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“Adeus à Bolsa não é para sempre”: talvez a renúncia ao IPO seja apenas temporária

Remo Ruffini, presidente da Moncler e autor de seu sensacional relançamento, garante que a listagem não é uma opção que se esvaiu completamente após a entrada no capital da francesa Eurazeo e o bloqueio do IPO - A empresa parisiense ficou com 45% do capital, Ruffini mantém 32%, enquanto Carlke passa a controlar 17,8%

“Adeus à Bolsa não é para sempre”: talvez a renúncia ao IPO seja apenas temporária

Moncler renuncia à listagem na Bolsa de Valores. Ou talvez ele apenas adie. Os accionistas chegaram a acordo com o fundo de investimento francês Eurazeo, que vai adquirir uma participação igual a 45% do capital por um valor de 418 milhões de euros. Ou seja, segundo nota da empresa, um valor atribuído ao grupo de 1,2 mil milhões de euros, 12 vezes o ebitda de 2010. Substancialmente o mesmo valor atribuído à empresa face ao desembarque na lista (1,28 mil milhões EUR). A conclusão da transação está prevista para o terceiro trimestre deste ano.
O anúncio foi feito hoje, dia em que deveriam ter começado as reuniões com potenciais investidores, pois há exatamente uma semana, em 30 de maio, a Borsa Italiana havia dado sinal verde para abertura de capital e em 2 de junho o Consob havia autorizado a publicação do prospecto.
Após a entrada do novo acionista francês, os atuais acionistas da Moncler permanecerão no capital, com participações reduzidas: Carlyle, o acionista de referência com 48%, cairá para 17,8%; Remo Ruffini, presidente e diretor criativo da Moncler (principal responsável por seu sensacional relançamento) passará de 38 para 32%; Brands Partners 2 terá 5% e Sergio Buongiovanni ficará com 0,25%.
Nenhuma explicação, no momento, sobre a mudança repentina de rumo. Já haviam circulado rumores nos últimos meses de um possível interesse de investidores, principalmente estrangeiros (uma indiscrição nunca confirmada também havia indicado o grupo francês Ppr, de François-Henry Pinault, que já controla a Gucci na Itália, como possível comprador), mas o a alta administração da Moncler e o próprio Marco De Benedetti, chefe do Carlyle na Itália, deixaram claro que preferiam a rota da lista à lista. Um caminho que poderá ser retomado no futuro: “A listagem da empresa _ Ruffini declarou hoje _ continua sendo um objetivo estratégico e continuaremos monitorando as oportunidades nos mercados”.
A expansão internacional é de facto um dos principais objectivos do grupo fundado em França em 1952 por René Ramillon, fabricante de artigos de montanha (o nome Moncler deriva de Monestier de Clermont, uma aldeia alpina perto de Grenoble). A empresa liderada por Ruffini administra cinco marcas: Moncler, Henry Cotton's, Marina Yachting, Coast Weber & Ahaus e 18CRR81, produzida sob licença da Cerruti. Em 2010 o volume de negócios foi de 428,7 milhões (+14,8%) e o lucro líquido atingiu os 52,2 milhões, um aumento de 47,9%. No final do ano, a dívida financeira líquida ascendia a pouco menos de 143 milhões.

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