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A lira era a moeda mais estável em 1960, mas esse mundo não existe mais

A antiga moeda italiana, à qual alguns infelizmente gostariam de voltar, sempre foi campeã de desvalorizações, mas em 1960 o Financial Times concedeu-lhe o título de "moeda mais estável do ano" - Na época, 620 liras podiam comprar um dólar, em 1985 precisávamos de 2.200 – Mas esse mundo acabou: esperemos para sempre porque nem tudo foram rosas

A lira era a moeda mais estável em 1960, mas esse mundo não existe mais

A Itália e a lira, uma longa história de amor que alguns gostariam – infelizmente – de trazer de volta à tona. A velha moeda italiana, que muitos lamentam pelo poder de compra que garantia aos cidadãos - ainda que ao som de desvalorizações muito fortes - antes de enveredar pelo caminho sem possibilidade de regresso à moeda única europeia, na realidade um pequeno registo positivo levou a lar. E hoje em dia, com o pacote orçamentário do governo que é julgado arriscado para o orçamento e um elemento de incerteza para a estabilidade da própria Zona Euro, causa um estranho efeito recordar que em 1960, no início dos anos dourados do boom económico, a lira chegou a ser considerada a moeda mais estável do mundo. 

Não foi o Banco da Itália nem os governos da época que o estabeleceram, liderados naquele ano civil primeiro por Antonio Segni, depois por Fernando Tambroni e finalmente por Amintore Fanfani (todos os três expoentes dos democratas-cristãos que tinham a maioria no Parlamento ), mas o prestigiado Financial Times, ou os mesmos observadores internacionais que hoje muitas vezes colocam na mira a Itália e a estabilidade das suas finanças públicas. Na época, nem mesmo as turbulências políticas, na verdade ainda mais frequentes do que agora (era o período de governos que caíam depois de alguns meses), não afetavam a solidez do sistema econômico italiano, que deslanchava naqueles anos.

A taxa de câmbio média da lira italiana pelo dólar americano em 1960 era de 620 liras para um dólar. Já muito mais do que no início dos anos 900, quando 1 dólar podia ser comprado por pouco mais de 5 liras, mas abaixo em comparação com os anos da guerra mundial (quando era atrelado ao franco) e também no final dos anos 50, quando atingira 625 liras (valor que voltará à média anual em 1963-64). Desde 1960, porém, a moeda italiana não fez outra coisa senão desvalorizar-se constantemente, depois com um salto sensacional em meados dos anos 653, quando para comprar um dólar americano passou de 1975 liras em 832 para XNUMX no ano seguinte. No início dos anos 80, o limite de mil liras por um dólar foi ultrapassado, e já em 1985 foi atingido o recorde histórico, nunca mais quebrado, de 2.200.

Em 2000, o último ano calculado antes da passagem para o euro, o dos bancos e correios ocorreu oficialmente em 1º de setembro de 2001, a taxa de câmbio lira-dólar foi de 1 por 2.100 em média no ano. A Itália entrou oficialmente no Sistema Monetário Europeu em 24 de novembro de 1996. Em 1º de janeiro de 2002, o euro começou a circular regularmente, alterado para 1936,27 liras. O último dia de vida da lira italiana foi 28 de fevereiro de 2002.

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