Que ações desenvolver para dar suporte concreto às estratégias de internacionalização das nossas empresas? De que infraestrutura nosso país realmente precisa para recuperar pontos de competitividade? Como comunicar eficazmente a "marca italiana", especialmente nas economias com maior potencial de crescimento? Se no período do boom econômico italiano dos anos 50 e 70, a ideia de desenvolvimento estava essencialmente ligada a investimentos em grandes obras públicas como estradas, rodovias, ferrovias, que eram utilizadas para a produção e distribuição de bens de capital de massa , hoje já não bastam estas infraestruturas 'pesadas'.
Numa economia cada vez mais global e intensiva em capital, o sistema produtivo italiano, para ser verdadeiramente competitivo, necessita de infra-estruturas de serviços que permitam às empresas relacionar-se eficazmente com os novos paradigmas da modernidade constituídos pela rápida circulação de pessoas, mercadorias, informações, ideias e significados. Redes de serviços para potenciar as nossas capacidades de comercialização, controlos dos processos de distribuição que regem o acesso aos mercados outlet, plataformas logísticas que permitem ao nosso país estabelecer ligações diretas e rápidas com a procura global e com as novas necessidades dos consumidores de gama alta sobre os quais o A marca italiana continua a ter uma capacidade apelativa.
Mas de que infraestrutura estamos falando? Pensemos na Web, no financiamento à exportação, nas redes profissionais para a internacionalização, nas rotas aéreas, nos formatos inovadores de distribuição e comunicação.
Nesta perspetiva, torna-se urgente deslocar o centro de gravidade do debate dos investimentos em betão para plataformas estratégicas de marketing, que permitam potenciar os pontos fortes do Made in Italy.
Entretanto, precisamos de passar a ideia de que estamos a lidar com infraestruturas reais (mesmo que sejam intangíveis) dado que permitem uma alocação ótima de capital na relação entre o custo da infraestrutura e o impacto no PIB. Basta pensar no caso das rotas aéreas. Segundo uma análise do Banco de Itália, a activação de uma rota tem um efeito multiplicador no PIB de um território igual a 70/80 vezes (valorização imobiliária, fluxos turísticos, etc.) face à quota de empréstimo atribuída.
As características distintivas dessas infraestruturas são a flexibilidade na implementação (modularidade e retorno rápido) e a capacidade de ativar cadeias de suprimentos inteiras que precisam aumentar seu apelo competitivo nos mercados globais. Deste ponto de vista, a imaterialidade (parcial ou total) da infraestrutura não pode constituir um limite em si. Para mudar o "costume enraizado" de considerar elegíveis apenas as infra-estruturas "duras" (que tenham elementos físicos tangíveis e mecanismos de retorno económico associados à tarifa) é necessário sobretudo alterar as actuais práticas de avaliação económica de infra-estruturas que se baseiam essencialmente na o mecanismo de taxa/custo.
A proposta é avaliar as infra-estruturas com base na sua capacidade de activação do PIB e sobretudo medir a receita fiscal adicional que é gerada face a esta expansão do produto interno bruto. Tudo isso para medir a capacidade de reembolso do investimento e a parte da contribuição pública necessária.
Além disso, poderia também propor-se a nível europeu a adoção desta abordagem na medição da eficácia dos investimentos em infraestruturas, sobretudo tendo em vista a ativação de obrigações de projeto para o relançamento da economia. Lá modularidade de ativação de uma infra-estrutura leve permitiria também ativar uma primeira tranche de financiamento para criar um "módulo" experimental da própria infra-estrutura, em torno do qual se ativariam ferramentas para medir os efeitos induzidos no PIB (dando assim maiores garantias de resultados quando o planejamento em grande escala).
A definição de novos indicadores que permitam tornar mensuráveis e tangíveis os elementos de criação de valor económico ligados a estas infraestruturas permitiria criar os elementos de consenso necessários para mobilizar capitais e definir políticas.