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Maratona para salvar o euro e Merkel volta a repreender a Itália

Uma maratona de fim de semana para aproximar o acordo de poupança do euro que a Europa pretende definir na cimeira da próxima quarta-feira para evitar o incumprimento e apresentá-lo no G20 em Cannes a 3 de novembro. O chanceler Markel disse que o acordo com a França mais perto de mim estimulou a Itália e a Espanha a fazer mais para reduzir a dívida

Uma longa maratona de reuniões e negociações em Bruxelas com vista à cimeira europeia agendada para domingo e que terminará na quarta-feira. Na capital da Europa, porém, respira-se um clima de profunda incerteza, por diferenças ainda não resolvidas e acordos que ainda lutam para serem alcançados. De pouco adiantou a reunião extraordinária do Ecofin: a única coisa que se estabeleceu, de facto, é que para a ajuda à Grécia "é necessário um aumento substancial da contribuição dos bancos", como explicou o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Junker”, no final da reunião. Do qual, no entanto, em uma inspeção mais detalhada, emergiu apenas um princípio genérico. Ficam então sobre a mesa todos os nós a desatar, que não são poucos. Garantir a parcela de ajuda económica à Grécia, dar respostas claras aos mercados financeiros, assegurar a estabilidade e continuidade do Euro, reforçar o fundo de estabilidade (o EFSF, o chamado 'fundo de poupança do Estado') dotando-o de maior liquidez, protegendo o sistema bancário da Europa: as cúpulas europeias de domingo e quarta-feira terão que fornecer respostas a cada uma dessas perguntas.

No momento, porém, ainda não há acordo sobre medidas anticrise. A divisão entre França e Alemanha pesa nisso. A primeira – que teme seus rebaixamentos de rating – pressiona por respostas imediatas e efetivas; a segunda - por motivos de política interna - procede com cautela, dizendo que não considera o encontro decisivo e que não vê efeitos negativos caso resultados abaixo do esperado. Exatamente o que, porém, não querem as Bolsas de Valores e os operadores financeiros. Por esta razão, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou nos últimos dias, “todas as decisões devem ser tomadas no domingo, mesmo que as medidas para a sua implementação venham a decorrer posteriormente”. Barroso invocou explicitamente um "sentido de compromisso por parte de todos os participantes".

No entanto, o clima permanece de profunda incerteza: o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu um novo plano global até o final do mês, a chanceler alemã, Angela Merkel, diminuiu as expectativas de uma solução para a crise, enquanto o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, confirmou a presença de um acordo apenas em relação a um plano de recapitalização dos bancos, adiando respostas sobre como reduzir a dívida da Grécia. Nenhum acordo, mesmo sobre o reforço do fundo de resgate. Também foi em vão a extraordinária cimeira "improvisada" de quarta-feira em Frankfurt, por ocasião da passagem de poder entre Jean Claude Trichet, presidente cessante do BCE, e o seu sucessor Mario Draghi. Uma série de reuniões entre representantes da Alemanha, França, Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional. Que também nesse caso não produziu nada. "A União Européia está passando uma imagem desastrosa", comentou preocupado Jean Claude Junker, presidente do Eurogrupo. Depois do Ecofin, está agendada uma nova reunião do Ecofie e uma nova cimeira Barroso-Sarkozy-Merkel, segundo a qual o acordo está mais próximo. No entanto, a chanceler alertou a Itália e a Espanha para fazerem mais para reduzir a dívida pública.

Então, tudo ainda está para ser definido. Ele espera entre esperanças e medos. Os mercados de ações europeus fecharam a semana em alta, e alguns veem o sinal com otimismo cauteloso. Mas a verdade é que o Banco Central Europeu comprou títulos dos governos italiano e espanhol. Um sinal de que ainda há necessidade de ajuda para esses países, e que muito provavelmente outras questões se somarão às que já estão sobre a mesa. O ministro da Economia holandês, Jan Kees de Jager, não escondeu. “A Itália – disse – deve tomar novas medidas e espero que você as apresente durante as cúpulas deste fim de semana”.

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