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Cersaie, Exposição de Cerâmica, grito de alarme do Presidente Savorani: "A energia cara está nos estrangulando"

ENTREVISTA COM GIOVANNI SAVORANI, Presidente da Confindustria Ceramica, por ocasião da abertura da Cersaie em 26 de setembro em Bolonha: “Muitas empresas à beira do colapso: hoje o custo da energia supera os custos totais de 2019. Eis o que pedimos ao novo governo"

Cersaie, Exposição de Cerâmica, grito de alarme do Presidente Savorani: "A energia cara está nos estrangulando"

o indústria de telhas, a começar pelos de Sassuolo, diziam-no de todas as formas e em todos os contextos: custos de energia eles estão nos estrangulando, vamos fazer alguma coisa ou a crise pode dominar uma das realidades mais florescentes do Made in Italy e que fez da sustentabilidade ecológica da produção seu mantra e seu orgulho. Os custos do gás e da eletricidade explodiram e correm o risco de colocar de joelhos um setor importante Empresas 131, Para uma faturamento de 6,2 bilhões e quase 20 mil trabalhadores. Esse setor, só de energia, gasta hoje o que gastou com toda a produção em 2019. E a Covid estava envolvida, com tudo o que segue em termos de criticidade. O primeiro semestre de 2022 foi bom para as vendas, mas o futuro pode parecer sombrio devido à explosão do preço do gás.

O grito de alarme pode ser repetido na segunda-feira, em Bolonha, pelo presidente da Cerâmica Confindustria Giovanni Savorani ao Ministro do Meio Ambiente Roberto Cingolani, por ocasião da conferência inaugural da 39ª edição da Cersaie, Salão Internacional de Cerâmica e Móveis de Banheiro.

Por uma ironia do destino, porém, segunda-feira será também o "day after" das eleições, o dia em que se conhecerá o resultado das políticas, pelo que os interlocutores mudarão. Quem for para o governo, no entanto, enfrentará inalterado o problema de quem tem que sobreviver para continuar produzindo e gerando empregos. E as respostas terão que vir rapidamente. Eis o ponto de vista de Savorani e as esperanças que as empresas depositam no encontro de Bolonha, que contará com 624 expositores, 38% dos quais estrangeiros, provenientes de 26 países.

Presidente Savorani, pode esclarecer a situação de quem trabalha em seu setor?

«Acho que ainda não se percebeu a real dimensão do problema energético e a urgência das respostas necessárias. Para o setor cerâmico, hoje o custo da energia supera o custo industrial total que tínhamos em 2019. Ficou claro? As recentes medidas incluídas no Decreto Auxílio Ter eles vão na direção certa, mas estão longe de resolver o problema. Hoje, produzir um metro quadrado de telha custa 9 euros só com gás. Se pensarmos que o aumento de um euro deve ser multiplicado por cada um dos 70 bilhões de metros cúbicos de metano consumidos na Itália a cada ano, percebemos que apenas o problema do metano tem a dimensão de duas leis financeiras. Este aumento afetou principalmente a Europa. Diante disso, acredito que a negociação de gás no TTF de Amsterdã deveria ser suspensa, como acontece na Bolsa de Valores quando uma ação sobe ou desce muito».

Se a situação não mudar o que vai acontecer com você?

«Corremos o risco de ficar de fora de todos os mercados e a urgência diz respeito a hoje, não a amanhã. Muitas empresas já estão sofrendo agora. Eles estão atrasados ​​ou demoraram a reabrir depois das férias de verão e temo que antes do final do ano haja um agravamento da situação. Se tivermos que aumentar os preços para nos defender, devemos esperar que as vendas caiam. Além disso, o aumento dos preços gera inflação e nos torna menos competitivos. Quando se perde competitividade, consequentemente, perdem-se encomendas nos mercados internacionais, em primeiro lugar aquelas não sujeitas ao regime do Sistema de Comércio de Emissões como o nosso».

Nesse contexto, a sustentabilidade ainda é um valor para você?

«Claro que estamos convictos de que a sustentabilidade é um fator estratégico no setor da competitividade internacional, para o qual fizemos e continuamos a fazer investimentos significativos e que nos colocam numa posição de liderança face aos nossos concorrentes internacionais. Consumimos energia por 30 minutos para criar um produto que tem uma vida útil de mais de 50 anos. A cerâmica italiana é líder na transição energética porque sempre investiu no respeito ao meio ambiente, mas também devem ser criadas as condições para manter nossa competitividade nos mercados globais. Não queremos uma transição ecológica que cause perda de empregos. Portanto, não queremos suspender a transição energética ou a transição ecológica, mas queremos que mude. Já iniciamos toda uma série de investimentos e pesquisas para dar continuidade a esse processo, mas para todo projeto de sustentabilidade, seja ele de saúde, ecológico ou social, deve haver sustentabilidade econômica a montante, caso contrário nada pode ser feito. Temos também de nos colocar no lugar de um comprador que tem de pagar 20 euros por metro quadrado por ladrilhos produzidos com estes custos energéticos e com respeito pelo ambiente, quando talvez possa gastar metade disso num produto não europeu, que vem de uma empresa que paga energia é muito menor e não há problemas de poluição».

Para fazer face ao aumento de custos pensa recorrer ao layoff?

«Não faço previsões de despedimentos. Os empregados da cerâmica italiana são 19.500, com uma indústria associada que tem mais ou menos o mesmo número de pessoas. Exportamos 85% do que produzimos. Vamos ver se com essa Cersaie conseguimos manter um fluxo de pedidos suficiente. A urgência reside na salvaguarda das famílias e dos negócios, duas coisas que andam de mãos dadas. Se as pessoas acabam em demissões, com salários reduzidos, os problemas das famílias explodem”.

O que você sugere?

“Além de uma moratória geral nas hipotecas, tanto para as famílias como para as empresas, pedimos uma maior extração de gás nacional, o que nos permitirá ter metano a um preço mais razoável e compatível com o mercado”.

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