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Dólar superstar. Bolsas, títulos, taxas em turbulência. Até os árabes apontam para a Telecom

A Telecom Italia reúne hoje o conselho de administração na Argentina e no Brasil mas as movimentações dos fundos soberanos do Qatar e Abu Dhabi, prontos para aderir ao consórcio de Trujillo, colocam fibrilação na bolsa - Fiat promovida pela Moody's face a Wall Street e hoje Marchionne recebe Renzi na Chrysler de Detroit - Italcementi nos escudos - Bot Auction em seis meses

Dólar superstar. Bolsas, títulos, taxas em turbulência. Até os árabes apontam para a Telecom

DOLLAR SUPERSTAR, A SENHORITA DOS SACOS. A FAIXA DO EMIRI FALA NA TELECOM ITALIA

Dia pesado para os mercados de ações com todas as bolsas fechando em queda acentuada. Dois fatores têm estimulado as vendas: 1) o temor de que a alta dos juros se aproxime nos EUA e na Grã-Bretanha; 2) novas tensões na Ucrânia.

Entretanto, o dólar asfaltou todas as outras divisas e valorizou-se face ao euro para 1,27, novo máximo dos últimos dois anos: a taxa de câmbio voltou aos níveis de novembro de 2012. No mercado obrigacionista, a yield americana a dez anos caiu para 2,50%. Favorecendo a corrida aos títulos do governo dos EUA está a diferença de rendimento com os Bunds alemães, nunca assim em 15 anos.

Por extensão: final de semana em baixa para a Bolsa de Valores de Tóquio -1%. Depois dos dados de inflação, que voltam a cair, os mercados esperam uma nova onda de estímulos do banco central. Banho frio nas tabelas de preços dos EUA, graças à queda de -3,8% da Apple após os problemas que surgiram com a última atualização do sistema operacional iOS 8 instalado no novo iPhone6. Além disso, alguns consumidores reclamaram que o novo iPhone6 ​​entorta se ficar muito tempo guardado no bolso. A correção foi favorecida pela queda do índice de bens duráveis.

O índice Nasdaq caiu 1,94%. Também caíram o Dow Jones -1,54% e o S&P 500 cerca de 1,3%. Grande expectativa para a leitura final do PIB americano esperada para hoje.

UCRÂNIA PESOU NA EUROPA: MILÃO -1,3%

O tabuleiro de xadrez ucraniano está esquentando novamente. O presidente russo Putin enviou uma carta à União Europeia na qual pede a revisão do acordo recém-assinado por Bruxelas com a Ucrânia: as contra-sanções de Moscou ao embargo estão mais próximas. As bolsas de Londres e Paris caíram 1,1% e 1,3%, respectivamente, Frankfurt -1,5%. Madri por 0,68.

Em Milão, o índice FtseMib caiu 1,3%, entrando em terreno negativo após a abertura de Wall Street. O petróleo do tipo WTI é negociado a US$ 92,3 o barril, queda de 0,5%. A Eni caiu 1,1%.

IMPOSTOS, LONDRES ESTÁ PRONTA PARA AUMENTAR

A aposta na data da primeira alta dos juros nos EUA favorece a corrida do dólar. O presidente (de saída) do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, disse que é mais provável que as taxas subam novamente mais cedo do que o esperado, e não mais tarde. "Essa é minha opinião pessoal, não do Fed. Se a economia continuar a crescer e o desemprego cair nos próximos seis meses, as taxas de juros poderão ser elevadas no início da próxima primavera", disse Fisher.

A próxima alta de juros também está na agenda da Grã-Bretanha: o governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, disse que o momento de aumentar os juros está chegando. Situação oposta na Europa: Mario Draghi reiterou ontem que o BCE está pronto para intervir com novas medidas não convencionais para combater a inflação baixa.

LEILÃO DE TESOURO, BOT DE 6 MESES RUMO A UM PEQUENO AUMENTO

Movimentações modestas nos títulos do governo da zona do euro. O spread entre o BTP e o Bund subiu ligeiramente para 138 pontos base e a taxa nacional a dez anos situou-se em 2,36%.

Desempenho ambíguo no primeiro dia dos leilões do Tesouro: o rendimento da emissão de Ctz de dois anos subindo, diminuindo na emissão de Btpei de dez anos. Bots semestrais por 7 bilhões de euros serão oferecidos hoje. Espera-se um rendimento ligeiramente crescente em comparação com os 0,136% registrados no leilão de agosto. Na próxima segunda-feira, serão colocados entre 7 e 8,5 bilhões de Ccteu e Btp a 5 e 10 anos.

TELECOM ITALIA NA VISÃO DE SOL TRUJILLO

Uma montanha-russa para a Telecom Italia +0,1% depois de ter saltado para 0,96 euros (+5%) no final da manhã. O título havia acelerado após as indiscrições de Bloomberg sobre as manobras implementadas por Sol Trujillo. O gestor americano, que no passado foi director-geral da francesa Orange e da australiana Telstra, está alegadamente a tentar reunir recursos para pretender assumir o controlo acionário da Telecom Italia.

O consórcio liderado por Trujillo, que deverá incluir os fundos soberanos do Qatar e de Abu Dhabi, poderá atingir os 7,5 mil milhões de euros, valor que vale, a preços correntes, cerca de 43% da capitalização da Telecom Italia. O projeto Adriano, assim se chama o dossiê, poderia assumir a forma de aumento de capital reservado ou de compra no mercado. Após a conclusão da transação, a Telecom Italia deve se concentrar na banda larga ultrarrápida e deve se encontrar no final de 2018 com 26 bilhões de euros em receitas, 11 bilhões de euros em Ebitda e uma dívida de menos de 16 bilhões de euros.

O conselho de administração da empresa italiana se reúne hoje: a venda da Telecom Argentina e a atualização sobre a evolução do jogo brasileiro estão em pauta.

FIAT PROMOVIDO PELA MOODY'S EM WALL STREET

Entre as poucas ações que escaparam da queda geral, a Fiat +1,7% para 8,01 euros. Pela manhã subiu para 8,24 euros, um nível que não via desde maio de 2014, graças a um relatório da Moody's sobre o setor automotivo que deu boas indicações sobre a rentabilidade do Lingotto.

Já a CNH Industrial perdeu 2,93% para 5,97 euros com a Equita que reduziu o preço-alvo da ação de 9,5 para 7,9 euros, confirmando a recomendação de compra. Hoje o primeiro-ministro Matteo Renzi visita a fábrica da Chrysler em Detroit.

A Finmeccanica está em terreno positivo. A ação ganha 1% enquanto o plano de alienação do segmento de transporte chega ao conselho de administração. Na semana passada, o CEO Mauro Moretti disse que a empresa recebeu quatro ofertas não vinculativas para Ansaldo Breda e Ansaldo StS: -0,34%. As quatro ofertas vêm de Crn Insigma, Hitachi, Caf e Thales. A decisão final será tomada em outubro.

MARIE BOLLORE' NO MEDIOBANCA. UNICREDIT SOFRE UCRÂNIA

Entre os bancos, Intesa -1,9%, MontePaschi -2,4%. Mediobanca -0,82%. Marie Bolloré entrará no novo conselho de administração, representando seu pai Vincent. O Unicredit fecha em baixa de 2,1% para 6,075 euros.

Alguma incerteza ligada ao abrandamento da economia russa na sequência das sanções da Europa e dos EUA pelo caso da Ucrânia continua a pesar sobre o banco. O Unicredit é um dos bancos ocidentais mais movimentados da Europa Oriental, por meio de sua subsidiária austríaca, o Bank Austria. Em entrevista ao jornal austríaco Salzburger Nachrichten, o chefe do Bank Austria para a Europa Central e Oriental, Gianni Franco Papa, disse que as sanções ocidentais contra a Rússia terão pouco impacto no Bank Austria este ano, mas ainda não se pode dizer se haverá consequências em 2015.

SOCGEN PROMOVE ENEL. BOAS TAXAS PARA ITALCEMENTI

Declínio limitado para a Enel, queda de 0,7%. A atualização do Socgen de hold to buy contribuiu para conter as perdas, com o preço-alvo a subir de 4,4 para 4,8 euros.

A Italcementi subiu hoje 1,2% para 5,090 euros: os analistas do Berenberg elevaram o julgamento para comprar de vender, elevando o preço-alvo para 6,3 euros face aos 6 euros anteriores. O novo preço-alvo promete um ganho de 25%. A Italcementi, grupo cimenteiro líder na Itália, capitaliza 1,8 bilhão de euros. Desde o início do ano, o estoque caiu 3,8%.

As empresas de luxo caíram acentuadamente, Ferragamo -2,3%, Tod's -2,8%, Luxottica -2%, Moncler -4,2%, Yoox -3,2%.

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