A estratégia da Enel "sobre o dividendo permanece inalterada, o pagamento é confirmado em 60% do lucro operacional líquido". Foi o que explicou um porta-voz da empresa, retomando a entrevista concedida à Bloomberg pelo diretor-geral Fulvio Conti.
O aumento da tributação, no montante de cerca de 400 milhões de euros de impostos adicionais, decorrente do alargamento do Robin Tax às atividades de distribuição e renováveis, terá consequências nas operações líquidas e, consequentemente, no valor do dividendo. Segundo o porta-voz, porém, a empresa “pode atuar em outra alavanca, o aumento do lucro operacional antes dos impostos, por meio da redução dos investimentos”.
A “Taxa Robin Hood” é a disposição com que o Governo na última manobra elevou a taxa de IRES de 6,5% para 10,5% para as empresas de energia, incluindo redes e renováveis. Conforme mencionado, o aumento de impostos levará a uma redução de 400 milhões no lucro operacional da Enel. Soma destinada a pesar no balanço da empresa, que em 2010 obteve um lucro de 4,405 mil milhões de euros. As declarações de Fulvio Conti, sobre a necessidade de rever os dividendos, causaram uma grande queda na Piazza Affari para a empresa, que às 17h perdia -3,45%.
No entanto, será difícil manter a rentabilidade elevada numa fase caracterizada pela contração do consumo de eletricidade em Itália e Espanha. A disposição Robin Tax também reduz automaticamente a parcela de dividendos a ser paga pelo Tesouro, que detém 30% da Enel. O Estado arrecadará, portanto, 100 milhões a menos, mas como ganhará 400 com o aumento da taxa do Ires, o saldo ainda ficará positivo. No geral, apenas os acionistas majoritários serão penalizados.