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Grécia, Venizelos contra Papandreou: "Sem referendo"

Mensagem clara lançada pela chanceler alemã e pelo presidente francês Nicolas Sarkozy ao final da cúpula de ontem à noite com o primeiro-ministro grego Papadreou – Se houver referendo, não será sobre ajuda, mas sobre a permanência do país na zona do euro – Ministro Venizelos contra a consulta – Lagarde (FMI): ajuda só depois da votação.

Grécia, Venizelos contra Papandreou: "Sem referendo"

"Continuaremos mesmo sem a Grécia. O euro deve ser uma moeda estável e queremos que isso aconteça com a Grécia e não sem, mas a prioridade é manter a estabilidade do euro”. É claro o apelo lançado pela chanceler alemã aos principais dirigentes de Atenas Angela Merkel, que ontem à noite se reuniu em Cannes com o primeiro-ministro grego, George Papandrou, para esclarecer o anunciado referendo que tanta agitação causou nos mercados. O primeiro-ministro francês também esteve presente no encontro Nicolas Sarkozy, que aumentou a dose: "Cabe aos gregos decidir se querem continuar conosco ou não“. Quase um ataque frontal, depois temperado com um apelo para que "um consenso político possa ser rapidamente construído na Grécia".

Na mesma linha que Paris e Berlim também Jean-Claude Junker, presidente do Eurogrupo: “É desejável que a Grécia permaneça no euro, mas não a qualquer custo. Já está a ser feito trabalho sobre a questão de como garantir que não haja desastres para os cidadãos da zona euro. Estamos totalmente preparados para a situação".

Em suma, Papandreou foi obrigado a desvendar a consulta para a qual os cidadãos serão chamados. O referendo, se houver, incidirá sobre a permanência ou não da Grécia na zona do euro, e não o conturbado acordo de poupança em euros alcançado em meio a mil dificuldades em 27 de outubro passado. Além disso, a votação terá que chegar rapidamente: o mais tardar em um mês, não - como foi dito - em janeiro.

Mas a ideia de um referendo também está causando rachaduras dentro do executivo grego. O Ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou que a adesão do país grego à Zona Euro "é uma conquista histórica para o povo grego, que não pode ser questionada e não pode depender de um referendo". O ministro do Desenvolvimento, Michalis Chryssohoidis, também pediu que o plano de resgate europeu seja ratificado rapidamente pelo Parlamento.

Por sua vez, a diretora do fundo monetário internacional, Christine Lagarde, ele disse que a ajuda à Grécia será enviada somente após possível consulta. "Assim que o referendo estiver concluído com todas as incertezas removidas - disse a francesa - faremos uma recomendação ao conselho do FMI sobre a sexta tranche do nosso empréstimo para apoiar o programa econômico da Grécia".

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