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O rei oriental das bolsas de valores: Covid e votação dos EUA pesam sobre o Ocidente

As bolsas da China e do Japão galopam – Petróleo cai, vítima da pandemia que assola a economia – Na Europa e nos EUA Covid e o voto americano semeiam incertezas após a semana negra – Chuva de demonstrações financeiras corporativas na Piazza Affari

O rei oriental das bolsas de valores: Covid e votação dos EUA pesam sobre o Ocidente

O petróleo está em queda, vítima da pandemia que afeta a economia, principalmente na Europa. O Dragão Chinês atinge novos patamares, apoiado pela recuperação ainda mais rápida e robusta do que o esperado. Por fim, as incertezas norte-americanas completam o quadro no início de uma semana quente: os dois candidatos à Casa Branca fazem o seu último esforço, a Reserva Federal está em alerta. O único dado certo é a confirmação da primazia do Oriente, novo imã das capitais quentes. Os excelentes dados do índice Caixin, que mede a situação econômica de olho no setor privado, saltaram para 53,6 pontos, a maior alta desde janeiro de 2011. Esta é a sexta alta seguida nesta manhã do gigante asiático, que aliás coincide com o lançamento do censo.

O DRAGÃO TAMBÉM EMPURRA TÓQUIO E COREIA

O clima de boom pressionou os mercados, já em fibrilação. Os índices chineses estão em alta: Hong Kong +1%; continua a ascensão de Xangai e Shenzhen. O rali também afetou as demais tabelas de preços, estimuladas pelas compras de Pequim: sobressai o Nikkei de Tóquio e o Kospi de Seul (+1,3%).

A Bolsa de Valores da Índia também está reiniciando. O índice de manufatura PMI subiu para seu nível mais alto desde maio de 2010, alcançando o terceiro mês consecutivo além do limite que separa contração de expansão. Os dados mais recentes também mostram uma recuperação do investimento estrangeiro em ações indianas. O problema é que faltam contêineres porque as exportações correm muito mais rápido que as importações.

FT: PIB EUROPEU -2,3% NO QUARTO TRIMESTRE

O otimismo desaparece quando se olha para as bolsas ocidentais, especialmente na Europa à mercê do Covid-19. De acordo com as previsões do painel de especialistas da Financial Times, a economia da zona euro, após o salto no terceiro trimestre (+12,7%), deverá registar uma quebra de 2,3% no último trimestre, igual a 68 mil milhões de euros. A taxa de câmbio do euro para a libra atingiu 0,901, alta de 0,2%, após uma queda semanal de mais de 1%.

BREXIT, O ACORDO ESTÁ PRÓXIMO. E O BOE PENSA EM UM NOVO QE

A Bloomberg relata que as negociações sobre o divórcio da Grã-Bretanha da União Europeia teriam chegado a um acordo de princípio sobre a pesca no Canal da Mancha, um tema economicamente insignificante, mas muito quente do ponto de vista político. O Banco de Inglaterra reúne-se na quinta-feira, que terá de enfrentar as consequências do novo bloqueio: esperam-se novas medidas para evitar a deflação. Alguns esperam que o banco expanda a flexibilização quantitativa para algo entre £ 50 bilhões e £ 150 bilhões.

ELEIÇÕES, WALL STREET TEME PELO EMPATE

A atenção dos mercados está voltada para eleições americanas de amanhã. Segundo observadores, a queda das bolsas americanas na última semana (índice S&P -5,3% nas últimas cinco sessões) reflete o temor de que não saia um resultado claro das pesquisas, prova de contestações. Em suma, quer vença Trump ou Biden, para Wall Street o importante é poder proclamar imediatamente “o vencedor é…”.

Em geral, a história ensina que as presidências democratas se saíram melhor em ações do que as republicanas. Segundo cálculos do banco, desde 1952 o retorno médio anual é de 10,6% no primeiro caso e de 5,2% no segundo. O que pode mudar significativamente será a composição das ações que podem se beneficiar de uma presidência de Biden: dentro da energia verde, infraestrutura, setor educacional e manufatura tradicional, fora das indústrias poluidoras e financeiras, enquanto a tecnologia parece já estar em alta.

DADOS DO PMI EM BREVE. BREXIT MAIS PRÓXIMO

A diretoria do Federal Reserve será realizada na quinta-feira, quando talvez o resultado da batalha pelo Capitólio ainda não tenha sido decidido. O banco central mais poderoso do planeta poderá fazer uma análise inicial da situação e, se necessário, intervir para apagar os incêndios especulativos: a política expansiva aliada a taxas baixas certamente se confirmará.

O Banco Central da Austrália também deve cortar as taxas esta semana.

BRENT DESCE PARA O MÍNIMO DESDE MAIO

A nova derrocada do petróleo, vítima do abrandamento da conjuntura económica, vai fazer-se sentir nas bolsas. O Brent caiu 1,5%, para 36,7 dólares o barril, após atingir a mínima de 35,74 dólares na Ásia: na semana passada, o petróleo do Mar do Norte perdeu 10,3%, o pior resultado desde abril. O presidente da Companhia Nacional de Petróleo da Líbia, Mustafa Senalla, disse que a produção diária atingiu 800.000 mil barris por dia, acima da meta de 1,3 milhão no início de 2021.

OUTRA MANOBRA NA PARTIDA. UM NOVO FUTURA BTP ESTÁ PRONTO

Na Itália, o executivo trabalha desde esta manhã no texto da manobra que deve ser enviado ao Parlamento. Uma nova aprovação da lei orçamentária em Conselho de Ministros é possível, para lançamento definitivo após aprovação, sujeita a acordos na semana passada.

Na noite desta sexta-feira, o Tesouro divulgou as características da segunda emissão do BTP Futura, título governamental voltado exclusivamente para o varejo poupador, que será colocado de segunda-feira, 9 de novembro, a sexta-feira, 13 de novembro de 2020. O título terá prazo de 8 anos e será um bónus de fidelização igual a 1% do capital investido, podendo aumentar até um máximo de 3% do valor subscrito, com base na taxa de crescimento média anual do PIB nominal de Itália registada pelo Istat.

RATING DA ITÁLIA, EXAME DA MOODY'S NA SEXTA-FEIRA

A semana será encerrada com o veredicto da Moody's sobre o rating da Itália.

A 8 de maio, a agência adiou a análise ao nosso país, deixando o rating em Baa3 (a apenas um degrau do segmento high yield ou mesmo junk) com perspetiva estável. Em 23 de outubro, porém, surpreendentemente, a S&P confirmou sua classificação em BBB, elevando a perspectiva de negativa para estável.

INTESA SANPAOLO E ENEL LIDERAM AS CONTAS DA PIAZZA AFFARI

Semana cheia de compromissos na frente corporativa na Itália e no exterior. Serão divulgados os relatórios trimestrais dos bancos mais importantes, começando pelo Intesa Sanpaolo (conferência 5 de novembro), Banca Bpm, Unicredit, Monte Paschi, Bper, Banca Generali e outras instituições. Agora das contas também para o setor, começando por Leonardo, CNH e Ferrari.

A divulgação dos dados das matrículas de carros de outubro deve ser notada à noite. As contas da General Motors e da Toyota chegam esta semana.

Os holofotes também estão na Enel que, como a primeira grande concessionária global, estabeleceu uma meta de redução de emissões consistente com o compromisso das Nações Unidas de limitar o aumento máximo da temperatura global a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais.

À NOITE OS NÚMEROS DO CARRO: FERRARI, GM E TOYOTA

A divulgação dos dados das matrículas de carros de outubro deve ser notada à noite. As contas da Ferrari, General Motors e Toyota chegam esta semana.

Mas o calendário internacional apresenta muitos interesses. A trimestral do Pay Pal permitirá avaliar o impacto da abertura do sistema de pagamento bitcoin. Em destaque a Astra Zeneca, uma das empresas envolvidas na corrida das vacinas.

PROVA DE RECURSO PARA ING E SOC GEN

Entre as finanças, fique de olho nos relatórios trimestrais dos bancos franceses, Bnp Paribas e Crédit Agricole. O mercado está especialmente atento às contas do ING holandês, que no segundo trimestre sofreu uma queda de 80 por cento nos lucros. O mesmo vale para o Société Générale, que voltou de uma perda de 1,26 bilhão e para o Commerzbank.

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