Coeuré desencadeou compras nas bolsas da zona euro e provocou a desvalorização do euro (-1,4%). Wall Street fraca, pressionada pelo fortalecimento do dólar: Dow Jones -0,1%, S&P inalterado, Nasdaq -0,35. A atenção do mercado está focada na divulgação das atas do Fed esta noite.

As tabelas de preços asiáticas ficaram praticamente inalteradas, com exceção de Tóquio (+0,8%) após o PIB do primeiro trimestre, acima das previsões: +2,4% contra estimados 1,5%.

O petróleo também está em baixa pelo quinto dia consecutivo: Brent a 64,7 dólares (-2,3%) Eni sobe em Milão (+2%). Down Tenaris e Saipem, ambos -0,8%.

MILÃO GANHA 2,2% DE LIBERAÇÃO PARA A GRÉCIA

Na Piazza Affari, o índice Ftse Mib subiu 2,2% ontem. As bolsas de valores de Paris e Frankfurt subiram 2 e 2,2%, respectivamente. Madri +1,4%. Christine Lagarde também pensou em relançar os mercados. “Houve progressos”, disse à tarde o director-geral do Fundo Monetário, confirmando assim o clima de optimismo em Atenas. 

A Bolsa Helênica sobe 2%, o spread de dez anos contrai dez pontos para 10,30%. O título de dois anos, verdadeiro termômetro do risco de inadimplência, está em 22% contra 25% na segunda-feira. Mas há uma semana era de 20%.

O BTP SOBE

Em seu discurso, Coeuré argumentou que o banco central não está preocupado com o aumento dos rendimentos dos títulos do governo, mas com a velocidade com que o fenômeno se manifestou. Daí a intervenção na liquidez que produziu os primeiros resultados nas obrigações.

A BTP fechou o dia com yield de 1,80% (-8bps). O Bund também caiu para 0,59% (-5 bps). O spread cai para 120 pontos base.

CARROS SUPERSTAR, FIAT ALÉM DE 14 EUROS

A mudança de rumo das bolsas europeias premiou as bolsas mais sensíveis às exportações, a começar pelo setor automóvel (índice Stoxx +3,5%). Em Paris, a Renault obteve alta de 5,1%.

Fiat Chrysler sobe 2,1%, ultrapassando a fasquia psicológica dos 14 euros, depois de ter registado um forte aumento nas vendas no mercado europeu: +13,1% contra 6,5% da média. Grupo FCA se sai melhor que o mercado pelo quarto mês consecutivo.

DEL VECCHIO DÁ 80 MILHÕES DE AÇÕES A EMPREGADOS NO ANIVERSÁRIO DE 9 ANOS

Dia positivo também para o setor de luxo. Em Paris, o Lvmh avançou 3,6%. Em Milão, a Luxottica +3,9%, a 60,50 euros, volta a aproximar-se do recorde absoluto de 60,74 estabelecido a 15 de abril. A capitalização total é de 28,8 bilhões.

O mercado celebra assim o 80.º aniversário do patrono Leonardo Del Vecchio que, para a ocasião, entregou aos colaboradores 140 mil ações, equivalentes a 9 milhões de euros, títulos adquiridos nos últimos dias no mercado. A ação acumula valorização de 33% desde o início do ano.

Ferragamo também subiu (+1,5%): Goldman Sachs confirmou a classificação de compra, mas removeu a ação da lista de compra de convicção.

FINANÇAS OK, AZIMUT COLOCA 5,2% DO CAPITAL

As ações financeiras estão avançando. O setor segurador arranca em grande efervescência em toda a Europa (índice Stoxx +2,2%). Em Milão, a Generali brilha (+2,9%). A Unipol Sai está ainda melhor (+3,8%). Mediolanum destaca-se na gestão de ativos (+1,5%).

Em contrapartida, a Azimut perde 0,4% após anunciar a revisão do acordo sindical que vincula os 1,200 funcionários-acionistas que em conjunto controlam cerca de 20% do capital. Desde ontem, não existe mais o bloqueio de 11% do capital. À noite, a empresa iniciou a colocação de 5,26% do capital.

O setor bancário é borbulhante. A corrida é liderada pela Ubi (+4%), seguida da Mediobanca (+3,3%) estimulada pelas novas compras da Bolloré. Compreensão (+3%) e Unicrédito (+2,4%) estão em alta. Monte Paschi contraria a tendência (-1,4%), aguardando autorização do Consob para o próximo aumento de capital jp Morgan HA Baixou o preço alvo de 14 para 11 euros.

BALZO DI CAMPARI, ENEL "ELETTRICA" +3,1%

Fly Campari (+3,9%). Telecom Italia (+2,5%) e Mediaset (+2,7%) tiveram bons resultados. Enel (+3,1%) e Finmeccanica (+3,4%) fecham a lista de aumentos. A JP Morgan reviu em baixa o target e o rating da Atlantia (de 28 para 26 euros, neutro de sobreponderado) (+0,5%).

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