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Circolo Ref Ricerche – O euro não é a causa da crise na indústria

RELATÓRIO REF RESEARCH editado por Giacomo Vaciago - A crise da indústria italiana não depende da moeda única (na verdade a alemã é boa) mas é estrutural e tem raízes muito mais antigas que a crise da dívida soberana - Uma política industrial moderna seria necessário, mas quem você pensa sobre isso?

Circolo Ref Ricerche – O euro não é a causa da crise na indústria

O primeiro e principal domínio cultural e político das finanças, nos últimos vinte anos – em seus pontos fortes como em seus defeitos – continua a nos impedir de entender as implicações de longo prazo da crise da zona do euro.

A sua etiqueta muito dominante: "Crise da dívida soberana", significava centrar a atenção nos aspectos financeiros: dívidas privadas e/ou públicas excessivas; conseqüente se espalha punitivo; necessidade de intervenções monetárias expansionistas (BCE), como alternativa a restrições fiscais contraproducentes ("austeridade"). Além da emergência, esta não é a análise mais útil dos problemas, e remédios relativos, da crise da zona do euro, que permanece sem solução há três anos, mas em uma inspeção mais detalhada já havia começado antes.

Ocasionalmente, mesmo recentemente (ver G. Vaciago, A futura Eurolândia já existe (e é baseada no trabalho)) alguém se apercebe que a crise da indústria, e do emprego, caracteriza apenas uma parte da Zona Euro. Disto ele extrai mais uma condenação da errada "política de austeridade que nos está sendo imposta pela Alemanha" (ver Um euro para reconstruir). Ou a enésima crítica à própria ideia da moeda única, que nos levou a esta tragédia: a dívida pública não pode ser aumentada, neste momento em que seria mais útil!

Na realidade, se olharmos para os fatos, a análise correta é outra e há outros motivos de preocupação. Se examinarmos o gráfico que representa a evolução da produção industrial nos dez maiores países da Zona Euro nos últimos quinze anos, podemos ver claramente que a situação é estrutural e mais grave. Mesmo antes da "crise da dívida soberana", a indústria crescia mais rapidamente em alguns países do que em outros. Como no caso de se espalha, mas de uma forma muito diferente e de longo prazo, a Alemanha atua como referência (ou de hub): há países que estão se desindustrializando, e outros onde vice-versa a especialização industrial está crescendo.

Problema: trata-se apenas dos constrangimentos impostos aos défices e à dívida pública? Ou devemos supor que alguns países mais do que outros souberam "ganhar com o euro"? Mas, acima de tudo, como corrigir essas tendências? Sair do Euro seria uma solução possível? A resposta mais sensata a todas estas questões é provavelmente apenas uma: seria conveniente implementar políticas industriais – no sentido de dar prioridades explícitas à reindustrialização, a começar pelas autoridades fiscais, …certamente não inventando planos quinquenais, no estilo soviético.

Se não forem corrigidas, as tendências em curso, que se conformam com a teoria das “vantagens comparativas”, que a moeda comum reforça – fazem com que uma especialização deste tipo se acentue na Europa: a indústria é alemã!

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